Topo

Tardelli desperdiça pênalti, Atlético perde para Tombense e vê Cruzeiro virar líder

Do UOL, em Belo Horizonte

05/02/2014 23h53

No segundo jogo consecutivo no Independência, pelo Estadual, o Atlético-MG saiu em desvantagem no marcador, assustando sua torcida, que apostava na confirmação do seu amplo favoritismo, contra times da Zona da Mata mineira. Ao contrário do domingo passado, quando virou a partida contra o Nacional de Muriaé, na noite desta quarta-feira, o alvinegro foi derrotado pelo Tombense, por 2 a 0, vendo falhar já no início de temporada a mística: “caiu no Horto, tá morto”. O alvinegro ainda desperdiçou cobrança de pênalti, aos 40 min, com Diego Tardelli.

Para piorar a situação atleticana, o rival Cruzeiro, que jogou um pouco mais cedo, nesta quarta-feira, no Mineirão, venceu o Villa Nova, por 3 a 1 assumindo a liderança do Estadual, com sete pontos em nove possíveis (aproveitamento de 77,77%). O time cruzeirense beneficiou-se do adiamento do jogo do Boa Esporte, que teve 100% de aproveitamento nas duas primeiras rodadas, diante do América-MG, e que será no final do mês.

Dividido entre o Estadual e a Libertadores, cuja estreia acontecerá na próxima terça-feira e que fará o técnico Paulo Autuori escalar time reserva diante do Tupi, em Juiz de Fora, no próximo sábado, pela 4ª rodada do Mineiro, o Atlético-MG terminou o primeiro tempo vaiado pela torcida.

Antes disso, o time em campo teve de conviver com manifestações de torcedores pedindo reforços. Uma faixa estava bem visível e mandava recado direto à diretoria: “cansamos de esperar, queremos reforços já”. O curioso é que esse protesto aconteceu no dia em que o Atlético-MG encaminhou a contratação do zagueiro Edcarlos, que passou por São Paulo, Cruzeiro e Sport. Nos primeiros minutos de jogo, houve o ensaio de um coro: “Edcarlos não, Edcarlos não”.

O Atlético-MG conviveu ainda com o ‘fantasma’ das contusões. O departamento médico está lotado, sendo que o atacante Luan e o zagueiro Emerson foram operados e não jogam mais antes da Copa do Mundo, e o volante Fillipe Soutto teve fratura confirmada no cotovelo direito. Além deles, Réver, Leandro Donizete, Lucas Cândido e o recém-contratado Pedro Botelho também estão contundidos. Aos 9 min, houve um susto. Victor e Jemerson se chocaram de cabeça, mas não foi nada mais grave. O mesmo aconteceu quando Leonardo Silva passou alguns minutos mancando.

O último jogo do time titular antes de sua estreia na Libertadores, contra o Zamora, na Venezuela, começou com o Atlético começou pressionando, na tentativa de encaminhar logo a sua segunda vitória seguida em casa no Campeonato Mineiro. Nos 20 minutos iniciais, o time de Paulo Autuori criou quatro boas chances de abrir o placar, a melhor delas com Jô, no 20º minuto, quando tocou a bola por cima do goleiro Flávio, mas o zagueiro Maílson evitou que ela chegasse às redes.

Até esse lance o Tombense apenas se defendia, vendo o time da casa chegar ao ataque com perigo, mas falhando nas finalizações. Aos poucos, no entanto, a equipe do interior adiantou  o seu posicionamento e passou a ameaçar o sistema defensivo atleticano. Aos 22 min, Júnior Megão desperdiçou a primeira oportunidade para os visitantes, em chute cruzado, que saiu por pouco.

Mas, três minutos depois o camisa 9 do Tombense não desperdiçou a chance e colocou a bola nas redes, aproveitando cobrança de escanteio da direita e falha do goleiro Victor, que saiu e não cortou o cruzamento. Os minutos seguintes foram de descontrole atleticano, que errou muitos passes, possibilitando contra-ataques perigosos ao adversário, que esteve perto de ampliar a vantagem.

Paulo Autuori modificou o Atlético-MG para o segundo tempo, colocando o velocista atacante Neto Berola no lugar de Guilherme, em tentativa de tornar a equipe mais ofensiva. O cenário não se alterou e o Tombense quase fez o segundo, aos 7 min, em chute de Júlio César. A resposta do torcedor atleticano foi imediata: “eu quero raça do time todo”. Enquanto isso, a equipe visitante mantinha o controle da partida.

O tempo ia passando e crescia a irritação da torcida, especialmente com a alteração feita pelo treinador, que tirou Fernandinho e colocou o atacante  Leonardo, que em princípio nem seria aproveitado este ano, mas acabou ficando. Autuori ouviu gritos de “burro”. Pouco depois, a troca foi de volantes, com a saída de Josué e a entrada de Rosinei.

Quando o time tentava acertar, Marcos Rocha foi expulso pelo árbitro Emerson de Almeida Ferreira que viu uma falta do lateral atleticano. “Eu juro que nem encostei no cara e ele (árbitro) falou que não ia consultar o assistente porque não podia voltar atrás”, afirmou, revoltado, o jogador atleticano. E a arbitragem marcou um pênalti polêmico sobre Neto Berola, cuja cobrança foi desperdiçada por Diego Tardelli. O Tombense ainda fez o segundo gol aos 46 min, em contra-ataque, aumentando a raiva dos torcedores. Com a derrota, logo em seu segundo jogo no Horto, o Atlético-MG caiu para a sétima posição, atrás de Cruzeiro, Boa, Caldense, Tombense, Tupi e Guarani.

ATLÉTICO-MG 0 X 2 TOMBENSE

Data: 5/2/2014
Local: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro:  Emerson de Almeida Ferreira (CBF)
Assistente: Márcio Eustáquio Santiago (FIFA/MG) e Felipe Souza Leal (FMF)
Cartões amarelos: Wanderson, Jackson  (TOM); Pierre, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Diego Tardelli (ATL)
Cartões vermelhos: Marcos Rocha (ATL)
Gols: Júnior Negão, aos 25 min do primeiro tempo; Rafael, aos 46 min do segundo tempo

Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Dátolo; Pierre, Josué (Rosinei), Diego Tardelli e Guilherme (Neto Berola); Fernandinho (Leonardo) e Jô
Técnico: Paulo Autuori

Tombense
Flavio; Léo, Mailson, André e Wanderson (Rafael); Jackson (Denilson), Júlio César, Tiago Azulão (Felipe Dias)  e Joílson;  Vander e Júnior Negão
Técnico: Moacir Júnior