Histórico de lesões de R. Augusto desperta atenção, mas não supera Pato
Um jogador que teve passagem pela seleção brasileira custou caro ao Corinthians e chegou impressionando a torcida em campo, mas agora preocupa pelo histórico de lesões que teve enquanto esteve na Europa. Poderia ser Alexandre Pato, mas é Renato Augusto. Estrela do começo de temporada alvinegro, o meia está com um problema muscular na coxa direita e desperta uma atenção especial dos médicos, mas não assusta tanto quanto o ex-atacante do Milan.
Renato Augusto sentiu a lesão no último domingo, quando o Corinthians venceu o Guarani por 1 a 0. O meia saiu de campo de maca e, na última segunda, o departamento médico do clube mostrou-se preocupado com o problema, que será melhor avaliado em um ultrassom, nesta terça.
Foi a sétima lesão de Renato Augusto nos últimos três anos e meio. Revelado pelo Flamengo, o meia foi para o Bayer Leverkusen em 2008 e só na primeira temporada não frequentou o departamento médico do clube. Um ano depois, começou o calvário do jogador na Alemanha.
Na temporada 2009/2010, foram só 17 jogos e duas lesões mais graves, com uma cirurgia no joelho esquerdo e um estiramento na coxa esquerda. No ano seguinte, ele voltou à forma normal, com 35 partidas disputadas, mas perdeu algum tempo no estaleiro com uma lesão no joelho esquerdo.
Em 2011/2012, Renato chegou a ficar alguns meses fora quando passou por uma artroscopia no joelho esquerdo, e perdeu o fim da temporada com outro problema muscular na coxa esquerda. No segundo semestre do ano passado, primeira parte da temporada europeia, ele ainda teve outra lesão muscular na coxa esquerda antes de acertar sua saída para o Corinthians.
Muito aclamado pelo antigo clube, Renato Augusto deixou a Alemanha cerca de desconfianças. O presidente do Bayer Leverkusen, Wolfgang Holzhauser, chegou a chamá-lo de “jogador de desculpas” pelo excesso de lesões. O histórico não foi ignorado pelo Corinthians, que desde a chegada do meia, por 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões) o trata com a atenção devida.
“Há uma preocupação sempre, você não pode deixar o processo evoluir”, disse Julio Stancati, médico do Corinthians, sobre o histórico de Renato Augusto.
Nada que coloque o meia no mesmo patamar de Alexandre Pato. Mais caro (15 milhões de euros), o ex-milanista teve 16 lesões desde o início de 2008, quando estreou na Itália. O medo de um problema crônico fez o Corinthians apelar para uma biópsia muscular, análise especial que avaliou até o DNA de Pato.
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Para Renato Augusto, o clube alvinegro não foi tão longe. “A lesão dele é normal de jogador de futebol. São casos diferentes, o do Renato é mais simples. Imagina, três lesões musculares em [quase] cinco anos de Europa é muito pouco”, disse Joaquim Grava, consultor médico do clube.
“O quadro clínico é diferente, por isso que ele não chamou. Você pede uma biópsia muscular em um atleta de futebol quando suspeita de alguma doença muscular pregressa, quando ele teve algum acontecimento estranho da parte de preparação física ou quando você acha que ele tem uma miopatia inflamatória ou uma alteração metabólica”, explica Beny Schmidt, chefe do laboratório de patologia muscular da Universidade Federal de São Paulo e responsável pelo exame de Pato, que não titubeia ao ouvir o histórico de lesões de Renato.
“O futebol e todo outro esporte de alto rendimento não é benéfico à saúde”, resume Schmidt.
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