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Neymar resume atributos de Kaká, Robinho e Balotelli em 1º clássico europeu

Neymar sucedeu Kaká como protagonista e camisa 10 da seleção que vai à Copa - AP
Neymar sucedeu Kaká como protagonista e camisa 10 da seleção que vai à Copa Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

22/10/2013 06h01

Em 16 jogos desde que foi contratado pelo Barcelona, o atacante Neymar já passou por diferentes papéis. Ainda assim, o brasileiro viverá uma situação inédita na equipe catalã no jogo desta terça-feira, às 16h45 (horário de Brasília), contra o Milan. Em seu primeiro clássico europeu, o camisa 11 será o equivalente aos atributos de todo o trio ofensivo rival.

Assim como Robinho, Neymar é um jogador habilidoso, foi revelado pelo Santos e conduziu uma geração vitoriosa no clube. Até realmente figurar em uma lista de tops do futebol mundial, será cobrado para não ter o mesmo andamento da carreira do ex-companheiro de Santos, que tantas vezes falou que mirava o posto de melhor do planeta, mas acabou por ficar longe disso, mesmo tendo a oportunidade de atuar em grandes equipes.

A comparação com Balotelli é mais visual: o brasileiro passa longe do estilo polêmico do italiano, mas ambos são revelações de suas seleções e chamam atenção pelo cabelo inusitado. Chegaram a formar uma inesperada amizade depois de um jogo entre Brasil e Itália, na Suíça. Passaram a trocar elogios e viraram "parceiros". Até planejaram viagem de férias juntos, adiada em função de uma lesão do italiano.

O papel de Neymar na seleção brasileira, contudo, não é mais o de revelação. O jogador do Barcelona tem apenas 21 anos, mas já assumiu condição de protagonista. A poucos meses de uma Copa do Mundo, ele usa a camisa 10 e lidera a geração que representará o Brasil. Há quase três anos, na África do Sul, era esse o status do meia Kaká.

Eleito pela Fifa o melhor do mundo em 2007, Kaká foi o Neymar da seleção brasileira pré-Copa do Mundo de 2010. Estavam depositadas no então jogador do Real Madrid as esperanças da equipe nacional que foi eliminada pela Holanda nas quartas de final do torneio disputado na África do Sul.

Depois da Copa do Mundo de 2010, Kaká viveu momentos que ainda não passaram pela história de Neymar. Ele caiu de rendimento gradativamente no Real Madrid até o fim da temporada 2012/2013, quando encerrou a trajetória no clube.

Kaká voltou ao Milan, time que ele defendia quando foi melhor do mundo. Logo no início da trajetória no clube, sofreu uma lesão na coxa esquerda e foi parar no departamento médico. Ele voltou a jogar no último sábado, quando participou de 15 minutos da vitória sobre a Udinese pelo Campeonato Italiano.

Nesta terça-feira, o técnico Maximiliano Allegri ainda não revelou qual será o papel de Kaká. O comandante do Milan já avisou que o brasileiro não tem condições de estar em campo nos 90 minutos do confronto com o Barcelona, mas não disse se ele será titular ou sairá do banco de reservas.

“Kaká jogou sábado, mas ainda não tem condições ideais. Ele chegou ao Milan cheio de entusiasmo, e a presença dele nos engrandeceu em nível técnico e personalidade. É um jogador que nos ajuda muito em diferentes aspectos”, disse Allegri.

A principal estrela do Barcelona também está em estágio final de um processo de recuperação. Lionel Messi sofreu uma lesão muscular na coxa direita, ficou longe do time por duas semanas e voltou no sábado, nos últimos 20 minutos de um empate sem gols contra o Osasuna.

Ao contrário de Kaká, porém, o Barcelona não colocou dúvidas sobre o estado físico de Messi. “Eu o convoquei para o jogo. E quando eu convoco um jogador é porque ele tem condições”, resumiu o técnico Gerardo “Tata” Martino.

Nas duas primeiras rodadas da fase de grupos da Liga dos Campeões, o Barcelona teve 100% de aproveitamento. O Milan, que acumulou quatro pontos, é o segundo colocado da chave H.

As duas equipes foram rivais nos playoffs das duas últimas temporadas da Liga dos Campeões. O Milan foi eliminado em ambas (4 a 2 no placar agregado das oitavas de final de 2012/2013 e 3 a 1 nas quartas de final de 2011/2012).