Topo

Time do século, Real Madrid conquistou as primeiras Ligas dos Campeões

Puskas marca um dos gols na goleada de 7 a 3 contra o Eintracht Frankfurt - AP
Puskas marca um dos gols na goleada de 7 a 3 contra o Eintracht Frankfurt Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

06/04/2015 06h00

O supertime do Real Madrid montado pelo presidente Santiago Bernabéu nos anos 50 é considerado o melhor todos os tempos. Com ele, o clube conquistou cinco dos dez títulos europeus de sua história. A equipe tinha uma verdadeira seleção mundial, com Alfredo di Stéfano, Ferenc Puskas, Francisco Gento e José Santamaría, entre outros.

A liga nasceu na temporada 1955-1956 e daí em diante foram cinco títulos consecutivos conquistados pelo Real, que foi hegemônico até 1960. Na seqüência de finais, foram batidos o Stade Reims (FRA), Fiorentina (ITA), Milan (ITA), Stade Reims e Eintracht Frankfurt (ALE). A equipe só voltaria a levantar o troféu em 1966, após superar o Partizan, da antiga Iugoslávia.
 
Para montar o esquadrão, Bernabéu recorreu a jogadores de diversos países, naquela que foi considerada uma seleção mundial. Do Millonarios, da Colômbia, trouxe em 1953 o argentino Di Stéfano, o cérebro do time. 
 
Para ter Di Stéfano, o Real Madrid travou uma guerra particular com o Barcelona. Sua vitória mudou a história do futebol mundial.  Em janeiro de 1953, o Barcelona comprou 50% do passe do atacante do River Plate. Mas o Real comprou a metade do passe de Di Stéfano que pertencia ao Millionarios de Bogotá. Coube à Fifa decidir onde ele jogaria. Ficou definido que o jogador faria um rodízio entre os dois times, entre 53 e 57. Uma temporada em cada equipe.
 
O Barcelona protestou, ameaçou vendê-lo ao futebol italiano, mas acabou desistindo. Ficou para a história que a decisão se deveu a uma interferência do ditador Francisco Franco para que Di Stéfano terminasse em Madri.
 
Pouco depois veio o talentoso ponta-esquerda esquerda Gento, conhecido como o "Napoleão da Finta". Em 1956, novos reforços: o francês Raymond Kopa e o super-craque húngaro Ferenc Puskas (que só jogaria em 1959 após cumprir suspensão por ter abandonado o Honved, sem autorização). Depois deles ainda chegaram o brasileiro Didi e o uruguaio zagueiro Santamaria.
 
A primeira final da história da Liga dos Campeões foi disputada contra o Stade Reims, da França, que tinha Kopa na equipe. E foi nesse jogo que o Real se interessou por ele e o contratou. O jogo terminou 4 a 3 para os madrilenhos, depois de o Reims ter ficado em vantagem por três vezes. 
 
No ano seguinte, contra a Fiorentina, o placar foi mais tranquilo, com vitória do Real por 2 a 0. Em 1958 foi a vez de o Milan sentir a força dos espanhóis e ser derrotado por 3 a 2. 
 
Naquela que seria a revanche de 1956, o Real Madrid bateu novamente o Reims, desta vez por 2 a 0. E maior goleada ocorreu em 1960: 7 a 3 contra o Eintracht Frankfurt. De quebra, a equipe ficou ainda com o primeiro mundial interclubes, em 1960. Depois de um heroico 0 a 0 no Uruguai, veio uma goleada por 5 a 1 em Madri, para um público de 90 mil pessoas. Puskas (2), Di Stéfano, Herrera e Gento fizeram os gols do primeiro mundial do clube.
 
Di Stéfano foi a principal estrela da Europa, com memoráveis exibições com a camisa do Real. Foram 11 temporadas no clube, até 1969. No período conquistou nada menos que 18 títulos, com 308 gols.
 
A chegada de Puskas, em 1958, foi cercada de desconfiança, já que ele tinha 31 anos e lutava contra a balança. Além das 3 Liga dos Campeões que conquistou pela equipe, de quebra, ainda marcou 242 vezes. 
 
Gento ficou ainda mais tempo no time, entre 1953 e 1971, em impressionantes 761 jogos. Ele é é o único jogador na história a conquistar seis vezes a Ligas dos Campeões, repetindo o feito em 1966, após as cinco conquistas consecutivas.