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Corinthians perde 4ª seguida e irrita torcida, que protesta contra greve

Guilherme Palenzuela e Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

05/02/2014 23h52

O Corinthians não conseguiu a reação que esperava no reencontro com a sua torcida. Diante de um público modesto, sob um clima de tensão, o time de Mano Menezes vacilou de novo, perdeu de 2 a 0 para o Bragantino e chegou à quarta derrota consecutiva. No fim, teve de ouvir protestos contra a greve marcada para o próximo fim de semana. 

"Vamos jogar bola, ô ô ô ô", "Volta dessa greve" e "Greve é o c..., entra em campo e justifica seu salário" foram alguns dos gritos entoados pela torcida, que no último sábado criou um dia de terror nos jogadores.

A invasão ao CT ainda está latente para o elenco e os funcionários, mas a situação no Paulista começa a preocupar. Com a derrota, o Corinthians soma míseros seis pontos em seis jogos, é o quarto do grupo B, e deixa seu treinador sob enorme pressão a uma semana e meia do clássico com o Palmeiras. O Bragantino, por sua vez, vai a 12 e é o vice-líder do D.

Antes do apito inicial, porém, os pontos em disputa pareciam ser a coisa menos importante no Pacaembu. O jogo estava cercado de muita tensão desde o início. As três derrotas seguidas; os traumas, em campo e fora dele, pela invasão ao CT no último sábado; e a iminente troca entre Pato e Jadson eram os ingredientes da partida.

Mano surpreendeu. Zé Paulo e Cachito Ramirez, que sequer haviam entrado em campo até então em 2014, assumiram o meio-campo do time. Em cinco minutos, porém, a equipe que estava no gramado perdeu seu protagonismo.

Aos 5 minutos, e depois novamente aos 20 minutos, parte da torcida organizada entrou em conflito com a Polícia Militar, criando clarões na arquibancada amarela. Era ali que estava a Gaviões da Fiel, maior facção do clube, que fez um protesto silencioso no Pacaembu.

Até os 40 minutos do primeiro tempo, o grupo permaneceu calado, à exceção de alguns momentos durante a briga. Quando começou a cantar, porém, já era tarde.

Em campo, alheios às brigas, Corinthians e Bragantino faziam um jogo desigual, que pendia para os donos da casa. Romarinho e Guerrero vacilaram quando tiveram chances, e o time do interior aproveitou.

Aos 25 minutos, Geandro recebeu pela direita e cruzou rasteiro. Felipe, no primeiro pau, tentou cortar e acabou colocando para dentro do próprio gol. O erro do jovem zagueiro abalou o jogo do Corinthians. Romarinho ainda perderia mais uma chance, mas o time já estava muito no ataque quando sua torcida finalmente acordou, balançando o Pacaembu.

Como quem manda um recado para a arquibancada rival, o Bragantino fez 2 a 0 dois minutos depois da Gaviões começar a cantar. Aos 39 minutos, um cruzamento da direita desviou em Felipe, bateu no travessão e no poste direito. Na sobra, Tássio fez de cabeça, para desespero dos corintianos.

Com 2 a 0 contra si e parte da torcida já o chamando de burro, Mano ainda insistiu em sua formação. Sua primeira mudança foi aos 21 minutos, com a entrada de Emerson na vaga de Ralf. Só que o Corinthians não conseguiu criar, e quando invadiu a área finalizou mal, com Emerson, Ramirez e, novamente, Romarinho.

A melhor chance do time parou em uma falta. Depois de um belo passe de Guerrero, Emerson sairia livre de frente para Rafael Defendi, quando foi parado por falta por Francesco, expulso.

Nem assim o Corinthians reagiu, embora tenha tentado. A falta de futebol irritou a torcida. A poucos minutos do fim, um grupo de torcedores estendeu a faixa “Fora Gobbi” na cadeira laranja, em um protesto contra o presidente. O presidente foi o principal alvo individual dos protestos, que não escolheram nenhum jogador em especial nas críticas. 

Pressionado, o Corinthians vai a Mogi Mirim no próximo fim de semana. Um novo tropeço pode dar uma semana quente a Mano Menezes, já que o time vai folgar até o domingo seguinte, quando encontra o Palmeiras. Já o Bragantino recebe o Botafogo-SP, em Bragança Paulista.