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Mineiro - 2019

Participação do Atlético-MG na exploração comercial do Independência gera polêmica em BH

Estádio Independência, que está em reformas, vira centro de nova polêmica - Sylvio Coutinho/Divulgação
Estádio Independência, que está em reformas, vira centro de nova polêmica Imagem: Sylvio Coutinho/Divulgação

Do UOL, em Belo Horizonte

13/02/2012 22h25

Uma parceria com a empresa BWA, vencedora da licitação realizada pelo Governo de Minas, permitiria ao Atlético-MG participar da exploração comercial do novo estádio Independência, cuja inauguração é prometida para meados do mês de março. A informação, que despertou polêmica, foi veiculada pela Rádio Itatiaia, na noite desta segunda-feira.

  • Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

    Presidente Alexandre Kalil não negou e nem confirmou a existência de contrato do Atlético-MG com a BWA para explorar comercialmente o novo estádio Independência


De acordo com a informação apurada pela emissora, o acordo entre Atlético-MG e BWA está oficializado em um contrato registrado sob o número 1342071, no Primeiro Cartório de Ofícios de Documentos de Belo Horizonte. Por essa parceria, Atlético-MG e BWA teriam direito a 45%, cada um, do lucro gerado pelo Independência. América-MG e Governo de Minas ficariam com 5% cada.

A notícia foi veiculada pouco antes do início da solenidade de entrega do Troféu Guará, premiação aos melhores do futebol no ano passado, organizada pela Rádio Itatiaia. A cerimônia reuniu os presidentes de Atlético-MG, Cruzeiro e América.

Alexandre Kalil não confirmou e nem desmentiu a existência do contrato. “O Atlético não tem nada a dizer, se reserva o direito de ter o seu momento, cabe a quem deu a notícia o ônus da prova. O Atlético é um clube que não faz nada de orelhada, faz tudo dentro da lei, é cumpridor de contrato e o que temos a dizer que o Atlético-MG não acho oportuno declarar nada neste momento”, afirmou o dirigente, em entrevista à Rádio Itatiaia.

“Fiquei surpreendido, fiquei constrangido com a notícia, mas o Atlético nesse momento não acha interessante falar sobre o Independência porque não é hora. A hora é de nos concentrarmos no Campeonato Mineiro, então, o assunto Independência não nos interessa agora”, salientou.

Em nenhum momento da entrevista, Alexandre Kalil negou a existência do contrato. “Vou falar que não é interesse do Atlético que se fale desse contrato agora. O Atlético não tem nada a dizer, porque não é momento”, afirmou.  

Administrador do estádio anteriormente às obras, o América-MG, que negociou a gestão do Independência ao Governo de Minas para viabilizar a reforma, por meio do integrante do Conselho de Administração do clube, Marcus Salum, não quis analisar esse contrato entre Atlético e BWA, sob a justificativa de não conhecê-lo. O dirigente americano garantiu, no entanto, que os diretos do clube estão assegurados por um contrato firmado com o Governo de Minas.

O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, também disse desconhecer o teor desse contrato de exploração comercial do estádio Independência. Ele revelou que vai procurar se inteirar do assunto e, caso se verifique prejuízo aos interesses do clube celeste, adotará as medidas necessárias, que poderão envolver até mesmo um recurso judicial.

“Como advogado não posso me manifestar sobre o contrato sem ler esse contrato. Vou fazer isso e se houver qualquer coisa que possa trazer prejuízo ao Cruzeiro vamos exigir ao Governo do Estado que faça valer o edital e não vai se curvar, mas acredito que o Atlético não faria isso, não vai querer ser mais sábio do que os outros, inclusive que o Estado de Minas Gerais e vai saber respeitar os direitos de seus co-irmão”, afirmou.