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Atlético-MG não vê o Cruzeiro como favorito na final do Campeonato Mineiro

Capitães do Atlético-MG, Leonardo Silva usa a velha máxima de que clássico não tem favorito - Bruno Cantini/Atlético-MG
Capitães do Atlético-MG, Leonardo Silva usa a velha máxima de que clássico não tem favorito Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

28/03/2018 10h35

Pela 22ª vez na história a final do Campeonato Mineiro será decidida entre Atlético-MG e Cruzeiro. Neste domingo, às 16h, os dois maiores clubes de Minas Gerais fazem o primeiro duelo decisivo, no Independência. Embora a equipe cruzeirense seja tratada como favorita para ficar com o título, por uma série de fatores, os jogadores atleticanos não enxergam dessa maneira. Para eles, neste final, o Galo chega em condições iguais ao rival.

Somente na primeira fase do Estadual, foram 11 pontos de diferença. Vantagem do Cruzeiro, que ainda venceu o clássico, por 1 a 0, no Independência. Além do que já mostrou dentro de campo, o clube celeste carrega também a expectativa criada pela montagem do elenco. Jogadores de peso chegaram à Toca da Raposa, como Edílson, Mancuello, Bruno Silva e Fred. Além de contar com um técnico que está perto de completar dois anos cargo.

O Atlético, por sua vez, chega à final sob o comando de um interino. Thiago Larghi vai para o 13º jogo no comando de um time profissional, enquanto Mano Menezes já tem mais de 20 anos de carreira. Além disso, clube alvinegro teve contratações mais modestas, sem gastar nenhum Real, como a própria diretoria gosta de falar. Os grandes nomes deixaram a Cidade do Galo, casos de Robinho e Fred, sendo que esse último foi para o rival.

Por tudo isso, o Cruzeiro carrega sim um favoritismo para levar o título do Campeonato Mineiro de 2018. É uma equipe mais forte, que vem jogando melhor, não apenas nesta temporada, como também no segundo semestre do ano passado. Fatores que os atleticanos garantem que não vão entrar em campo nesta final.

“Serão dois jogos difíceis. O Atlético tem o primeiro jogo aqui para tentar reverter a vantagem que é tão importante na decisão. É clássico. Independentemente da situação, o favoritismo é dividido. A responsabilidade é igual. Vamos tentar assumir a nossa para vencer os jogos e ser mais uma vez campeão”, disse o volante Elias, que no ano passado fez o gol do título do Atlético sobre o Cruzeiro, no Mineiro.

Leonardo Silva contra Gilberto - Washington Alves/VIPCOMM - Washington Alves/VIPCOMM
Leonardo Silva trocou Cruzeiro pelo Atlético-MG e estreia foi no clássico, com triunfo atleticano por 4 a 3, em 2011
Imagem: Washington Alves/VIPCOMM

O discurso de não existir favorito para esta decisão também é adotado pelo capitão Leonardo Silva. O zagueiro vai disputar o clássico de número 30 com a camisa do Atlético. Poucos conhecem a rivalidade tão bem quanto ele, que já esteve do outro lado. O zagueiro defendeu o Cruzeiro entre 2009 e 2010.

“Já disputei clássicos em diversas circunstâncias e ali dentro de campo não faz nenhuma diferença. É o momento ali que vai definir a equipe que é melhor. O que cada equipe vai mostrar, são 11 contra 11 tentando uma taça, isso que vai fazer a diferença. A equipe que se equilibrar melhor, que errar menos e fizer bem feito o seu trabalho dentro de campo que vai levar vantagem na final”, disse o defensor, que busca o sexto título estadual. Foram quatro conquistas com o Galo (2012, 2013, 2015 e 2017) e uma com a Raposa (2009)

Equilíbrio para tomar a vantagem do Cruzeiro

Robinho comemora gol do Atlético-MG no clássico contra o Cruzeiro - André Yanckous/AGIF - André Yanckous/AGIF
Robinho não está mais no Atlético, mas foi o destaque no último clássico no Mineirão, com dois gols
Imagem: André Yanckous/AGIF

O favoritismo atribuído ao Cruzeiro, por torcedores e imprensa, fica ainda maior por ter a vantagem na final. Como fez melhor campanha na primeira fase (29 pontos contra 18), a equipe celeste joga por dois empates ou por derrota e vitória pela mesma diferença de gols. Além de poder decidir o título dentro de casa.

Se dependesse de Leonardo Silva, a segunda partida da final seria no Independência, com a maioria de atleticanos, como aconteceu no ano passado e deu Galo. “É uma pergunta difícil porque eu já venci jogando a segunda fora ou a segunda em casa. Se fosse uma questão de escolha, gostaria de jogar a segunda em casa. Mas isso não define o que nós vamos fazer tendo a primeira em casa. São dois jogos, em que vamos disputar a final fora, o segundo jogo. É fazer uma grande partida, dar a vida, tudo que temos de melhor no primeiro jogo”.

Portanto, como aconteceu na semifinal com o América-MG, o Atlético precisa tomar a vantagem do rival. Vencer o duelo no Horto e levar alguma vantagem para o Mineirão, nem que seja jogar pelo empate, é o grande foco dos jogadores alvinegros. Porém, não vencer dentro de casa não será considerado um desastre, já que tem a partida da volta e o Galo venceu o Cruzeiro mais do que perdeu no Mineirão pós-reforma e tomado pela torcida rival. São quatro triunfos e três derrotas em 12 clássicos com 90% de cruzeirenses e 10% de atleticanos.

“São 180 minutos, mas é óbvio que se conseguirmos uma vitória no Independência, isso vai fazer com que no segundo jogo a vantagem seja nossa e numa circunstância diferente para o nosso adversário, que vai jogar dentro de casa precisando fazer o resultado. É tentar fazer o nosso dever de casa, mas sem desesperar, pois não acabar no primeiro jogo. É tentar uma vitória no primeiro jogo, claro que vamos tentar nos dois, para trazer essa vantagem para o Atlético para que a gente consiga ser campeão”.