O Campeonato Mineiro começa neste final de semana com atrações, como o clássico Cruzeiro e Atlético-MG e a abertura do Mineirão, que passou por reformas nos últimos dois anos e meio, em virtude da Copa do Mundo de 2014. Diferentemente de outros estaduais, em que grandes clubes iniciaram a competição com equipes alternativas e pequena presença de público, os grandes favoritos ao título prometem “força máxima” e expectativa de bom número de torcedores.

As grandes filas para a tumultuada compra de ingressos, iniciada nesta quinta-feira, mas que fez muitos cruzeirenses e atleticanos acamparem próximos a postos de venda, mostra que o Mineiro começa valorizado. O fato de após dois anos e meio o jogo Cruzeiro e Atlético-MG voltar a ser disputa com as duas torcidas também é outro atrativo.

Segundo o governador Antonio Anastasia, o Campeonato Mineiro deverá comprovar que o futebol mineiro chegou a novo patamar, destacando especialmente o fato de possuir “duas arenas de primeira grandeza”: Mineirão e Independência. “Teremos com base nisso uma nova etapa para o futebol mineiro”, destacou.

O início da competição com clássico e também marcando a reabertura do Mineirão foi aprovado pelos jogadores das duas equipes, que inauguram o novo estádio. Para eles, o jogo de domingo vai trazer “holofotes” para a competição estadual.

“É sempre bom, ainda mais quando se trata de clássico, como repercute, a importância que é, inauguração do Mineirão, duas torcidas, esperamos estar em uma tarde abençoada para vencer o jogo”, disse o volante Pierre, que já participou do clássico, ano passado, em Sete Lagoas e no Independência.

O goleiro Fábio, que já jogou clássicos no Mineirão contra o Atlético-MG, acredita que é uma possibilidade de aumentar o vínculo com o Cruzeiro. “É mais um passo para ficar na história do Cruzeiro”, disse o jogador. “Vamos trabalhar fortes para chegar firmes no domingo”, acrescentou.

O Campeonato Mineiro começará com prestígio, diferentemente dos outros principais estaduais no Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No futebol paulista, o Corinthians começou com uma equipe B e o São Paulo priorizou a Pré-Libertadores, chegando a colocar times reservas em campo.

No Rio, o Fluminense também manteve seus principais jogadores longe dos jogos do estadual. Além disso, o pequeno público no jogo dos quatro grandes fez a Federação Carioca aconselhar os clubes a reduzirem os preços dos ingressos.

No Rio Grande do Sul, Internacional e Grêmio também começaram a disputa com times reservas. Em Minas Gerais, será diferente. As duas principais equipes e favoritas ao título vão escalar a “força máxima” possível. Isso porque, além de ser um clássico, o confronto entre Atlético-MG e Cruzeiro marca a inauguração do Mineirão, que passou por reforma nos dois últimos anos e meio.

“Todo mundo quer jogar, todo mundo quer fazer um clássico importante na nova Arena. Então, acho que isso dá força. Qualquer jogador, tanto do lado do Cruzeiro, como lado do Atlético, quer jogar. Todo jogador vive essa felicidade, a auto-estima cresce”, disse o zagueiro Paulão.

O atacante Bernard acredita que a partida pode influenciar no desenvolvimento da equipe, durante a temporada. “O ano se inicia com um jogo como este, todo jogador que já disputou um clássico em outro estado, país, sabe como é isso, todos sabem da importância, do clima na cidade, no clube, todos focados para ganhar este jogo”, disse o jogador.

Caras novas nos outros times

Os demais participantes do Mineiro também procuram contribuir, cada um à sua maneira, para que o Campeonato tenha bom nível. O América-MG, atual vice-campeão, após perder a final em 2012 para o Atlético-MG, reformulou a sua equipe, mesclando experiência com juventude, e projeta entrar forte na competição, com o ataque formado pelos veteranos Fábio Júnior e Felipe, recentemente contratado.

O Boa Esporte, o outro representante mineiro na Série B do Brasileiro, manteve suas duas principais atrações, o atacante Marcelinho Paraíba e o volante Radamés. Foram contratados 24 jogadores e o técnico Sidney Moraes, que foi mantido, acredita em ótimo desempenho da equipe. O Villa Nova, um dos mais tradicionais participantes, também se reforçou com nomes conhecidos do torcedor mineiro, como os volantes Cléber Monteiro e Max Carrasco, além do meia Tchô.

De uma forma geral, todas as equipes se fortaleceram. A Caldense buscou seis atletas que já atuaram fora do país. O Araxá, que volta a disputar a Primeira Divisão, após longa ausência, aposta no atacante Fabrício Carvalho. O Tupi, igualmente reformulado, quer manter repetir o ano passado e chegar, pelo menos, à semifinal. Completam a competição o América de Teófilo Otoni, o Guarani de Divinópolis, que jogará em Nova Serrana; o Nacional, que deixou Nova Serrana para se instalar em Patos de Minas, e a Tombense, estreante na Primeira Divisão.