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Roma consegue virada histórica, elimina Barcelona e vai à semi da Champions

Do UOL, em São Paulo

10/04/2018 17h34

O improvável aconteceu. Derrotada no jogo de ida por 4 a 1, no Camp Nou, a Roma precisava de uma virada histórica diante do invicto Barcelona nesta terça-feira (9) para seguir na Liga dos Campeões. E, milagrosamente, conseguiu. Em alta intensidade desde o apito inicial e empurrado por um Estádio Olímpico lotado, a equipe italiana bateu os catalães por 3 a 0 e teve a raça premiada com a classificação às semifinais da Liga dos Campeões.

Dzeko abriu o placar no início do primeiro e, na etapa final, conseguiu uma penalidade para De Rossi ampliar. A nove minutos para o fim do duelo, o zagueiro Manolas escorou escanteio e marcou o gol da classificação.

Por aquelas ironias do destino, o resultado heroico da Roma aconteceu exatos 11 anos depois de um dos maiores vexames da equipe na Liga dos Campeões: a derrota por 7 a 1 para o Manchester United, na Inglaterra, em 10 de abril de 2007.

A Roma conhecerá o adversário por um lugar na decisão do torneio europeu nesta sexta-feira, em sorteio organizado pela Uefa.

Parceria de respeito, mas ineficaz

Jogadores que simbolizam a força das categorias de base do Barcelona, o meia Iniesta e o atacante Messi fizeram nesta terça a centésima partidas juntos com a camisa do clube catalão pela Liga dos Campeões. A parceria já rendeu 30 títulos ao Barça. Com a bola, ambos encontraram dificuldades para se livrar da marcação da Roma. O argentino, aliás, foi vítima de falta violenta de Juan Jesus, que rendeu cartão amarelo ao zagueiro brasileiro no primeiro tempo.

Apesar da tradição e da força que representam, Iniesta e Messi não impediram a eliminação no Estádio Olímpico, ambos com atuações apáticas. O espanhol foi substituído no segundo tempo, enquanto o argentino teve uma chance quando o placar ainda marcava 2 a 0, mas ele chutou em cima do goleiro brasileiro Alisson.

Pressão na saída de bola e gol

Com uma linha de cinco defensores sem a bola, a Roma entrou em campo empenho em fazer uma marcação agressiva à saída de bola do Barcelona, que ainda assim conseguiu o primeiro chute a gol, aos três minutos, com Sergi Roberto, mas o goleiro brasileiro Alisson defendeu sem dificuldades.

Dois minutos depois, os italianos aproveitaram uma distração da zaga do Barça para abrir o placar. No meio de campo, o volante De Rossi fez um longo lançamento na direção de Dzeko. Mesmo bem longe de ser um velocista, o atacante bósnio ganhou na corrida de dois defensores, Umtiti e Jordi Alba, e aproveitou-se de um lapso de indecisão de Ter Stegen para finalizar.

Dava para ampliar, mas...

schick roma - AFP PHOTO / Andreas SOLARO - AFP PHOTO / Andreas SOLARO
Imagem: AFP PHOTO / Andreas SOLARO

O gol sofrido parece ter deixado a defesa dos visitantes ainda mais confusa, e erros na saída de bola ocorreram em frequência. Com a bola e precisando de mais gols, a Roma tentou explorar o jogo aéreo com Dzeko (1,93m de altura) e Schick (1,86m).

Foi Schick quem desperdiçou a melhor chance italiana para ampliar ainda na primeira etapa, aos 12 minutos, ao cabecear para fora um cruzamento preciso de Florenzi pela direita. Aos 36, foi a vez de Dzeko escorar, mas Ter Stegen espalmou para escanteio.

Com o placar agregado a favor, o Barça tentava reter a bola no campo de ataque o máximo de tempo possível. Mesmo com menos posse de bola no primeiro tempo (45% x 55%), a Roma conseguiu cinco finalizações certas, contra três dos visitantes.

Pênalti clamoroso e gol

pênalti Roma - REUTERS/Max Rossi  - REUTERS/Max Rossi
Imagem: REUTERS/Max Rossi

A Roma manteve a toada ofensiva no segundo tempo, ainda que com pouca efetividade. Quando o desespero pelo segundo gol já ameaçava aparecer, Dzeko ganhou a disputa na área com Piqué, que puxou o atacante escandalosamente dentro da área. O árbitro francês Clément Turpin relutou por alguns segundos, mas marcou a penalidade. Aos 12 minutos, De Rossi cobrou a infração no canto esquerdo de Ter Stegen, forte e à meia altura, para ampliar.

Foi a primeira vez que o Barça sofreu dois gols na mesma partida de Liga dos Campeões desde abril de 2017, nos mata-matas contra a Juventus. Para a Roma, faltava mais um para a virada histórica e a classificação às semifinais da Liga dos Campeões.

Barça catimbeiro

Com dificuldade para atacar e sem a criatividade de seus principais astros para fugir da forte marcação, o Barcelona tentou acalmar os ânimos usando a vantagem que ainda tinha, dando um toque "sul-americano" ao confronto ao parar o jogo com faltas e sem pressa para repor a bola.

A Roma seguiu desperdiçando chances e ainda contou com Ter Stegen em defesa milagrosa após chute de Under na pequena área.

Milagre!

De tanto insistir, e não desistir, a Roma foi premiada com o tão sonhado terceiro gol, aos 36 minutos. O zagueiro grego Manolas aproveitou escanteio cobrado próximo à primeira trave para desviar e vencer Ter Stegen.

No desespero, o Barça partiu para o ataque nos minutos finais. O técnico Ernesto Valverde colocou Dembelé e Alcácer nas vagas de Semedo e Busquets para tentar um gol salvador.

Aos 46, um susto: Alisson se atrapalha e deixa o gol aberto, Dembelé tenta o gol por cobertura, mas erra o alvo. Após 90 minutos e mais quatro de acréscimos, fim de jogo e explosão da torcida da Roma no Estádio Olímpico. Até o moderador do perfil do clube no Twitter perdeu a linha.

FICHA TÉCNICA
ROMA 3 X 0 BARCELONA

Local: Estádio Olímpico, em Roma (Itália)
Data e horário: 10 de abril de 2018, às 15h45
Árbitro: Clément Turpin (França)
Assistentes: Nicolas Danos e Cyril Gringore (ambos da França)
Cartões amarelos: Fazio, Juan Jesus (Roma); Piqué, Messi e Suárez (Barcelona)
Cartões vermelhos: 
Gols: Dzeko, aos cinco minutos do primeiro tempo, De Rossi (de pênalti), aos 12 do segundo tempo, Manolas, aos 36 do segundo tempo.

ROMA: Alisson, Florenzi, Manolas, Fazio, Juan Jesus e Kolarov; De Rossi, Nainggolan (El Shaarawy) e Strootman; Dzeko e Schick (Under). Técnico: Eusebio Di Francesco.

BARCELONA: Ter Stegen, Semedo (Dembelé), Piqué, Umtiti e Jordi Alba; Busquets (Alcácer), Rakitic, Sergi Roberto e Iniesta (André Gomes); Messi e Suárez. Técnico: Ernesto Valverde.