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Será que dá? Saiba o que motiva um time cuja missão é fazer 6 a 0 no Real

Felipe Santana (dir.) caminha envergonhado após derrota por 6 a 1 para o Real Madrid - INA FASSBENDER/Reuters
Felipe Santana (dir.) caminha envergonhado após derrota por 6 a 1 para o Real Madrid Imagem: INA FASSBENDER/Reuters

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

18/03/2014 06h00

Ganhar do Real Madrid no estádio Santiago Bernabéu sempre foi uma das tarefas mais ingratas do futebol. Fica mais complicado ainda se o time espanhol estiver em ótima fase, na liderança do Campeonato Espanhol, e com o melhor jogador do mundo “voando”. Para quem acha que a missão é quase impossível, imagine então ter que golear o time merengue por seis gols de diferença. Será que dá?

Pois essa é a ingratíssima missão do Schalke 04 nas oitavas de final da Liga dos Campeões depois de ser goleado por 6 a 1 em sua casa no jogo de ida. Avança agora só com um 6 a 0 ou vitória por cinco gols de diferença desde que marque pelo menos 7 (7 a 2, 8 a 3). E aí, será que dá?

“Nós jogadores acreditamos sim, mas acreditamos com um pé atrás, né? Pois estamos falando de um Real Madrid que é um dos concorrentes fortes para ganhar a Liga”, falou ao UOL Esporte o brasileiro Felipe Santana, que integra o elenco do time alemão.

Lesionado, o defensor não poderá estar em campo nesta terça, no Santiago Bernabéu, mas tenta explicar um pouco como é o clima de um elenco para encarar um jogo como esse, em que a classificação parece ser tão surreal que não se imagina de onde tirar motivação para tentar fazer algo diferente. O combustível é evitar novo vexame e perder de pouco?

“Não, não. A equipe não vai com esse pensamento. O Real Madrid não deve ir com seus principais jogadores, e isso pode até facilitar as coisas. Vamos ver o que acontece, é claro que só se tiver um super milagre o Schalke 04 vai se classificar”, falou.


Mas dá para dizer então que ninguém no clube acredita na vaga? E qual a receita pra se fazer 6 a 0 no Real? Felipe Santana tenta responder. Ou, pelo menos, tenta encontrar uma resposta.

“Nós acreditamos.  (A receita) é muita concentração e aproveitar as oportunidades. Vamos ter que ter muita frieza na hora de concluir. Mas fazer seis gols em Madri? É meio impossível, né? É uma missão difícil, mas não impossível. Vamos ver se nosso atacante Huntellar, que já jogou no Real Madrid, consegue fazer um bom jogo. Mas se eu disser que fazer 6 a 0 no Real Madrid fora de casa é algo fácil, vou estar mentindo”, falou.

Difícil é imaginar que discurso emocional se usa para uma situação tão inusitada e difícil como essa. Felipe conta que o técnico nem teceu comentários sobre isso com os jogadores. Vai sair do interior de cada um o combustível emocional.

“O discurso tem que vir da gente mesmo. Enquanto houver o quase, temos que lutar. Nós que fizemos esse 6 a 1 acontecer, agora cabe a nós tentar reverter.” Mas o brasileiro ainda conseguiu encontrar uma situação extra que possa ajudar no lado psicológico. "O jogo pode ser uma vitrine para alguns atletas até o início da Copa do Mundo."

Jamais um clube conseguiu reverter uma situação como essa na história da Liga dos Campeões. Ainda mais em se tratando de um time que tem como melhor resultado na história uma semifinal  na Liga contra uma equipe nove vezes campeã.

Como dito por Felipe Santana como “esperança” da equipe alemã, o Real mandará a campo vários reservas no duelo. Mas, o “fominha” Cristiano Ronaldo não quis ficar de fora. Qualquer partida vale na busca por seus gols e recordes, que podem sempre ajuda-lo na conquista de prêmios pessoais. Ele terá os jovens Jesé e Morata como companheiros de ataque.

No time espanhol, a ordem é evitar o salto alto, e a palavra chave para evitar um fracasso inesperado já tem nome: respeito. "Temos que respeitar o adversário e fazer o mesmo que fizemos no jogo de ida", falou o técnico Carlo Ancelotti.

Real Madrid e Schalke 04 se enfrentam às 16h45 (horário de Brasília), com Placar UOL Esporte. No mesmo horário, se enfrentam Chelsea e Galatasaray, em Londres. O primeiro jogo foi 1 a 1, na Turquia. O time inglês joga por vitória simples ou empate sem gols.