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Polícia fala em terrorismo contra ônibus do Borussia e prende um suspeito

Do UOL, em São Paulo

12/04/2017 09h16Atualizada em 12/04/2017 12h52

As autoridades do governo da Alemanha admitiram pela primeira vez que tratam as explosões próximas ao ônibus do Borussia Dortmund, na terça, como atentado terrorista. O veículo foi atingido por um artefato que quebrou os vidros e feriu o zagueiro Bartra antes da partida contra o Monaco, pela Liga dos Campeões.

A polícia alemã comunicou ter prendido uma pessoa e investiga outros dois suspeitos que seriam ligados a grupos islâmicos. Segundo os jornais "Express" e "Kölner Stadt-Anzeiger, os suspeitos investigados são um iraquiano de 25 anos e um alemão de 28 anos.

Até o momento, as autoridades têm duas linhas de investigação: a primeira sobre uma carta deixada próxima ao local do ataque. A segunda seria sobre uma publicação em um site de um grupo de extrema esquerda.

 

De acordo com a polícia, os explosivos continham fragmentos metálicos, com alto poder de destruição. "Podemos estar felizes por nada de pior ter acontecido", disse o ministro do Interior do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Ralf Jäger, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira.

Os materiais explosivos foram colocados atrás de uma cerca, no caminho que o ônibus do Borussia fazia rumo ao estádio Signal Iduna Park. Três artefatos foram acionados assim que o ônibus passou pelo local, sendo que um deles acabou acertando vidros do veículo. "Eles têm alcance de até 100 m", citou a polícia, destacando que o artefato que atingiu o ônibus estaria a 10 metros do veículo.

Único ferido na ação terrorista, o zagueiro Bartra sofreu lesões no braço, e não corre risco de morrer. A partida entre Borussia x Monaco, que aconteceria na terça, foi remarcada para esta quarta, às 13h45 (de Brasília), pela Liga dos Campeões.

Um suspeito foi preso

O ministro do estado onde fica Dortmund explicou que um suspeito foi preso e a polícia considera se pede mandato de prisão contra outro suspeito. A identidade do detido não foi divulgada pelas autoridades.
 
"No curso das investigações até agora, dois suspeitos do espectro islâmico tornaram-se o foco da aplicação da lei. Ambos acusados tiveram suas casas revistadas. Um deles foi levado em custódia", declarou Jäger.
 

Polícia investiga carta deixada perto das explosões

Uma das linhas de investigação é sobre uma carta deixada próxima às explosões. O conteúdo do papel teria a autoria do Estado Islâmico (EI). No entanto, segundo o jornal "Suddeutsche Zeitung" e as emissoras "NDR" e "WDR", os investigadores não descartam que os autores tenham deixado uma pista falsa.

A carta, segundo a imprensa local, começa com referências a "Alá, o clemente, o misericordioso", referia-se ao atentado jihadista ocorrido em dezembro no ano passado, em um mercado natalino de Berlim e denuncia que aviões tornados alemães participam do assassinato de muçulmanos no califado do autodenominado Estado Islâmico (EI), na região da Síria.

Por esse motivo, continua, atletas e personalidades da "Alemanha e outros países da cruzada" estão na lista de objetivos do EI até que os "Tornados sejam retirados" e se feche a base americana situada em Ramstein.

A suspeita sobre grupo de extrema esquerda

Já a agência de notícias DPA noticiou que as autoridades verificam também um segundo texto, com termos típicos da cena radical de esquerda antifascista, que afirma que o ônibus foi atacado por ser um "símbolo da política do Borussia".

O clube não estaria se engajando o suficiente contra o racismo, o nazismo e o populismo de direita, afirma o texto, segundo a DPA. O texto teria sido divulgado em sites de internet.
 
A polícia citou nominalmente que o texto estaria no site de fundo extrema esquerda que divulga movimentos sociais, o Indysmedia. Em um fórum divulgado no portal do grupo, supostos integrantes alegam que a reivindicação de autoria não é verdadeira e que já aconteceram outros requerimentos falsos.