Topo

Liga dos Campeões não é assunto para novatos. Chelsea e Real mostraram isso

Do UOL, em São Paulo

19/03/2014 06h00

“É a hora de separar homens de meninos”, disse Michael Jordan em 1996 sobre os playoffs da NBA, a liga profissional de basquete dos Estados Unidos. Desde então, a frase tem sido usada constantemente como referência a fases agudas de competições esportivas. Em poucas vezes, porém, ela fez tanto sentido quanto na edição 2013/2014 da Liga dos Campeões da Uefa. Os jogos que classificaram Chelsea e Real Madrid para as quartas de final do torneio continental são provas disso.

O Real Madrid, por exemplo, poupou titulares na partida de volta contra o Schalke 04 – afinal, o time merengue havia vencido o primeiro duelo, disputado na Alemanha, por 6 a 1. A escalação da equipe espanhola teve oito jogadores formados nas categorias de base e uma série de jovens. Mas quem resolveu, como tem sido praxe nesta temporada, foi o português Cristiano Ronaldo.

Ronaldo marcou duas vezes na vitória do Real Madrid por 3 a 1. Eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo no ano passado, o português chegou a 13 gols na atual edição da Liga dos Campeões da Uefa. Apenas Lionel Messi, José Altafini e Ruud van Nistelrooy balançaram mais as redes em uma temporada (cada um anotou 14).

O primeiro gol de Ronaldo foi marcado após cruzamento do galês Gareth Bale, que havia sido poupado no início da partida da última terça-feira. Ele entrou no lugar de um dos jovens mais promissores do Real Madrid, Jesé Rodríguez, que sofreu ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho logo no início da partida.

Jesé, contudo, não foi o único jovem que teve problemas no jogo do Real Madrid. Autor do outro gol da equipe espanhola, o meio-campista Morata, 21, formado na base merengue, vinha sendo vaiado até o lance.

Até no Schalke 04 a experiência foi um fator determinante. O gol dos alemães foi marcado pelo defensor Tim Hoogland, que tem 28 anos.

Mas o jogo que ratificou a classificação do Real Madrid não foi o único em que os mais experientes foram protagonistas. Também foi assim no duelo entre Chelsea e Galatasaray, que haviam empatado por 1 a 1 na Turquia.

Os momentos que precederam a partida foram marcados por uma homenagem a Didier Drogba, ídolo do Chelsea, que atualmente defende o Galatasaray. Foi a primeira vez em que o marfinense de 36 anos enfrentou o ex-clube em Stanford Bridge.

Drogba defendeu o Chelsea por oito temporadas e foi um dos principais nomes da equipe londrina na conquista da Liga dos Campeões da Uefa 2011/2012. Ele foi homenageado no centro do campo e nas arquibancadas – torcedores levaram faixas com inscrições como “para sempre em nossos corações”.

Em campo, porém, outro veterano acabou logo com a festa de Drogba. Eto’o, 33, recebeu passe do brasileiro Oscar aos 4min e abriu o placar. Ainda no primeiro tempo, Cahil fez 2 a 0 para o Chelsea e definiu a classificação do time inglês.

A maior decepção do jogo também foi um jogador experiente. Burak Yilmaz, 28, deixou a Liga dos Campeões da Uefa sem ter marcado. Na temporada passada, o jogador do Galatasaray havia feito oito gols em nove partidas.

A experiência pesou na terça-feira até para os técnicos. Carlo Ancelotti, que comanda o Real Madrid, tornou-se o primeiro a chegar às quartas de final da Liga dos Campeões da Uefa com cinco equipes diferentes. E José Mourinho, do Chelsea, é o terceiro na história a disputar cinco edições consecutivas dessa fase (antes dele só Alex Ferguson e o próprio Ancelotti haviam conseguido isso).