Barça bate Ajax com gols de Messi e Neymar em "esquenta" para Superclássico
Como um Fórmula 1 na busca do maior rival, o Barcelona não quis perder tempo com um retardatário, por mais respeito que ele mereça. A quatro dias do confronto com o Real Madrid, que marcará a estreia de Luis Suárez, o time catalão não teve trabalho diante de um Ajax bem menos poderoso do que reza a tradição. Em casa, com gols de Messi e Neymar, a equipe azul-grená venceu fácil por 3 a 1 e agora pode pensar apenas no Superclássico do próximo sábado.
A vitória foi definida antes dos 25 minutos do primeiro tempo, quando o Barcelona já vencia por 2 a 0 e ameaçava uma goleada. O gol do Ajax e o terceiro dos catalães, ambos depois dos 40 minutos da etapa final, não mudaram esse panorama. Os três pontos conquistados mantêm os catalães na segunda colocação do Grupo F com seis pontos em três jogos. O azar foi que o PSG também venceu, no finzinho, e se manteve na liderança com sete.
Terminar a ida da primeira fase da Liga dos Campeões com uma vitória é um alívio para o Barcelona, que na rodada passada havia perdido com contundência para o PSG fora de casa. Sem o torneio continental para se preocupar, o time de Luis Enrique pode focar-se no primeiro encontro do ano com o Real Madrid, quando os dois times medirão forças entre seus elencos renovados de estrelas na última janela de transferências.
Fases do jogo:
Quem viu a derrota para o PSG na segunda rodada não tardou a perceber as diferenças para a partida desta terça. Se o Barcelona naturalmente faria mais que no jogo anterior, o Ajax também jogaria bem menos que o PSG.
Faltavam armas aos holandeses, que sucumbiram a uma marcação adiantada do Barcelona, liderado por Mascherano surpreendentemente posicionado como volante. Com Messi no comando de ataque, o time da casa demorou 24 minutos para fazer 2 a 0.
O primeiro foi de Neymar, que completou de primeira, com categoria, um passe inteligente do companheiro argentino. Messi, por sua vez, faria o dele após um lançamento de Iniesta, contando com uma ajuda do goleiro Cilessen. Pedro, com uma bola na trave, e Iniesta, depois de uma grande jogada individual, quase ampliaram antes do intervalo.
Perder de pouco, então, passou a ser a missão do Ajax, que se fechou para não ver seu saldo de gols virar pó. Durante todo o segundo tempo, o jogo se concentrou basicamente entre a intermediária ofensiva do Barcelona e a meta dos holandeses, que em uma mistura de sorte e dedicação.
Só quando Messi e Neymar deixaram o gramado, a 20 minutos do fim, o Ajax cresceu e passou a se arriscar. Na base da pressão, com uma ajuda da defesa do Barça, os holandeses marcaram após uma confusão na área, com El Ghazi, mas levaram o revide nos acréscimos, com um belo gol de Sandro.
O melhor: Lionel Messi. Rápido e solidário, o argentino puxou os contra-ataques mortais do Barcelona e deixou seus companheiros na cara do gol quando pôde. Inteligente, também soube encontrar espaço entre os zagueiros do Ajax para marcar o seu e coroar uma grande atuação.
O pior: Defesa do Ajax. O time holandês teve muita dificuldade para sair jogando e cobrir suas laterais, onde o Barça conseguiu seus dois primeiros gols. Mais que isso, a marcação também falhou no combate direto, como mostra o quase-gol de Iniesta no primeiro tempo, em que ele invade a área praticamente sem oposição.
Chave do jogo: Contra-ataque catalão. Fugindo às suas raízes de muita retenção de posse de bola, o Barcelona apostou em uma marcação adiantada e transição rápida da defesa para o ataque. Com isso, aproveitou a defesa do Ajax desarrumada e acabou com o jogo sem dificuldade.
Toque dos técnicos: Luis Enrique escalou Mascherano pela primeira vez como volante, posição original do argentino. Ele dominou o meio-campo com seis desarmes e permitiu que o Barcelona chegasse com mais rapidez ao ataque.
Para lembrar:
Trio incompleto: No próximo fim de semana, a dupla Messi-Neymar deve ganhar o reforço de luxo de Suárez, que poderá estrear justamente no Superclássico. Terceiro elemento desta terça, Pedro poderia ter deixado o dele, mas mandou um belo passe de Messi na trave, ainda no primeiro tempo.
Eterna disputa: O segundo gol do Barça foi o 69º do argentino na Liga dos Campeões. Com isso, ele iguala Cristiano Ronaldo na segunda colocação da lista de artilharia histórica da competição. O recorde é de Raúl, ídolo do Real Madrid, que tem 71.
Messi sacado: No fim de semana, gerou polêmica a não-substituição do argentino, que recusou-se a sair durante um jogo do Espanhol. Nesta terça, as câmeras que haviam flagrado Luis Enrique recebendo a recusa do craque voltaram a mostrar o treinador na hora em que o camisa 10 foi sacado, mas nenhum dos dois esboçou qualquer reação estranha.
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