Topo

5 razões para acreditar que o Real Madrid vai bater o Atlético na Liga

Do UOL, em São Paulo

14/04/2015 05h00

Real Madrid e Atlético começam, nesta terça, a fazer um dos confrontos mais esperados das quartas de final da Liga dos Campeões. O jogo no Vicente Calderón, às 15h45, com acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte, é só o primeiro ato de um clássico que começou há pouco mais de um ano, quando os dois rivais se enfrentaram na final do ano passado, com vitória para os merengues.

Desde então, os dois se enfrentaram outras seis vezes, viram a rivalidade se acirrar e entrarão em campo cercados de tensão e expectativa. Quem vai vencer?

Neste texto, listamos os motivos para você acreditar no Real Madrid: (Não concorda? Se quiser, pode conferir as razões para apostar no Atlético aqui)

1 - Estrelas

Cristiano Ronaldo recebe o troféu Bola de Ouro da Fifa. Português é eleito o melhor jogador do mundo - AFP PHOTO / FABRICE COFFRINI - AFP PHOTO / FABRICE COFFRINI
Imagem: AFP PHOTO / FABRICE COFFRINI
Cristiano Ronaldo é o atual Bola de Ouro, Bale é o jogador mais caro do mundo, James Rodriguez assombrou o mundo com o gol mais bonito da Copa e Kroos foi campeão com a Alemanha. Em termos de nome, o Real Madrid dá inveja a quase todos os times do mundo.

A comparação com o Atlético, time calcado na dedicação dos jogadores e na tática de Simeone, é especialmente favorável aos merengues. A qualidade individual do elenco do Real é tão grande que hoje Carlo Ancelotti se dá ao luxo de ficar em dúvida entre Isco, James ou Bale para a última vaga do meio-campo, que já tem Modric e Kroos.

No Atlético, Simeone tem de se virar com jogadores de potencial como Koke, Griezmann e Turan ou “refugos” de outros gigantes como Mandzukic, Tiago e Fernando Torres. Nada que assuste o time “colchonero”, diag-se, que faz disso uma virtude. Em termos de quantidade de estrelas, porém, a equipe do Vicente Calderón fica bem atrás dos rivais, consideravelmente mais ricos.

2 - Encaixado de novo

Na primeira metade da temporada, ninguém brilhou como o Real Madrid, que atropelou todo mundo que viu pela frente. Fez 3 a 1 no primeiro clássico com o Barcelona, bateu o Liverpool com facilidade na Liga dos Campeões e mostrou um futebol encantador com duas linhas de quatro e só Cristiano Ronaldo e Benzema mais avançados.

As lesões de Modric, Sergio Ramos e James, além de uma rara má fase de Cristiano Ronaldo, porém, interromperam a série do Real. No início de 2015, o time vacilou. Perdeu a liderança do Espanhol para o Barcelona, passou apertado pelo Schalke nas oitavas da Liga e atingiu o fundo do poço ao levar 4 a 0 do Atlético, que também o havia eliminado da Copa do Rei. 

Desde o último clássico contra o Barcelona, porém, a maré virou: são três vitórias seguidas e a diferença para o Barça já diminuiu. Ancelotti diz que o time voltou a jogar com o “espírito certo”. Pesa para isso o retorno de Modric, que ficou quase quatro meses fora por uma lesão na coxa esquerda. O croata faz o trabalho sujo do meio-campo melhor que Khedira, Illarramendi ou Lucas Silva, que o substituíram. 

Na Espanha, analistas táticos são unânimes em dizer que um dos trunfos do Real Madrid foi justamente o domínio do meio-campo, quando jogadores como Koke, Tiago, Saúl e Raúl venceram a briga da posse de bola e criação. Com Modric, os merengues podem virar o jogo de vez e repetir o bom desempenho de 2014.

