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Barcelona bate Ajax e avança na Liga em noite histórica para Messi

Do UOL, em São Paulo

05/11/2014 19h34

O Barcelona venceu o Ajax por 2 a 0, em Amsterdã, e se classificou antecipadamente para as oitavas de final da Liga dos Campeões, mas a noite na Holanda foi de Lionel Messi.

Autor dos dois gols do triunfo, o meia-atacante argentino chegou a 71 e se igualou Raul Gonzalez, ídolo do Real Madrid, como o maior artilheiro da história da competição.

A marca, por si só, é histórica. Messi chega à ponta da artilharia aos 27 anos, dois a menos que Cristiano Ronaldo e oito a menos do que Raul quando o espanhol chegou aos 71 gols, atuando pelo Schalke 04.

No atual contexto, porém, a briga direta com Cristiano Ronaldo talvez valha até mais para o argentino, que vê seu maior rival arrancar melhor na temporada. Messi, que vem sendo questionado justamente pela perda de poder de fogo, consegue roubar uma meta individual que o português perseguia abertamente.

O recorde também é um alívio para o Barcelona. Depois das derrotas para Real Madrid e Celta de Vigo, pelo Espanhol, o time catalão estava pressionado pelos críticos. Se não mudou esse cenário com uma atuação mediana, ao menos o time conseguiu um novo foco (positivo) para a imprensa: o seu camisa 10.

Com a vitória fora de casa, o Barcelona chegou a nove pontos no Grupo F, um a menos que o PSG, que venceu o Apoel na rodada. Como o time cipriota e o Ajax têm poucos pontos (um e dois, respectivamente, o time catalão está classificado por antecipação.

Fases do jogo: A fase instável do Barcelona pode ter sido o combustível que o Ajax precisava. Jogando suas últimas chances de classificação em um grupo disputado, o time holandês decidiu agredir o time catalão, ignorando o favoritismo natural de um time que tem Neymar, Messi e Suárez.

Movimentação, troca de passes rápidas e, pasmem, posse de bola, foram as armas do Ajax. Sem nenhum virtuose em seu elenco, o time da casa se impôs no campo de ataque e, surpreendentemente, ficou mais tempo com o domínio do que o Barcelona, contrariando a característica histórica dos catalães.

O problema é que faltou pontaria ao Ajax, que errou cinco dos seis primeiros chutes que deu a gol. Como é impossível negar chances a um time com um ataque como o do Barça, o castigo veio. Após uma cobrança de falta de Messi, Bartra brigou pela bola com o goleiro Cilessen, cruzou para o meio e encontrou o argentino livre para, de cabeça, em uma jogada para lá de estranha, abrir o marcador aos 35 minutos do primeiro tempo.

O gol frustrou o ímpeto do Ajax, que viu seu domínio infrutífero ser abatido por um lance isolado. Com a vantagem, o Barça equilibrou as ações e, ainda que tenha mostrado um futebol mediano novamente, manteve o domínio das ações, perdendo chances com Alba, Neymar e Suárez.

Ao Ajax coube o contra-ataque. O time holandês assustou esporadicamente e chegou a mandar uma bola na trave, mas viu suas chances acabarem com a expulsão de Veltman. Com um homem a menos, o Barcelona sobrou. Em jogada de Pedro, Lionel Messi deu números finais ao confronto e alcançou a artilharia histórica.

O melhor: Lionel Messi. O argentino fez os dois gols da vitória do Barcelona, decidiu o confronto e ainda quebrou um recorde histórico. Ainda que não tenha sido brilhante com a bola nos pés, o camisa 10 dominou a noite em Amsterdã.

O pior: Movimentação do Barça. Messi, Neymar e Suárez formam o ataque dos sonhos do time catalão, mas ainda não desabrocharam jogando juntos. Isolados, os três se movimentam pouco, não se aproximam e deixam a equipe menos perigosa do que se imaginaria.

Chave do jogo: Primeiro gol de Messi. O Barcelona abriu o placar de forma quase fortuita, quando o Ajax era melhor. Depois de uma cobrança defendida por Cilessen, Neymar ajeitou, Xavi deu um balão para a área e Bartra ganhou uma disputa com o goleiro do Ajax, que saiu mal, para servir Messi. Foi um banho de água fria no time da casa.

Toque dos técnicos: Luis Enrique ainda não encontrou solução para a distância entre seus três principais jogadores. Neymar e Suárez ficam isolados na esquerda e na direita, respectivamente, e só são conectados por Messi. Como o argentino não brilha, o ataque do Barcelona não flui como se espera.

Para lembrar:
Velha casa:
Suárez estreou pelo Barcelona na Liga dos Campeões em um lugar bastante familiar, já que de 2007 a 2011 o uruguaio foi jogador do Ajax. Na volta a Amsterdã, ele foi recebido com homenagens e adiantou que não comemoraria caso marcasse.

Quase recorde: O gol da vitória foi o 70º de Lionel Messi na história da Liga dos Campeões. Com ele, o argentino igualou Cristiano Ronaldo e está a um de virar o maior artilheiro do torneio em todos os tempos, marca que hoje pertence a Raúl Gonzalez, ídolo do Real Madrid.

De novo o Barça: Esse é o segundo ano seguido que o time catalão elimina o Ajax na fase de grupos da Liga. No ano passado, embora tenha vencido Neymar e companhia em casa, a equipe de Amsterdã caiu em um grupo que ainda tinha Milan e Celtic.