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Imprensa inglesa credita eliminação do City a 'cabeça quente' de Guardiola

Técnico foi expulso no intervalo e acompanhou 2º tempo das arquibancadas - ANDREW YATES/REUTERS
Técnico foi expulso no intervalo e acompanhou 2º tempo das arquibancadas Imagem: ANDREW YATES/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

10/04/2018 18h19

O duelo inglês das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa 2017/2018 dividiu a imprensa local nesta terça-feira. Enquanto o Liverpool, que se classificou para as semifinais, foi recebido com festa discreta, o Manchester City recebeu diversas críticas.

O jornal Daily Mail, por exemplo, apontou a expulsão do técnico Pep Guardiola no intervalo como o divisor de águas do jogo. Aos 41 min do primeiro tempo, Leroy Sané chegou a fazer 2 a 0 para o City, mas a arbitragem assinalou impedimento do alemão. Irritado, o treinador bateu boca com o árbitro Antonio Mateu Lahoz no intervalo e nem voltou para o segundo tempo.

“Os livros de história mostrarão que este jogo escapou do Manchester City aos 11 min do segundo tempo, quando Mohamed Salah marcou e deixou o time precisando de quatro gols na etapa. Na realidade, o problema maior veio 26 minutos antes, quando o árbitro Antonio Mateu Lahoz informou Pep Guardiola que ele passaria o resto do jogo do lado de fora”, analisou o jornal.

“Há um motivo para que uma orquestra tenha um maestro. Ele não executa um solo, não toca um instrumento, mas coordena os que tocam. Ele conduz a energia do grupo. E é isso que Guardiola faz por seus jogadores”, acrescentou.

O jornal Daily Mirror, por sua vez, elogiou jogadores dos dois times, tanto o “decisivo” Mohamed Salah para o Liverpool quanto o “genial” Fernandinho na condução do ritmo de jogo do City. No entanto, não aliviou na hora de criticar a “ingenuidade tática” de Guardiola, e também creditou a derrota ao temperamento do treinador.

“Quando a escalação de Guardiola foi divulgada, a reação imediata da maioria foi de surpresa (...). A escalação do time foi perfeita para atacar o Liverpool desde o começo – e o gol prematuro foi o resultado da aproximação intensa desde o apito inicial, enfatizando a crença que Guardiola tem de que seus times sempre caem atirando”, descreve o jornal.

“Sua cabeça quente, na sequência da altercação com o árbitro Antonio Mateu Lahoz no intervalo, pode ter custado caro ao City, uma vez que o espanhol apenas podia observar das arquibancadas enquanto o Liverpool virava o jogo no segundo tempo”, acrescentou.

Lição valiosa – e dolorosa

Por sua vez, o jornal Manchester Evening News lamentou “outra noite decepcionante para o Manchester City”. A publicação, porém, viu a derrota como um importante rito de passagem para que o clube busque o título inédito da Liga dos Campeões.

“(Guardiola) disse que o City venceria a Liga dos Campeões – caso não acontecesse neste ano, no futuro próximo. Eles jogaram bem no primeiro tempo e, depois que Gabriel Jesus colocou o time na frente, pareciam estar ligados. Mas quando o Liverpool marcou dois gols no segundo tempo, as possibilidades foram pelo ralo, e o City vai ter que se contentar com dois troféus nesta temporada”, descreveu o diário, referindo-se aos títulos da Copa da Liga Inglesa (já conquistado) e do Campeonato Inglês.

“Para jovens como Leroy Sané, Gabriel Jesus, Raheem Sterling, Bernardo Silva e Aymeric Laporte, foi um ponto de partida. O tempo está se esgotando para David Silva, Vincent Kompany e Fernandinho, mas a próxima geração do time aprendeu uma valiosa – e dolorosa – lição dos jogos das quartas de final”, acrescenta.