3 - Retrospecto

24.mai.2014 - Sérgio Ramos celebra seu gol que salvou o Real Madrid e levou jogo à prorrogação - EFE/EPA/JOSE SENA GOULAO - EFE/EPA/JOSE SENA GOULAO
Imagem: EFE/EPA/JOSE SENA GOULAO
Sempre que enfrentou o Atlético de Madri no mata-mata da Liga dos Campeões o Real Madrid venceu o torneio. A afirmação é verdadeira, embora seja um tanto quanto enganosa. Além da final do ano passado, o único outro encontro foi na semifinal de 1959, quando o timaço de Di Stefano e Puskas conquistou a Europa mais uma vez.

Ainda assim, é difícil dizer que o retrospecto não conte no confronto. O Atlético, via de regra, é o primo pobre do Real, um dos times mais poderosos do planeta. No passado, os merengues deram uma prova de sua força ao arrancarem uma temporada quase perfeita das mãos de Simeone e companhia nos acréscimos do segundo tempo.

O Atlético vencia por 1 a 0 quando Sergio Ramos fez, de cabeça, o gol do empate do Real Madrid. Na prorrogação, os merengues fizeram 4 a 1 e decretaram a dolorida derrota no clássico.

4 - Surpresas sem vida longa

Jogadores do Borussia Dortmund lamentam eliminação para a Juventus - PATRIK STOLLARZ/AFP - PATRIK STOLLARZ/AFP
Imagem: PATRIK STOLLARZ/AFP
Sem o orçamento de um gigante do porte do próprio Real Madrid, o Atlético foi uma surpresa na temporada passada. Times médios ou pequenos que chegam longe na Liga dos Campeões não são exatamente uma novidade, mas é raro que eles consigam manter o nível.

Antes do Atlético de Simeone, Borussia Dortmund, Schalke 04, Monaco, Porto e Bayer Leverkusen já conseguiram chegar pelo menos às semifinais da Liga, contando apenas as edições deste século. A falta de poderio financeiro, porém, normalmente impede que esses times fiquem por muito menos no topo. Na verdade, eles mal duram uma segunda temporada.

Vice em 2002, o Leverkusen perdeu suas principais estrelas e sequer foi ao mata-mata no ano seguinte. Protagonistas da inusitada final de 2004, Monaco e Porto caíram nas oitavas em 2005, mesma fase em que parou o Schalke em 2013, depois de ter sido semifinalista um ano antes.

O Borussia Dortmund, que vendeu caro a Liga dos Campeões de 2013 para o Bayern de Munique, não resistiu a um segundo confronto com o próprio Real Madrid no ano passado. Depois de ter perdido algumas de suas principais estrelas para o Chelsea (Courtois, Filipe Luís e Diego Costa), o Atlético de Madri pode viver o mesmo problema agora.

5 - Carlo Ancelotti

Marcelo comemora segundo gol do Real Madrid com o técnico Carlo Ancelotti - INA FASSBENDER / REUTERS - INA FASSBENDER / REUTERS
Imagem: INA FASSBENDER / REUTERS
Nenhum dos técnicos ainda vivos na competição venceu tanto quanto Carlo Ancelotti. Não, nem o badalado Pep Guardiola. O ex-meia tem três Ligas dos Campeões (duas no Milan e uma no Real) e já foi campeão italiano, francês e inglês ao longo da carreira.

Hoje, é na fonte de Ancelotti que vão beber os treinadores que querem aprender algo, como Tite e Dunga, para citar exemplos brasileiros que foram conhecê-lo de perto recentemente. No Real, o italiano aperfeiçoou o sistema de transições rápidas que favorece Cristiano Ronaldo e acertou a mão ao montar uma linha de quatro no meio-campo adaptando o posicionamento de seus craques.

Sua capacidade de gerir o time é tão grande que hoje ninguém se lamenta da perda de Xabi Alonso e Di Maria, fundamentais no título do ano passado. Simeone, é verdade, é a bola da vez entre os técnicos. Ancelotti, porém, tem potencial de sobra para fazer valer seu currículo vencedor.