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Klopp não confirma jejum de Salah, mas garante: "Está cheio de força"

REUTERS/Alberto Lingria
Imagem: REUTERS/Alberto Lingria

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, em Kiev (UCR)

25/05/2018 11h58

Nem mesmo a ansiedade na véspera da final da Liga dos Campeões, que acontece neste sábado, em Kiev (UCR), às 15h45 de Brasília, mudou a típica postura descontraída de Jürgen Klopp. O técnico do Liverpool, que desafia o Real Madrid, mostrou-se relaxado na véspera da decisão. Gargalhou e até fez piada com a voz rouca de um dos jornalistas presentes na entrevista coletiva desta sexta-feira no estádio Olímpico de Kiev, palco do confronto. Ele só fechou o semblante quando perguntado se Mohamed Salah, estrela dos Reds e muçulmano, seguirá a tradição do Ramadã de jejuar entre o nascer e o pôr do sol nesta época do ano.

“Pelo o que eu saiba religião é um assunto pessoal, mas está tudo bem, vocês vão ver que ele está cheio de força, do jeito que um jogador tem de estar antes de uma final”.

A decisão europeia, a primeira do clube inglês em 11 anos, coincide com período (de 15 de maio a 14 de junho) em que os seguidores do Islã realizam o ritual religioso interpretado como forma de purificação. Internamente, membros do clube confirmam que Salah manterá a tradição, mas não veem como algo prejudicial. Em teoria, no entanto, a mudança dos hábitos alimentares poderia comprometer a preparação do protagonista do Liverpool. 

Com 44 gols em 51 partidas, o egípcio já ostenta o retrospecto mais artilheiro em uma temporada de estreia que qualquer outro jogador em 125 anos de Liverpool. Por conta do desempenho, Salah faturou todos os prêmios individuais do futebol inglês no ano e surge como primeiro candidato em uma década a ameaçar a soberania dos astros Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

"Veremos nos próximos anos se Mo conseguirá seguir o mesmo caminho. O potencial dele é fantástico. O desempenho dele tem sido excepcional e inacreditável até agora", prosseguiu o comandante.

O azar de ter o Real Madrid de Zidane pela frente

Vice-campeão com o Borussia Dortmund, em 2013, quando foi derrotado pelo Bayern de Munique em Wembley, Klopp volta à finalíssima com um desafio árduo pela frente: bater o maior vencedor do torneio europeu, com 12 conquistas, sendo as duas últimas seguidas, sob a liderança de Zinedine Zidane.

Craque na época de jogador, o francês está invicto nos 11 estágios de de mata-mata que comandou os merengues desde que assumiu a equipe, em janeiro de 2016.

"Zidande foi um dos melhores jogadores de todos os tempos", elogiou o colega de profissão. "E mesmo há menos tempo no cargo do Real Madrid em comparação à minha chegada no Liverpool (em outubro de 2015) ele pode ser campeão do torneio pela terceira vez, algo inédito".

"Infelizmente só posso esperar um trabalho brilhante da parte dele, assim como na época de jogador. E o conjunto dele com o grupo de atletas que tem funciona tão bem quanto um relógio suíço".