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A noite em que o time de Guardiola não ameaçou um adversário

João Henrique Marques

Do UOL, Barcelona

07/05/2015 06h00

Josep Guardiola é treinador conhecido por implementar futebol ofensivo, com várias chances criadas e, consequentemente, goleadas. Só que na noite desta quarta-feira no Camp Nou, o time que comanda, o Bayern de Munique, foi inofensivo. Nenhum chute em direção ao gol foi dado e o massacre do Barcelona está muito além dos 3 a 0 do placar final. O jogo de volta da semifinal da Liga dos Campeões acontece na próxima terça-feira, no Allianz Arena, em Munique.

O Barça ficou pouco menos com a bola – total da posse foi de 53% a 47% para o Bayern-. Só que com ela, soube o que fazer: finalizar. Foram 25 arremates no total, contra apenas oito do adversário. Mais do que o triplo.
 
“Eu não me lembro de chance criada pelo Bayern”, disse o técnico do Barcelona, Luis Enrique, após a partida. “Desculpa, teve um susto em um lance com o Lewandowski. Só que as nossas poderia dizer várias aqui. Atacamos, geramos pressão no adversário. Posso dizer aqui que saiu muito satisfeito pelo que conseguimos fazer”, complementou.
 
Dos 25 chutes do Barcelona, oito tiveram a direção do gol. Neuer terminou a partida com cinco defesas. Já o goleiro do Barça, Ter Stegen, não fez nenhuma. 
 
“Queríamos ficar com a bola, controlar o jogo. Só que a diferença é de que quando não tínhamos esse domínio no meio, sofríamos”, analisou Guardiola.
 
No quesito finalizações, o Bayern de Guardiola teve a mesma quantidade que Messi na partida: 8. Só que o argentino teve quatro em direção ao gol, sendo que duas dela terminaram dentro dele.
 
O Bayern trocou 424 passes certos, contra 363 do Barça. O problema é que o time de Guardiola foi bastante pressionando, gerando muitos desarmes no campo defensivo. É o que acontece, por exemplo, no lance do primeiro gol de Messi, quando Daniel Alves rouba a bola de Bernat no campo ofensivo e dá o passe para o argentino logo depois. 
 
O Barça foi incisivo, muitas vezes encurtou os ataques abusando da velocidade. Com Luis Enrique, o time ainda não havia perdido a posse de bola para um adversário, mas apesar disso, já havia mostrado característica de força nos contra-ataques.
 
O treinador criador de um sistema de jogo ofensivo e de muito sucesso no Barcelona sofreu a terceira pior derrota na carreira. Todas elas foram dirigindo o Bayern de Munique – as piores são os 4 a 0 do Real Madrid no ano passado pela Liga dos Campeões e 4 a 1 do Wolfsburg neste ano pelo Campeonato Alemão -.