Cruzeiro recupera o 'camisa 10' e usa métodos similares com outros gringos
Chegar a um dos maiores clubes do país com apenas 20 anos e com a responsabilidade de vestir a camisa 10 é um grande desafio para qualquer jogador, principalmente um estrangeiro. E foi assim com o uruguaio De Arrascaeta, que desde o ano passado tenta encontrar seu melhor futebol e fazer valer os cerca de R$ 12 milhões que o Cruzeiro pagou para contratá-lo. Após uma primeira temporada instável e rodeada de desconfianças, o meia começa bem seu segundo ano e já mostra evolução. E quem também tem uma parcela de "culpa" nessa mudança é o técnico Deivid, que vem fazendo trabalhos diários para deixar ele e os outros estrangeiros cada vez mais confortáveis no clube.
"A gente sabe que é difícil. Eles têm uma dificuldade, como eu tive quando joguei fora. País diferente, cultura diferente, ambiente diferente... Você tem que ter paciência com esses jogadores para que você não possa queimá-los. Eu tenho essa preocupação. Você vê o Arrascaeta, um menino de 21 anos, saindo do Defensor, do Uruguai, e colocando a camisa 10 de Dirceu Lopes, Tostão, Alex, Montillo... Imagine o peso em cima desse menino? Ele tinha a responsabilidade de ser o cara. Tem que ter calma e tranquilidade para que não seja queimado. É muita coisa nova, tudo muito novo. É muita responsabilidade em cima de um menino só", comentou o treinador, ao UOL Esporte.
Fora de campo, cabe também ao Cruzeiro ajudar com um acompanhamento psicológico a jogadores como Arrascaeta, Sánchez Miño, Federico Gino, Matías Pisano e Ariel Cabral, para auxiliá-los a ter a melhor adaptação possível. Além disso, neste mês de março, os gringos se tornarão também companheiros de sala. Há um ano no clube, a situação do meia é semelhante a de seus colegas. Conseguem compreender bem o idioma português, mas ainda conversam e concedem entrevistas em espanhol.
Na semana passada, o uruguaio havia dito que a confiança era essencial para as boas apresentações em campo. Naquela altura, o jogador já comemorava a sequência de jogos, o retorno da titularidade e as duas partidas seguidas marcando gols, que hoje já são três, após o gol marcado no clássico contra o América, no último domingo.
"A gente fala muito no empate em 1 a 1 e esquecemos a evolução do Arrascaeta. Ele era muito cobrado quando chegou e nós conseguimos recuperá-lo. Como a gente conseguiu recuperá-lo, ainda há outros que tentamos recuperar para que eles possam jogar soltos e o time siga ganhando", falou Deivid, que já colhe os primeiros frutos de um uruguaio mais à vontade para mostrar seu potencial e corresponder às expectativas.
"Eu estou mais confiante, falei muito com o Deivid, ele me deu liberdade para jogar livre, rodar com a bola, encarar a marcação e dar passes aos companheiros", disse.
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