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Rafinha vira artilheiro improvável e ainda ofusca medalhões com outra arma

Nem Fred, tampouco Neves ou Arrascaeta. Rafinha é a bola da vez neste início de 2018 - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Nem Fred, tampouco Neves ou Arrascaeta. Rafinha é a bola da vez neste início de 2018 Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

31/01/2018 09h00

É inevitável não chamar atenção com o time poderoso que o Cruzeiro formou, favorito aos principais torneios da temporada. Mas, no meio de Fred, Thiago Neves, Sóbis e outras estrelas, Rafinha é quem tem roubado a cena neste início de ano. Artilheiro do time, o meia ainda está surpreendendo com o comprometimento tático, largando bem na frente de seus companheiros. Apesar dos 34 anos, o jogador desponta como titular absoluto de Mano Menezes e até coloca em risco a formação idealizada pelo torcedor celeste.

Antes do pontapé inicial de 2018, o torcedor do Cruzeiro quebrava a cabeça com aquela que seria a formação ideal da equipe. Melhor contratação do ano passado, Thiago Neves tem lugar garantido no meio-campo, assim como Fred, novo reforço, no ataque. O talento e inteligência de Arrascaeta e o apoio de Robinho deixavam a dupla com vantagem sobre os demais.

Mas bastou a bola rolar para Rafinha provar que o ótimo final de ano não foi mera coincidência. Mesmo desacostumado a fazer gols, é dele a artilharia celeste até aqui, além de contabilizar uma assistência. Os quatro gols em quatro jogos já deixam para trás Fred, Robinho e Neves, que possuem só um. Para se ter uma ideia, desde que chegou ao Cruzeiro, Rafinha fez dois gols em 2016 e outros três em 2017.

Além das gratas surpresas na hora de colocar a bola na rede, Rafinha ainda mostra outra qualidade que seus principais concorrentes não têm. Apesar da idade já avançada, o jogador é um dos melhores no quesito recomposição de jogo. Nas quatro partidas do ano até o momento, foi possível observá-lo voltando para recuperar a bola e colaborar taticamente com o setor defensivo, função feita com pouca frequência por Arrascaeta e Thiago Neves.

"Eu sei que se eu colocar o Rafinha para fazer o retorno na beirada do campo, eu terei um jogador quase que impecável taticamente. Se eu estiver preocupado com o adversário e quiser um jogador que faça isso, o Rafinha estará lá. Em alguns momentos, tenho que tentar buscar um companheiro para o atacante central sem perder o retorno. O Thiago Neves, o Arrascaeta se aproximam muito dos atacantes e têm um grande poder de definição, mas sei que ambos não têm o mesmo retorno que tem o Rafinha", comentou recentemente o técnico Mano Menezes.

O momento de alta despertou interesse e rendeu a Rafinha uma renovação de contrato com direito a aumento salarial. O antigo compromisso do jogador no Cruzeiro continha uma cláusula que obrigava o clube a igualar qualquer proposta com o intuito de evitar a sua saída. Como o atleta foi alvo recente do Vasco, a diretoria celeste se viu obrigado a aumentar o vencimento do e prolongar a estadia do jogador na Toca. Antes válido até dezembro de 2018, o vínculo do meia vai agora até o fim de 2019.