Chegou a hora. Depois de 33 anos, Guarani e Ponte Preta voltam a se enfrentar por uma semifinal de Campeonato Paulista. Frente a frente, equipes embaladas por eliminações convincentes sobre dois grandes da capital: Palmeiras e Corinthians. Agora, resta saber qual dos rivais campineiros levará a melhor nos 90 minutos a serem disputados neste domingo, no Brinco de Ouro. Ser der empate, a disputa vai para os pênaltis. Quem avançar, pega Santos ou São Paulo na grande decisão.

O tão aguardado - e inesperado - dérbi promete parar a cidade de Campinas. De um lado está o Guarani, que formou o elenco às pressas momentos antes do início da competição e conta com a experiência do técnico Vadão e a presença da sua torcida para desbancar o maior rival para tentar ao menos igualar a sua melhor campanha em estaduais, em 1988, quando perdeu para o Corinthians na final.

“Poderíamos [Guarani e Ponte] decidir um título, mas esse jogo também vale um título. Sabemos que é um jogo diferente, a maioria dos jogadores disputou aquele outro dérbi [1 a 1, pela primeira fase], eu mesmo já tive a oportunidade de jogar outros dérbis, e na segunda-feira alguém vai estar triste, esperamos que sejam eles”, destacou Fumagalli, artilheiro do Guarani no Paulistão com nove gols.

Do outro, está a Ponte Preta, que colhe os frutos do planejamento que iniciou há algum tempo. Entre as principais virtudes estão a manutenção de boa parte do elenco que alcançou a elite no ano passado e a permanência do promissor Gilson Kleina, que está no comando desde janeiro de 2011. Somado a isso, o sucesso nas contratações para esta temporada, casos de Roger e William Magrão.

Renato Cajá, destaque da Ponte na campanha do vice Paulista em 2008, quer voltar à final com o time campineiro e mais uma vez entrar para a história. “Temos que estar focados para ir a mais uma final. É um jogo muito especial para mim. Quero muito conquistar com a Ponte, entrar nessa história. Desejo que o clube consiga se tornar cada vez maior e quero ser campeão”, disse o camisa 10.

Torcida alviverde em peso

Quarto colocado na fase de classificação, o Guarani, além de jogar em sua casa, terá 95% dos ingressos destinados à sua torcida. Vadão, técnico bugrino, quer aproveitar esta enorme vantagem para chegar à final. “Nós jogamos dez jogos aqui e ganhamos nove, só perdemos contra o Santos... Este índice nos permite confiar mais em jogar perto do nosso torcedor”, destacou.

Do lado da Ponte Preta, a missão é deixar de lado a pressão da torcida bugrina, apoiar-se nos 5% de alvinegros e, de preferência, ficar ligado apenas no que acontece dentro de campo. “Vamos com a mesma pegada e mesma fome de vencer dos últimos jogos. A pressão vem mais de fora, mas dentro de campo temos que estar ligados e buscando a vitória o tempo todo”, afirmou Cajá.

Escalações

No Guarani, a principal dúvida é quem irá substituir William Favoni, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Éwerton Páscoa é o favorito para ficar com a vaga no meio-campo, mas Rafael Araújo, Bruno Neves e Medina correm por fora. Fora isso, entra em campo a mesma equipe que superou o Palmeiras.

Na Ponte Preta, são dois os desfalques: Cicinho e William Magrão, também suspensos. O técnico Gilson Kleina até chegou a fechar o treino, mas através de uma fresta no muro foi possível descobrir que Diego Sacoman e Xaves serão os titulares. De resto, a mesma equipe que bateu o Corinthians.

GUARANI X PONTE PRETA

Data: 29/04/2012 (domingo)
Horário: 18h30 (de Brasília)
Local: Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP)
Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra
Auxiliares: Marcelo Carvalho Van Gasse e Márcio Luiz Augusto

Guarani
Emerson; Oziel, Neto, Domingos e Bruno Recife; Ewerton Páscoa (Bruno Neves), Fábio Bahia, Danilo Sacramento e Fumagalli; Fabinho e Bruno Mendes
Técnico: Vadão

Ponte Preta
Bruno Fuso; Guilherme, Diego Sacoman, Ferrón e Uendel; Xaves, João Paulo, Gerson, Caio e Renato Cajá; Roger
Técnico: Gilson Kleina