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Duelo da pechincha: Palmeiras inovador sai na frente de fórmula corintiana

Lucio, ex-capitão da seleção, entrou bem no Palmeiras e empolgou; Corinthians ainda não fez o mesmo - Eduardo Knapp/Folhapress
Lucio, ex-capitão da seleção, entrou bem no Palmeiras e empolgou; Corinthians ainda não fez o mesmo Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Gustavo Franceschini e Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

15/02/2014 06h00

Corinthians e Palmeiras terminaram 2013 com pouco dinheiro em caixa. Para se reforçarem para a atual temporada, precisariam de bom faro, alguma criatividade e capacidade de pechincha. A julgar pelos primeiros jogos e a reação da torcida, os dirigentes alviverdes começaram melhor essa disputa.

Do fim da temporada para cá, o Palmeiras contratou sem desembolsar quase nada em nenhuma das negociações. Mais que isso, o clube implantou o contrato de produtividade, que prevê que o jogador ganhe de acordo com seu rendimento em campo.

Em um primeiro momento, muitos torceram o nariz, mas o fato é que o clube conseguiu contratar onze jogadores até agora, sendo que alguns deles têm grande apelo junto aos torcedores, como o zagueiro Lúcio e o meia Bruno César. Outros são apostas que vêm correspondendo, como Marquinhos Gabriel.

Para convencer os jogadores, a diretoria do Palmeiras apostou em dois fatores: a visibilidade do clube no ano de seu centenário e o argumento de que o contrato de produtividade pode render vencimentos muito mais altos do que o salário fixo, mesmo ele sendo elevado – para isso, basta atingir o bem comum do time, e todos ganham.

O único jogador que o Palmeiras precisou de fato abrir os cofres para contratar foi Rodolfo, de 20 anos, que veio do Rio Claro. Embora os valores da transação não tenham sido anunciados, não foi algo significativo.

O Corinthians fez diferente, apostando em um retorno a longo prazo. Desde dezembro, trouxe o lateral esquerdo Uendel, o direito Fagner, o volante Bruno Henrique, o meia-atacante Luciano e Jadson, único reforço de peso, envolvido na troca com Alexandre Pato. De todos, só desembolsou algum dinheiro com Bruno Henrique, pagando R$ 750 mil por 25% dos direitos econômicos do atleta.

O impacto na torcida e em campo, porém, foi bem diferente daquele sentido pelo rival, a começar pelo desempenho da equipe. A campanha de quatro derrotas, um empate e só duas vitórias impediu que Uendel ou Fagner conquistassem o público logo de cara – os demais sequer estrearam. Na verdade, os dois ainda colaboraram para o declínio da melhor defesa do país, por não serem especialistas na marcação.

O Corinthians defende, no entanto, que sua atuação na janela pode ter sido mais precisa. “A gente já tinha um elenco de muita qualidade. Era preciso só dar mais um salto. Eles precisavam de um elenco maior. A distância deles é diferente da nossa”, disse Ronaldo Ximenes, diretor de futebol do clube.

Mais que isso, o Corinthians retomou uma velha política de contratações. Em vez de desembolsar quantias milionárias em nomes como Gil, Renato Augusto e Alexandre Pato, como foi em 2013, a diretoria escolheu promessas do interior e de outros estados, sonhando com novos Paulinhos, Jucileis e Ralf’s.

“O Corinthians voltou a buscar jovens no mercado”, definiu Mano Menezes, na coletiva conjunta com o Palmeiras que foi concedida na última sexta. Resta saber se o futuro do time mostrará um acerto como o da primeira vez, ou se o Palmeiras seguirá como o ganhador da disputa pelo melhor mercado.