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Comparado a Garrincha, argelino brilha no Porto e é cobiçado por gigantes

Yacine Brahimi celebra gol do Porto contra o BATE Borisov, pela Liga dos Campeões - Rafael Marchante/Reuters
Yacine Brahimi celebra gol do Porto contra o BATE Borisov, pela Liga dos Campeões Imagem: Rafael Marchante/Reuters

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

27/03/2015 06h00

Desde que chegou ao Porto no início da temporada, o meia Brahimi, 25, deixou a diretoria do clube eufórica. Os portugueses estão certos de terem feito um grande negócio ao contratar o jogador, que é de origem argelina, mas nasceu em Paris. De lá para cá são constantes as especulações de interesse dos gigantes europeus pelo atleta.
 
Não demorou para que fosse comparado com outra estrela portista, o também argelino Rabah Madjer, que ajudou o clube português a conquistar a Liga dos Campeões em 1987. Habilidoso, Madjer marcou um gol de calcanhar na final do torneio, contra o Bayern de Munique. Na Espanha, jogou pelo Granada, onde ganhou o apelido nada modesto de "O Garrincha de Granada".
 
Na chegada ao Porto, Brahimi foi um dos poucos que se firmou rapidamente como titular. É atualmente considerado o motor do time. Avança pelos lados, chega em diagonal, é bom nas tabelas, e ainda costuma finalizar bem. Na Liga dos Campeões, marcou cinco gols nas seis primeiras partidas, três deles nas estreia. 
 
Na vitória contra o Athletic, em Bilbao, que valeu classificação às oitavas de final, marcou um e deu assistência para o outro. O técnico do Porto, o espanhol Julen Lopetegui, não economiza elogios.
 
"Ele é um jogador de grande qualidade, mas que pode melhorar ainda mais. Estamos muito satisfeito com ele, mas vejo espaço para que possa evoluir. Ele é, acima de tudo, um jogador muito completo", diz.
 
Brahimi defendeu a seleção francesa a partir do sub-16 até o sub-20. Quando se profissionalizou, preferiu defender a seleção da Argélia. Ele foi um dos destaques da seleção africana e marcou um gol na primeira fase, contra a Coreia do Sul, garantindo a presença da equipe nas oitavas de final, em que, por pouco, a equipe não eliminou a Alemanha.
 
No futebol francês, Brahimi iniciou a sua carreira no Rennes, clube em que se destacou. Depois de um empréstimo para o Clermont, da segunda divisão francesa, ajudou o Rennes a chegar ao terceiro lugar na Liga Francesa, empatado em pontos com o PSG na temporada 2010/2011.
 
Com o destaque na França, foi negociado com o modesto Granada, da Espanha, que defendeu por duas temporadas. Lá ele se destacou como um dos principais dribladores do campeonato.
 
Foi considerado o melhor jogador africano do ano passado. Ele sabe que no Porto ganhou protagonismo e espera-se cada vez mais dele. "As exigências são diferentes das que tinha no Granada. No Porto temos de ganhar todos os jogos", diz ele, que acredita que a Copa do Mundo realizada no Brasil foi importante, mas não mudou radicalmente sua carreira.
 
"Não foi exatamente o Mundial que me fez mudar. O que sou hoje resulta de muito trabalho. Também porque percebi que era a eficácia que fazia a diferença". 
 
Contratado por 6,5 milhões de euros em julho do ano passado, a multa contratual é de 50 milhões de euros, dinheiro que o Manchester City estaria disposto a dispensar pelo atleta ao fim desta temporada.
 
O Porto pagou o valor ao Granada e logo em seguida vendeu 80% dos direitos econômicos do atleta a um fundo de investimentos, pelo valor de 5 milhões de euros. No acordo está contemplada a opção de recompra dos direitos do atleta.