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Ampliar recorde ou matar trauma. Quem precisa mais vencer a Champions?

Cristiano Ronaldo e Miranda disputam bola no clássico da cidade de Madri -  EFE/Ballesteros
Cristiano Ronaldo e Miranda disputam bola no clássico da cidade de Madri Imagem: EFE/Ballesteros

Do UOL, em São Paulo

24/05/2014 06h00

Pela campanha no torneio, o Atlético leva vantagem. Na história, a diferença é oceânica a favor do Real Madrid. O que vai valer mesmo é o jogo que começa às 15h45, neste sábado, em Lisboa e decidirá o título da Liga dos Campeões da Europa entre os dois clubes de Madri.

O certo é que mais do que terminar a temporada cumprindo o seu principal objetivo, levar a mais cobiçada taça do continente para casa representa objetivos distintos para os finalistas.
No Real Madrid, a conquista será a ampliação de um recorde que já pertence ao clube, que empilha nove troféus no seu museu, dois a mais do que o Milan.

Para o Atlético, o título viria como alento para um trauma histórico. Há quarenta anos, o clube disputou, contra o Bayern de Munique, a final da Taça dos Clubes Campeões da Europa, como era chamado o torneio. A decisão foi a única da história que teve duas partidas.

Quarenta anos depois, a derrota para o Bayern de Munique ainda é um tema polêmico. Os espanhóis venciam a final por 1 a 0, resultado que garantiria o título, sem a necessidade da disputa de um segundo jogo.

Faltando 20 segundos para o jogo acabar, o zagueiro alemão Schwarzenbeck chutou de fora da área em direção ao gol do Atlético. A bola entrou e Miguel Reina virou personagem de uma lenda. Segundo o técnico do time, o argentino Juan Carlos Lorenzo, o goleiro estava distraído, conversando com um fotógrafo no momento do gol. 

“Sabe o que estava fazendo o Reina na hora do chute? Dando as luvas de presente para o fotógrafo do Marca. Claro que foi gol. Ficamos desesperados. Vicente Calderón, o presidente, quase morre no vestiário. Não encontrávamos o Reina em nenhum lugar depois do jogo”, afirmou Lorenzo, em entrevista à revista El Gráfico, da Argentina.

Com o empate, o título foi decidido em outra partida, vencida por 4 a 0 pelo Bayern de Munique. Em entrevista ao UOL Esporte, o capitão do time, Adelardo, não confirmou a história do técnico argentino, falecido em 2001.

“Não sei disso”, se limitou a dizer. “Erámos um grande time e fizemos uma campanha muito boa. Aquele gol foi um golpe muito forte. A equipe se ressentiu muito para a segunda partida”, diz Adelardo Rodríguez, que reclama do regulamento da época.

“Foi a única vez que houve esse segundo jogo. A UEFA fez isso para ganhar mais dinheiro”, afirma.

La Décima?
Maior vencedor de títulos da Liga dos Campeões, o Real Madrid não perde a sede de levar o troféu. Há doze anos, o clube não é campeão do torneio. O fracasso em temporadas anteriores custou o emprego de muitos treinadores desde então.

O mais caro deles, o português José Mourinho, deixou de ter ser contrato renovado após cair pele terceira vez seguida nas semifinais do torneio em 2013. Carlo Ancelotti o substituiu e levou o clube à final.

“Carlo nos deu mais companheirismo, fez mais grupo e pediu mais responsabilidade aos jogadores”, afirmou Casillas, que pode levantar “La Décima”, como os torcedores do clube definem a conquista que pode vir neste sábado.

FICHA TÉCNICA
REAL MADRID x ATLÉTICO DE MADRI

Local: Estádio da Luz, em Lisboa (Portugal)
Data: 24 de maio de 2014, sábado
Horário: 15h45 (de Brasília)
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (ambos da Holanda)

REAL MADRID: Casillas; Carvajal, Pepe (Varane), Sergio Ramos e Coentrão; Ilarramendi, Modric e Di Maria; Bale, Cristiano Ronaldo e Benzema
Técnico: Carlo Ancelotti

ATLÉTICO DE MADRI: Courtois; Juanfran, Miranda, Godín e Filipe Luis; Tiago, Gabi, Koke e Arda Turan (Raul García); Adrián e Diego Costa (Villa)
Técnico: Diego Simeone