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Presidente da FPF rebate árbitro sobre cancelar Atletiba: "despreparo dele"

Napoleão de Almeida

Colaboração do UOL, em Curitiba

20/02/2017 12h12

A manhã desta segunda foi agitada para Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol. No centro do Furacão que se tornou o cancelamento do Atletiba 370, polemizado por conta dos direitos de transmissão, Cury falou com o UOL Esporte sobre o vídeo em que o quarto árbitro, Rafael Traci, diz textualmente ao vice-presidente do Coritiba José Fernando Macedo: “[A ordem]...vem do próprio presidente Hélio Cury. O pessoal não pode transmitir, por que não é a detentora do campeonato. É isso que a gente recebeu de informação. Se continuar eles (sic) dentro do campo nós não podemos iniciar a partida.”

“Mostra o despreparo dele. Primeiro que eu não falei com ele, tenho que falar com meu observador, com o presidente da comissão. Nunca com o quarto árbitro”, atirou Cury, negando qualquer contato com Traci. Ele prosseguiu: “Pra começar eu estava fora de Curitiba. Mas vinha conversando por telefone com o pessoal. Só que nem com quatro arbitro, nem ele [o árbitro central, Paulo Roberto Alves Junior]. Teria que ligar pro Afonso Vitor [diretor de arbitragem da FPF]. A regra foi com a Julia [Abdul Hak, coordenadora de imprensa da FPF], que mostrou o protocolo e não queriam seguir a norma”.

Cury também negou qualquer pressão da Rede Globo ou de sua repetidora no Paraná, RPC TV, em cima da FPF por conta da transmissão. “Estão tentando um jogo que fizeram no Estádio. Jogar a culpa pra federação. Não transmitiram por que não estão regulares. A FPF cuida do gramado, essa é a nossa função: até 48h antes tem que estar todo mundo inscrito. Vai ver a relação, está lá o nome, bateu o documento, pega o colete a acabou, vai trabalhar. Chegaram 10 deles, contratados de última hora, foi dito que não podia, o sr. Mauro Holzmann [diretor de marketing do Atlético] peitou. Entraram por outro caminho, você sabe que ninguém entra se não tiver ninguém liderando.”

Para o presidente da FPF, a transmissão via YouTube fere o Regulamento Geral de Competições da Federação e também o regulamento do campeonato 2017. Ele deixou no ar que a transmissão poderia ser feita mediante credenciamento legal, mas ponderou o aspecto jurídico. “Vou mais longe. O que eu ganho com isso? Pela transmissão, eu poderia entrar com uma liminar antes ou apenas deixar transmitir e ver nossos direitos violados. Não temos nada a ver. Se tiver algo que nos prejudique, vou atrás dos nossos direitos. A Globo fez lá o campeonato com 10 e tá lá transmitindo.”

Cury também foi questionado sobre o excesso de pessoas no gramado na partida entre Rio Branco e Toledo, no último dia 12, relatado em súmula pelo árbitro Marcos Vinícius Soares Martins. “Vou procurar saber. Quero saber, por que temos relatório e tudo e vou acionar para tomar providências”, disse. Logo a seguir, o diretor jurídico da FPF Emerson Fukushima procurou a reportagem e deu a versão oficial para o caso em Paranaguá: “O juiz verificou isso no intervalo, ou seja, o jogo já estava iniciado. O correto seria ele suspender, mas a decisão é do árbitro”, afirmou.