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Ídolo pop dos anos 60, George Best levou o Manchester ao topo da Europa

George Best, um dos ícones do futebol da Inglaterra nos anos 60 e 70, amava carros - Popperfoto/Getty Images
George Best, um dos ícones do futebol da Inglaterra nos anos 60 e 70, amava carros Imagem: Popperfoto/Getty Images

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

23/03/2015 06h00

Vencido pelo álcool, o lendário atacante norte-irlandês George Best morreu precocemente aos 59 anos, em 2005, depois de uma vida intensa, dentro e fora dos campos. Nos mais de dez anos em que permaneceu no inglês Manchester United, colecionou gols, polêmicas, e ajudou a levantar a primeira Liga dos Campeões do clube em 1968, contra o Benfica de Eusébio. Está seguramente entre as lendas do futebol mundial.
 
Ele foi mais do que um jogador e assumiu o status de ídolo pop dos anos 1960. O garoto introvertido que vivia em Belfast, aos 15 anos foi visto por um olheiro. Imediatamente este mandou um telegrama a Matt Busby, técnico do Manchester United, com os seguintes dizeres: "Acredito que descobri um gênio". Dois anos depois, aos 17 anos, lá estava Best desfilando o seu futebol pelo Manchester.
 
Pelo time, de onde se despediu em 1974, disputou 474 partidas, com 181 gols. Fora de campo se transformou em garoto-propaganda e símbolo sexual da época. Nunca escondeu suas preferências fora de campo: bebidas e mulheres. Também era um frasista de mão cheia. "Em 1969, dei um tempo com bebidas e mulheres. Foram os piores 20 minutos da minha vida."
 
De tão popular, deixou o caderno de esportes dos jornais para aparecer entre as celebridades. Ganhou o apelido de 5º Beatle, por conta de sua popularidade. Rico, famoso e boa pinta, dividia a vida entre festas, corridas com carros esportivos e claro, mulheres.
 
Durante a carreira, se transformou em empresário. Abriu casas noturnas, manteve algumas lojas de grife  investiu até em uma pequena empresa de aviões.
 
Após a sua saída do Manchester, em 1974, nunca mais foi o mesmo. Teve passagens sempre rápidas por times da Irlanda, África do Sul, Estados Unidos, Austrália e novamente na Inglaterra. Jogou, mesmo sem brilho, até 1984. Em 1982, houve uma campanha para que disputasse a Copa do Mundo da Espanha pela Irlanda do Norte, mas não conseguiu.
 
A bebida fez com que ele precisasse se submeter a um transplante de fígado em 2002. Na ocasião, chegou a admitir os excessos. "Todos viam que eu estava doente, menos eu."
 
Em uma de suas frases de efeito, chegou a zombar de David Beckham, quando este estourou no futebol inglês. "O Beckham não sabe chutar com o pé esquerdo, não sabe cabecear, não sabe fazer faltas e não marca muitos gols. Fora isso, é um bom jogador", divertia-se.
 
Sobre sua vida sexual, não deixou por menos. "Dizem que tentei dormir com sete misses mundo. Não é verdade. Foram apenas quatro. As outras três é que vieram atrás de mim". Sobre a gastança de dinheiro, admite que nunca foi um poupador. "Gastei muito dinheiro com bebidas, mulheres e carros velozes. O resto, esbanjei".
 
Cinco dias antes de morrer, deixou-se fotografar, já em estado terminal. E fez um apelo aos que viram a imagem. "Não morram como eu morri".