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Luan quer se aposentar no Atlético: "O Galo é emoção, é superação e é amor"

Identificado com o Atlético-MG, Luan tem o desejo de se aposentar no clube mineiro - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Identificado com o Atlético-MG, Luan tem o desejo de se aposentar no clube mineiro Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

17/03/2017 04h00

Ponte Preta, no Campeonato Brasileiro do ano anterior. Na primeira entrevista na Cidade do Galo, já com a camisa alvinegra, o jogador não conseguia disfarçar o sorriso de satisfação pela situação. Atuar num grande clube brasileiro, ao lado de jogadores consagrados, como Ronaldinho Gaúcho, Victor, Réver, Leonardo Silva entre outros.

“Quero trazer muitas alegrias para a torcida do Galo. Quero fazer história no Atlético, fazer meus gols e ajudar a equipe da melhor maneira possível”, profetizou Luan durante sua apresentação. Quatro anos depois de chegar ao Atlético, ele não é mais apenas atacante, é também meia e já foi até volante. Mais do que isso, o camisa 27 criou uma identificação com a torcida ao ponto de sua entrada numa partida de Campeonato Mineiro ser mais comemorada do que os gols da equipe.

Na goleada por 4 a 0 sobre o Tupi, pela sétima rodada do Estadual, Luan ficou no banco de reservas. Era a primeira vez entre os relacionados para uma partida na temporada 2017, após dois meses de tratamento para curar dores nos joelhos e de um trabalho físico específico, já que o jogador precisa de cuidados especiais, por ter problemas crônicos nos joelhos.

“Luan! Luan! Luan!”, gritava a torcida do Atlético desde a volta do intervalo. Aos 17 minutos da etapa final, quando o camisa 27 foi chamado pelo técnico Roger Machado, os 13 mil atleticanos no estádio vibraram mais do que os três gols da noite, que apontava o triunfo por 3 a 0, dando a tranquilidade necessária para Luan entrar, numa partida definida, diminuindo o risco de uma jogada mais ríspida ou de um esforço extra na busca pelo resultado.

“Nem fale. Deu aquele friozinho na barriga mesmo. O nervosismo estava desde o dia anterior ao jogo. Mas tenho a consciência que preciso melhorar. Fiquei dois meses parado, fazendo uma boa pré-temporada. Estava bem fisicamente, mas aconteceram algumas coisas que foram preciso melhorar, como desequilíbrio muscular”, comentou Luan, que não atuava pelo Atlético desde o começo de dezembro do ano passado, na decisão da Copa do Brasil, com o Grêmio.

“Fico muito feliz por voltar a jogar futebol. Só a gente sabe o quanto é difícil ficar ali só na academia e trabalhando no campo. O que a gente gosta é de sentir a torcida. Na minha análise, contra o Tupi, eu fui até legalzinho. Mas tem de melhorar bastante ainda, pois todo mundo sabe da minha qualidade, da minha capacidade para jogar mais e contribuir com o Galo”.

É muito fácil saber o motivo de Luan ser tão querido pelos atleticanos. A dedicação a em campo e a postura de como se fosse um torcedor dentro do gramado são suficientes para fazer o jogador cair nas graças de qualquer torcida. Mas Luan vai além. Quando disse que gostaria de fazer história no Atlético e com gols, ele acertou.

Já são 168 jogos pelo Atlético e 38 gols marcados, o que faz dele o maior goleador do atual elenco alvinegro. Dos quase 40 gols com a camisa atleticana, alguns são inesquecíveis para o torcedor. Contra o Tijuana, do México, nas quartas de final da Libertadores de 2013, o gol da classificação com o Flamengo, na Copa do Brasil do ano seguinte, e o primeiro gol da final do torneio nacional, contra o Cruzeiro. As conquistas mais importantes de Luan pelo Atlético.

“Sou um cara que não desiste das coisas. Sempre foi assim nas lesões que tive. Dei a volta por cima e provei que algumas pessoas estavam erradas, pois joguei de novo e trouxe alegrias para o torcedor. O que eu conquistei aqui vai ser difícil não lembrar, quando eu me aposentar. E meu sonho é aposentar aqui no Galo, em alto nível”, comentou Luan, que tem apenas 26 anos, portanto, ainda com muito tempo de carreira pela frente.

“O que tento passar ao torcedor é isso. A alegria de estar aqui, no dia a dia tento motivar a galera. Sou um cara assim, eu corro mesmo, eu luto, eu brigo, eu erro passe, mas não desisto e recupero. E isso que eu tento passar no dia a dia para alguns moleques que treinam com a gente. É preciso ter personalidade, força de vontade e nunca desistir, pois o Galo é isso. O Galo é emoção, é superação e é amor”.

Outro desejo de Luan é não sofrer mais com lesões. Desde que chegou ao Atlético, sempre o jogador ficou fora por alguns momentos. Entre 2013 e 2017 foram lesões que tiraram Luan de jogos importantes, até mesmo de uma Libertadores. O camisa 27 sequer foi inscrito na edição de 2014 e o time sentiu bastante a ausência do “Menino Maluquinho”, como foi apelidado pela torcida.

“Esse ano, meu objetivo é não ficar fora de mais nenhuma partida”.