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Messi dá show, decide com golaço e Barcelona faz 3 a 0 no Bayern no 1º jogo

Do UOL, em São Paulo

06/05/2015 17h37

Neuer parou o Barcelona por mais de 70 minutos com grandes defesas e uma atuação impecável. Para bater o Bayern os catalães precisavam passar do melhor goleiro do mundo. Para isso, ninguém melhor que Lionel Messi, que decidiu o primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões. Em duas jogadas individuais no segundo tempo, o argentino garantiu a vitória por 3 a 0 sobre o Bayern de Munique no Camp Nou - Neymar completou no finzinho.

O placar elástico permite que o Barcelona perca por dois gols de diferença em Munique na semana que vem, quando as duas equipes farão o jogo de volta. Mais que isso, se fizerem um gol os catalães obrigarão o Bayern a responder com cinco para irem à final em Berlim.

E nenhum torcedor do Bayern poderá dizer que foi injusto. Ainda que não tenha dado show o tempo inteiro, o Barcelona buscou mais o jogo, se aproveitou de uma opção tática equivocada de Guardiola e por pouco não abriu o placar antes. Teve chances com Suárez, Neymar e Daniel Alves, mas todos pararam em Neuer, que fez grande partida. Contra Messi, porém, o goleiro não teve chance.

O argentino decidiu com um chute preciso de fora da área aos 31 minutos do segundo tempo e uma jogada genial três minutos depois, quando deixou Boateng deitado no chão e tocou com categoria por cima de Neuer. No finzinho, Neymar completou em um contra-ataque, finalizando com precisão. 

Em seu primeiro jogo como rival no estádio que o consagrou, Guardiola, hoje técnico do Bayern, teve de se contentar em não ser goleado. A virada em Munique seria ainda maior que a da fase anterior, quando o Bayern perdeu o jogo de ida para o Porto por 3 a 1 e devolveu com um 6 a 1 na Alemanha.

Fases do jogo:
Sem craques como Robben e Ribery, o Bayern arriscou-se. Escalou três zagueiros e cinco homens de meio-campo e quase foi castigado pelo Barcelona, que começou com tudo e dominou o primeiro tempo. Suárez teve uma chance de frente com Neuer e perdeu, assim como Daniel Alves faria mais tarde. Neymar também teve sua chance em um cruzamento e os alemães só assustaram em uma bola rolada para Lewandowski, que não conseguiu bater em cheio.

O jogo só ficou equilibrado quando Guardiola reviu sua estratégia. O 3-5-2 foi alterado para um 4-4-2, os alemães tiveram mais solidez defensiva e o jogo voltou a ficar parelho, com toque de bola, movimentação e disputa tática, mas sem a profusão de gols que se poderia esperar. Essa ausência de bolas na rede deve ter deixado o público com uma certa sensação de frustração na ida para o intervalo.

Quando as coisas se acalmaram, os dois times começaram o jogo de xadrez, com o Bayern mais recuado e dominando o controle pela posse de bola e o Barcelona tentando agredir sem sucesso. Em jogos assim, não raro, quem decide é o talento individual. Foi o que fez Lionel Messi, que em quatro minutos derrubou a marcação alemã, bateu Neuer e deu a vantagem que o Barça queria. Neymar, com muita frieza, completou o placar no fim. 

Melhor: Messi. Neuer merece muitos elogios por ter segurado o Barça por quase todo o jogo, mas é impossível apontar alguém melhor que Messi em campo. O argentino, que ainda não tinha marcado no mata-mata da Liga, fez dois e deixou o time catalão a um empate da final.

Pior: Schweinsteiger. Embora seja ponta de origem, o alemão construiu o melhor da carreira como volante, marcando e construindo o jogo de trás. Com Guardiola, precisa jogar mais avançado e nesta quarta, especialmente, fez pouco e sofreu para se encaixar na função.

Toque dos técnicos: Guardiola começou o jogo com três zagueiros, só que viu seu time sofrer no mano a mano com o trio do Barça, considerando que um dos defensores era Rafinha, lateral improvisado. Depois de escapar por pouco, ele mexeu na formação, voltou à linha de quatro defensiva e conseguiu equilibrar as coisas.

Chave do jogo: Messi. O talento individual do argentino superou a batalha tática entre os dois times. O drible do segundo gol, por exemplo, foi dado no mesmo zagueiro que o parou com muita propriedade na final da Copa do Mundo: Jerome Boateng. Com essa prova de força, o Barcelona vai a Munique cheio de autoridade para confirmar a vaga.

Outros destaques:
Posse: Conhecido por dominar o jogo na maior parte do tempo, o Barcelona chegou a ficar menos tempo com a bola que o Bayern. A última vez que isso aconteceu em um jogo dos catalães na Liga dos Campeões foi há uma década. 

Advertido: Neymar recebeu um amarelo e terá de ficar esperto no jogo de volta. Se levar um novo cartão o brasileiro estará suspenso de uma eventual final de Liga dos Campeões.