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Bayern atropela, ganha de 6 a 1 e está na semifinal da Liga dos Campeões

Do UOL, em São Paulo

21/04/2015 17h36

Uma demonstração de força do Bayern de Munique frente aos torcedores nesta terça-feira. A superioridade sobre o Porto foi tão grande que aos 31 minutos do primeiro tempo o placar marcava 5 a 0. Não teve como não lembrar a Copa do Mundo. Na etapa final a equipe diminuiu um pouco o ritmo e permitiu que o adversário equilibrasse as ações. Mas administrando a situação terminou a partida com soberanos 6 a 1. Thiago Alcântara foi o grande jogador da partida, mas Lewandowski  e Müller também se destacaram. 

O placar decretou uma mudança total no vestiário do time. Nos dias que antecederam o confronto nem parecia que os donos da casa podem ser campeões alemães no final de semana. A equipe médica se demitiu por falta de sintonia com Pep Guardiola e a equipe estava pressionado. Tudo acabou com uma atuação soberana em que sobrou categoria e vontade. Agora o clube é lembrado por brigar pela tríplice coroa: Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e Liga dos Campeões.

Para finalizar com chave de ouro houve uma saudação especial para torcida. Müller pegou um megafone com as cores do clubes e ficou colado ao acrílico que separa o gramado da torcida que estava atrás de um dos gols. O restante do time ajoelhou na grande área e respondeu junto com o público ao grito de guerra puxado pelo atacante.

O Porto sentiu os desfalques. Os laterais Alex Sandro e Danilo, ambos brasileiros, estavam suspensos. O treinador precisou improvisar e o sistema defensivo não deu conta. Aliado aos problemas houve erros individuais e um time que pareceu sentir a pressão de uma decisão tão grande. 

Fases do jogo: O Bayern de Munique precisava reverter uma desvantagem de dois gols e entrou em campo com a faca entre os dentes. A bola queimava no pé do time português que não conseguia sair de trás e via os donos de casa criarem chances de maneira natural. Os gols não demoraram a aparecer e o que poderia ser um drama para o torcedor virou festa com o primeiro tempo terminando 5 a 0.

O Bayern não era apenas o time de maior qualidade técnica, também jogava com maior intensidade ganhando divididas e sendo superior nas bolas áreas. Tanto que os três primeiros gols foram desta maneira. Mas não significa um futebol de chuveirinho na área. Eram jogadas de linha de fundo e houve até linha de passe com bola área no terceiro gol dos donos da casa. 

No outro lado de campo o Porto vacilava. É verdade que o Bayern de Munique pressionou a saída de bola, mas os jogadores encarregados de girar o jogo e buscar espaços não funcionaram. Quaresma que foi tão bem no jogo de ida nem voltou dos vestiários, sendo substituído no intervalo. Além disso, erros de passe, incluindo Casemiro, proporcionaram que o forte meio de campo avançasse com a bola dominada sobre os zagueiros.

A diferença de nível era tão grande que nem parecia um confronto de quartas de final de Liga dos Campeões. Os jogadores do Porto tiravam a bola de perto da área como podiam e eram envolvidos em tabelas e dribles.

No segundo tempo o Bayern diminuiu a velocidade e aos poucos foi permitindo que o Porto equilibrasse a partida. Os visitantes permaneceram longe da área na maior parte do tempo, mas Jackson Martínez conseguiu marcar aos 27 minutos do segundo tempo. Ele teve outra chance na sequência e quando o jogo poderia complicar o Bayern apertou de novo. Retomou as rédeas da partida e assustou os visitante.

A diferença ficou ainda maior quando Marcano ganhou o vermelho já no final de jogo. A pá de cal veio em falta batida por Xabi Alonso que decretou o 6 a 1 para o Bayern de Munique. Lewandowski fez dois, Thiago Alcântara, Boateng e Müller fizeram os outros. Festa na Alemanha, frustração em Portugal.


Melhor: Thiago Alcântara (Bayern) – Pep Guardiola esperava o brasileiro naturalizado espanhol na beira do gramado para cumprimentar o jogador. As câmeras focavam no sorrido dele. A atenção era merecida porque Thiago Alcântara foi o dono da partida. Ajudou na marcação e distribuiu o jogo no meio de campo envolvendo todos os companheiros na partida. E ainda fez o primeiro gol da equipe.


Pior: Reyes (Porto) – É verdade que o mexicano estava improvisado na lateral direita, mas ele não conseguiu conter o ímpeto dos adversários neste setor. Tanto que foi sacado pelo treinador aos 31 minutos do primeiro tempo.

Toque dos técnicos: Julen Lopetegui teve problemas para armar o sistema defensivo do Porto. Não contava com os laterais Danilo e Alex Sandro que cumpriam suspensão e compôs o setor com improvisações. Percebendo que a solução não funcionou sacou Reyes da lateral direita e pôs Ricardo Pereira aos 31 minutos do primeiro tempo. Não resolveu muito e sempre que quis o Bayern criou chances de gol. A única intervenção de Guardiola foi sacar Rafinha que deu lugar a Rode. Ele atuou no meio campo e Lahm foi para lateral.

Para lembrar:

Inédito: Foi a primeira vez que o Bayern de Munique conseguiu reverter uma desvantagem de vencer por 2 a 0 ou mais gols na história da na Liga dos Campeões. Nas outras quatro oportunidades a equipe havia falhado.

Invencibilidade: O Bayern de Munique se manteve invicto em casa e levou somente nessa partida seu primeiro gol na Allianz Arena nesta Liga dos Campeões.

Portugueses: O Bayern nunca perdeu uma partida da Liga dos Campeões para times portugueses quando jogou em casa.

Espanhóis: Mais espanhóis começando entre titulares em Munique do que no jogo Barcelona. Na Alemanha eram Xabi Alonso, Thiago Alcântara e Bernat pelo Bayern de Munique além de Óliver Torres e Marcano no Porto. Na outra partida do dia os espanhóis eram Piqué, Busquets, Iniesta e Alba.
Senta lá: O erro no jogo de ida, quando entregou a bola para o segundo gol do Porto, custou a vaga de titular ao brasileiro Dante. No lugar dele entrou Badstuber