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Arrancada do Palmeiras passa por pacto de sangue e resgate de orgulho

Alan Kardec vai para a torcida palmeirense após gol de pênalti contra o São Paulo, no Pacaembu - Danilo Verpa/Folhapress
Alan Kardec vai para a torcida palmeirense após gol de pênalti contra o São Paulo, no Pacaembu Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

08/02/2014 06h00

O Palmeiras largou na frente de todos os seus rivais no início deste ano. A equipe venceu os seis jogos que disputou no Campeonato Paulista e demonstrou em campo uma variedade tática e técnica que transformou a equipe alviverde na sensação do estadual. A “liga” que o time achou tão rapidamente passa por um pacto feito com o treinador Gilson Kleina e pela escolha em apostar em jogadores de orgulho ferido.

O pacto em torno do trabalho do técnico vem desde o ano passado, quando o clube arrastou sua renovação por meses. O fato deixou os atletas ainda mais ao lado de seu comandante e essa filosofia foi rapidamente assimilada pelos reforços que chegaram para esta temporada. No início do ano, na primeira reunião que teve com o elenco, Kleina agradeceu o apoio no episódio de sua renovação e arrancou a promessa de comprometimento de todos os atletas, titulares ou não. A mensagem passada foi a de que era preciso um "sangrar pelo outro", como uma família.

“O nosso time vive um ótimo momento e isso é reflexo da união do grupo e da dedicação de cada um durante os treinamentos e jogos. Além disso, este ano chegaram jogadores de muita qualidade e isso só beneficia a equipe, porque há uma disputa sadia dentro do grupo. Mas nós sabemos que não ganhamos absolutamente nada. Temos que seguir com os pés no chão e manter a humildade, que sempre foi o diferencial dessa equipe”, afirmou o meia Mendieta ao UOL Esporte.

Quando o paraguaio diz em reforços, ele toca no outro ponto que alavancou a motivação palmeirense. A diretoria traçou um perfil de jogadores que poderiam ser recuperados na hora de contratar. Assim veio o zagueiro Lúcio, que estava encostado, o volante França, que estava sem jogar, o atacante Diogo, que ainda não se firmou em um clube grande do Brasil, entre outros.

Kleina fez questão de conversar separadamente com eles, para deixar claro que teriam chances de dar a volta por cima em um momento histórico do clube. “Foi como eu disse quando me apresentei: não tive um ano bom, mas vim preparado. Vim com desconfiança por estar há seis meses sem jogar, mas tive apoio da diretoria, do treinador, dos meus empresários. Graças a Deus está dando tudo certo. O professor falou que a gente é uma família, que temos de correr um pelo outro. A união está muito forte”, explicou o volante França.

“O Palmeiras já tinha uma base muito boa no ano passado, com jogadores de muita qualidade. E quem chegou conseguiu adotar essa mente vencedora, com espírito de grupo. Isso tem sido fundamental para o bom início do time. Mas o ano está só começando, precisamos manter os pés no chão e continuar trabalhando duro a cada dia”, completou o atacante Diogo ao UOL Esporte.

A metodologia de trabalho tem funcionado. O time é o líder do Grupo D do Campeonato Paulista, com 18 pontos conquistados. Neste final de semana, enfrenta o Audax, em busca da sétima vitória consecutiva.

“Eu acho que se ganharmos títulos todo mundo ficará marcado. E o objetivo, foco não é esse. Se formos campeões, todos nós faremos história, independentemente de quem seja o capitão, o autor do gol do título, o melhor jogador do campeonato. Daqui a 10, 20, 30 anos estaremos naquelas fotos de parede comemorando com os troféus. Vamos trabalhar forte para isso”, projetou o goleiro e capitão Fernando Prass.

“A continuidade do comando facilita porque já conhecíamos o trabalho desenvolvido, as características dos jogadores e qual o tipo de treino poderíamos fazer com este calendário. Nós mantivemos uma base, colocamos dois jogadores só. O restante disputou a Série B. Mudou um pouco a forma de jogar, tivemos a volta do Mazinho, temos também o Valdivia e o Marquinhos Gabriel. Estou muito feliz e que a gente mantenha os pés no chão e a humildade. Podemos até tropeçar, mas faremos um grande ano”, projetou Kleina.