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Paulista - 2019

Folha salarial do Palmeiras consegue pagar gastos de "sete Guaranis"

Valdívia celebra gol em partida contra Ponte Preta. Salário dele é de R$ 400 mil - Fernando Donasci/UOL
Valdívia celebra gol em partida contra Ponte Preta. Salário dele é de R$ 400 mil Imagem: Fernando Donasci/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

19/04/2012 06h00

"O salário do Valdivia ou do Felipão paga todo o meu time." A frase do diretor do Guarani, Cláudio Corrente, resume o abismo financeiro existente entre o time do interior de São Paulo com o Palmeiras, rival deste domingo, pelas quartas de final do Paulistão-2012.

A diferença da folha salarial é de R$ 6 milhões, aproximadamente. O cartola campineiro exagera, já que o chileno ganha cerca de R$ 400 mil. O fato é que os gastos do Palmeiras conseguiriam pagar sete times e sete comissões técnicas do Guarani, time que terminou em 4º, à frente do time da capital, na fase de classificação do Paulista. 

O Palmeiras gasta R$ 7 milhões com a folha salarial, incluindo encargos que tem pela legislação trabalhista. O Guarani gasta R$ 600 mil com jogadores e R$ 100 mil com sua comissão técnica. Com encargo, esse montante chega perto do R$ 1 milhão.

DIFERENÇAS ENTRE PALMEIRAS E GUARANI

 PALMEIRASGUARANI
JogadoresR$ 6 milhões (com encargo)R$ 850 mil (com encargo)
Gasto da comissãoR$ 1 milhão (com encargo)R$ 150 mil (com encargo)
Verba da GloboR$ 70 milhõesZERO

A grande diferença fica por conta dos direitos de imagem. O time do presidente Arnaldo Tirone gasta aproximados R$ 2 milhões com isso, contra uma conta que beira o zero do Guarani.

"Você entende o abismo? É por isso que na reunião que tivemos hoje (terça-feira) com o Marin (presidente da CBF) nós pedimos uma ajuda e ele prometeu isso, com transparência e tudo mais. O encontro foi maravilhoso. Falam em acabar com o Paulista. Um absurdo para a gente. É parte de um projeto essencial para os times do interior", afirmou Corrente.

Assim como nos gastos os valores são muito maiores, na hora de receber a diferença também é bem grande. O Palmeiras ganha cerca de R$ 70 milhões pelo contrato com a TV Globo por ano, sem contar a variável do pay-per-view, que varia de acordo com a aquisição de pacote dos 15 milhões de torcedores. O Guarani não recebe nada, porque ainda não entrou em acordo com a emissora.

"Nós pegamos o clube com uns seis meses de atraso de salário. E, para piorar, a gestão antiga votou contra a Globo e aí ficamos em uma situação difícil. Se a gente fechar, vamos conseguir fechar por cerca de R$ 2,4 milhões. Isso paga quatro meses da nossa folha", lamentou o diretor.

Após a reunião nesta terça-feira, o Guarani ainda saiu derrotado na votação para a definição da divisão das rendas. O time mandante, no ano passado, teve 60% da renda. Neste ano, terá 50%. 

"Não tem como competir neste quesito. Mas ficamos à frente na primeira fase e estou confiante de que vou passar de novo. Vamos enfrentar o Corinthians na próxima fase", disse Corrente, aproveitando para afirmar que seu arquirrival, a Ponte Preta, não passará pelo time do Parque São Jorge.