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Barça x Bayern mistura estilos das duas últimas campeãs da Copa do Mundo

Duelo de 2013 tinha Barcelona e Bayern mais parecidos com as respectivas seleções - EFE/Alberto Estvez
Duelo de 2013 tinha Barcelona e Bayern mais parecidos com as respectivas seleções Imagem: EFE/Alberto Estvez

Do UOL, em São Paulo

06/05/2015 06h00

Se Espanha e Alemanha dominam o futebol de seleções desde 2008, quando fizeram a final da Eurocopa, nenhum confronto representa melhor essa hegemonia que o Barcelona x Bayern desta quarta, pela Liga dos Campeões. Não, nem aquele de 2013, quando os bávaros atropelaram os catalães. Dois anos depois do último encontro, os dois times reúnem o que há de melhor no estilo das seleções que venceram as duas últimas Copas do Mundo.

Em 2013, quando o Bayern enfiou 7 a 0 na soma dos dois jogos da semifinal contra o Barcelona, o “tiki-taka” parecia esgotado. Depois de vencer à exaustão, o estilo de toques curtos, muita posse e movimentação perdeu para um futebol de ataques rápidos e verticais e igualmente talentoso. A transição ficou completa no ano passado, quando a Alemanha venceu a Copa no Brasil e a Espanha caiu na primeira fase.

Só que não dá para dizer que o modelo criado pelo Barcelona acabou. Os catalães, por exemplo, nunca abriram mão da posse que os caracterizou. “Ninguém perde a bola porque é uma equipe feita para isso”, disse Pep Guardiola sobre o ex-clube antes do duelo. Desde 2008, quando ele assumiu e revolucionou a equipe, a equipe azul-grená teve menos domínio de jogo que o rival em uma única e solitária vez – contra o Rayo Vallecano, em 2013.

O Barça de hoje, no entanto, faz mais gols atuando verticalmente. Foi em uma ligação direta, por exemplo, que Daniel Alves encontrou Suárez para decidir um dos jogos mais decisivos da temporada, o 2 a 1 sobre o Real Madrid no Camp Nou, pelo Campeonato Espanhol, como você pode ver no vídeo abaixo:

O Bayern, por sua vez, não é a Alemanha pura e simples desde que Guardiola foi parar em Munique. Desde que assumiu o time, então campeão europeu, o treinador se empenhou em mudar o estilo do meio-campo. Tentou injetar qualidade de passe e cadência com Thiago e Lahm e espalhou jogadores de qualidade em posições não familiares. Colocou o volante Javi Martinez na zaga e o ponta Thomas Muller de centroavante, repetindo o que havia feito no Barça com Mascherano e Messi.

A ideia era uma só: adicionar qualidade de passe e, por que não?, posse de bola ao meio-campo do Bayern. Foi uma alteração e tanto. Joachim Low, técnico da Alemanha, tentou “roubar” a ideia para a seleção, mas nenhuma das opções deu certo e o time só engrenou com o estilo mais puro. Lahm levantou a taça no Maracanã atuando na lateral direita, com Klose como centroavante e Muller pela direita.

O Bayern, porém, segue com pitadas “espanholas”. Xabi Alonso rege o meio-campo do time, Thiago é a esperança na criação e Lewandowski só tem vaga no time porque consegue sair da área e tocar a bola com qualidade.

Em resumo, se em 2013 Bayern e Barcelona representam Alemanha e Espanha com esmero, hoje são uma mistura do que há de melhor em cada uma delas. Não é um absurdo dizer, portanto, que os dois estilos sairão vencedores nesta semifinal, independentemente de quem ficar com a vaga para a decisão.