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Discreto, Müller é xodó do Bayern e aposta da Alemanha

Thomas Müller comemora após marcar contra o Barcelona, em 2013 - EFE/Alberto Estvez
Thomas Müller comemora após marcar contra o Barcelona, em 2013 Imagem: EFE/Alberto Estvez

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

03/04/2015 06h00

O atacante alemão Thomas Müller, do Bayern de Munique,  tem boas chances de se tornar o maior artilheiro da história das Copas do Mundo e superar o seu conterrâneo Miroslav Klose, que no Brasil, assumiu a liderança isolada da lista, com 16 gols. Aos 25 anos, Müller jogou os Mundiais da África do Sul e do Brasil, com cinco gols em cada edição. Ídolo do Bayern, clube em que chegou aos 11 anos, teve papel fundamental na conquista da Liga dos Campeões de 2012 e nos mais de dez títulos pela equipe, em que se profissionalizou em 2009.
 
Se na final contra o Borussia Dortmund ele passou em branco, talvez o seu jogo inesquecível no torneio tenha sido na semifinal contra Barcelona, em Munique. Naquela noite, ele marcou o primeiro e o último gol da inacreditável goleada por 4 a 0. Ainda que em leve decadência, o Barcelona ainda era um time praticamente imbatível naquela ocasião. No jogo de volta, nova goleada, desta vez por 3 a 0, com o último gol marcado por ele.
 
O técnico da Alemanha, Joachim Low, define assim o jogador: "Thomas é um jogador muito incomum, diferente. Como treinador, muitas vezes não consigo prever sua trajetória em campo, tem interpretação muito difícil por parte do oponente. Seu único foco é o gol e por isso se torna tão perigoso".
 
O elogio é extensivo às suas atuações pelo Bayern. "Não só na Copa do Mundo, mas em diversas outras partidas comprovou ter estilo para criar situações perigosas para os oponentes, consegue se safar de situações que outros não conseguiriam. É difícil interpretar o que ele vai fazer".
 
Pelo clube, entre os títulos mais importantes estão três campeonatos alemães, três copas da Alemanha e a Liga dos Campeões. Ele ainda conquistou o Mundial Interclubes de 2013, em final contra o Raja Casablanca.
 
Nascido na pequena cidade de Weilheim, no interior da Alemanha, Müller é conhecido por ser um atleta de hábitos simples, ao contrário das principais estrelas do futebol mundial. Após a Alemanha vencer a Copa do Mundo do Brasil, no ano passado, dizia não acreditar no que estava acontecendo.
 
"Quando um homem como eu fica sem palavras é porque tem algo estranho. É inacreditável essa final. Tudo que conseguimos como equipe é difícil descrever. O Götze veio para marcar o gol, simplesmente entrou e fez, isso descreve nosso time", falou o jogador.
 
Müller foi o autor de um dos sete gols na goleada de 7 a 1 contra o Brasil, em uma das semifinais. Na estreia, marcou três vezes contra Portugal. Com apenas 25 anos, ele é o xodó da torcida do Bayern de Munique. Apesar da elevada estatura de 1,86 m, consegue aliar velocidade, força, técnica e oportunismo nas jogadas dentro da área. Com passadas largas, o atacante também pode atuar como meia, já que uma de suas características é arrancar com objetividade em direção ao gol.
 
Müller fez sua estreia na seleção alemã só em 2010, como titular na derrota por 1 a 0 para a Argentina, em amistoso disputado em março. Ele é parte da renovação feita pelo técnico Joachim Löw, que, para a Copa da África do Sul, apostou no talento das revelações do futebol alemão.
 
A sua ascensão foi rápida como as suas investidas em campo. Em fevereiro de 2009, Müller subiu para a equipe principal do Bayern de Munique, depois de ser um dos destaques do time B do clube, que disputa divisões inferiores do futebol alemão. Versátil, ele também já atuou como volante e ala, mas ganhou uma vaga de titular por suas atuações no ataque.
 
Em 2010, o atleta esteve na África do Sul com a seleção alemã e foi a grande revelação da equipe, alcançando a artilharia do Mundial ao lado de Villa, Sneijder e Forlán. A Alemanha fez uma boa campanha na Copa do Mundo, mas caiu na semifinal diante da Espanha. Mesmo assim, o time ainda acabou na terceira colocação ao bater o Uruguai.
 
No ano passado, quando se noticiou que Müller poderia deixar o Bayern, Beckenbauer pediu para que o clube desistisse de qualquer tipo de negócio que envolvesse o jogador. "O clube deve fazer o possível para manter Müller. Eles (Bayern) só devem procurar uma outra solução se ele se recusar categoricamente a ficar", disse ele.
 
Na época noticiou-se que o jogador estaria insatisfeito com o comando de Pep Guardiola e que o Manchester estaria interessado em seu futebol. No segundo semestre falou-se do interesse do Barcelona em contratá-lo. O jogador tem compromisso com o Bayern até 2019.