Com Ancelotti em xeque, Real tenta abafar 'crise de rico' na Champions

O Real Madrid é favorito contra o Schalke 04 a avançar às quartas de final da Liga dos Campeões, nesta terça-feira, no Santiago Bernabéu. Mas entrará em campo vivendo sua pior fase na temporada e em meio uma “crise de rico”.

Termo inusitado? Mas se explica. Mesmo com a vantagem nas oitavas da Champions (venceu o jogo de ida na Alemanha por 2 a 0) e vice-líder do Campeonato Espanhol apenas um ponto atrás do Barcelona, o Madrid jogará sob críticas da imprensa espanhola e olhares desconfiados da torcida Merengue após uma série de fatos negativos que marcaram o início de 2015.

O Real foi desclassificado pelo Atlético de Madrid na Copa do Rei e goleado por 4 a 0 na Liga; viveu polêmica fora dos gramados com a festa de aniversário de CR7; viu o rendimento de seu trio de ataque cair em declive (principalmente do melhor do mundo Cristiano Ronaldo, que anotou “apenas” cinco gols nas últimas nove rodadas do Espanhol); teve várias lesões de jogadores importantes no elenco, como Modric, Pepe, Khedira e Sergio Ramos; e perdeu a liderança do Espanhol para o Barcelona após quatro meses na ponta da liga.

Em que pese, o time de Carlo Ancelotti está colado no líder do campeonato nacional e vivo no principal torneio continental. Cenário que não configuraria uma crise na maioria dos clubes do mundo. No Real Madrid, porém, é diferente. E o treinador italiano é questionado pela primeira vez desde que chegou ao clube e conquistou a Champions e o Mundial de Clubes.

Um time “frouxo”, “sem magia” e “em queda livre” são apenas alguns termos cunhados pela imprensa espanhola nos últimos dias para ilustrar o time de Ancelotti. Diante das críticas, o italiano não calou.

"Desde que comecei minha carreira de treinador, este tema da 'mão de ferro' volta à tona quando problemas aparecem. Mas essa 'mão frouxa' já me ajudou a ganhar três Ligas dos Campeões", lembrou o treinador, que antes de conquistar “La Décima” com o Real faturou dois títulos europeus com o Milan, em 2003 e 2007.

Mas Ancelotti também admitiu sua mea-culpa pela fase ruim do time. "É bastante confuso o que estamos fazendo quando atacamos. Buscamos soluções individuais quando necessitamos combinar, jogar mais rápido e com menos toque", disse o técnico italiano, que revelou ter recebido mensagens de apoio do presidente Florentino Pérez.

“Ele me chamou muitas vezes para dar seu apoio e ânimo. Sobretudo nesta semana, me apoiou muito. O clube tem muita confiança no meu trabalho e eu o agradeço por isso", afirmou o técnico em entrevista coletiva antes do jogo contra o Schalke.

Outro alvo predileto da imprensa de Madrid, o trio de ataque formado por Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo caiu de produção desde a virada de ano, mas conta com o apoio do técnico.

"Eles nos deram muito e tenho total confiança neles. O rendimento caiu, mas foi uma queda geral, não apenas dos três. Fizeram menos gols, mas acho que é porque o resto da equipe não está ajudando muito os atacantes", analisou.

Para o jogo contra o Schalke, Ancelotti contra com a volta de Modric e Khedira, que devem começar o jogo no banco de reservas, segundo treinador. O brasileiro Lucas Silva e Illarramendi disputam  a vaga no meio-campo ao lado de Kroos. Sergio Ramos continua fora e tem previsão de volta para o próximo jogo no Espanhol, no domingo, contra o Valencia.