Horas depois de Fred ter atuação discreta com a camisa 9 da seleção brasileira, em amistoso contra a África do Sul, o camisa 9 da última Copa do Mundo mostrou no Morumbi que ainda pode servir como alternativa para o técnico Luiz Felipe Scolari: Luis Fabiano definiu a vitória do São Paulo por 4 a 0 sobre o Audax, na noite desta quarta-feira, que garantiu a classificação antecipada às quartas de final do Paulistão. O gol mais belo, no entanto, foi do volante Souza.
Os dois gols de Luis Fabiano só saíram no segundo tempo. Antes disso, o centroavante mostrou atuação consistente. Saiu da área para buscar jogo, apareceu para servir como referência e ganhou a maioria das bolas que chegaram à área ofensiva. Totalmente diferente do Luis Fabiano que encerrou a temporada de 2013 no pior momento da carreira, pela primeira vez na vida no banco de reservas do São Paulo, para que Aloísio, o Boi Bandido, jogasse.
Na primeira que recebeu, em cruzamento de Osvaldo após boa jogada, o camisa 9 subiu mais e cabeceou rente à trave. Depois, ganhou bola perdida na saída de bola do Audax, passou pelo defensor, deixou outro no chão e sofreu pênalti que o árbitro Antonio Rogério do Prado não marcou. “500 bandeirinhas para quê? Pênalti claro. A hora que ele viu que era eu, ele não deu”, reclamou, revoltado, ao sair de campo no primeiro tempo, logo depois de cabecear mais uma bola com precisão, próxima da trave.
A mudança de Luis Fabiano não passa apenas pelos aspectos físico e técnico. Aos 33 anos, ele deixou de ser o reclamão de sempre. Jogou pendurado e com a possibilidade de ficar suspenso para o clássico contra o Corinthians, domingo. E não discutiu com o árbitro como costumava fazer até o ano passado.
O Audax, do técnico Fernando Diniz, pratica talvez o futebol mais bonito deste Paulistão. A jogada começa no goleiro, com passes curtos, esquema tático fluído e constantes trocas de posições. Esbarra na inferioridade técnica individual. Apesar de alguns erros cometidos no primeiro tempo, chegou algumas vezes no gol do São Paulo de forma inesperada, em espaços encontrados nas pontas do ataque. O time se perdeu quando André Castro foi expulso ao tomar o segundo amarelo em falta sobre Osvaldo.
Foi a partir da superioridade numérica que as bolas de Luis Fabiano, antes para fora, entraram. O colombiano Dorlan Pabon cruzou, o camisa 9 subiu mais do que todos os defensores e abriu o placar. Logo depois, novamente de Pabon para Luis Fabiano – dessa vez pelo chão –, outro gol. O centroavante chutou firme.
O “tiki-taka” do Audax entrou em pane com um a menos. O goleiro Felipe Alves cometeu diversos erros na saída de bola. Deleite para a torcida do São Paulo: “Toca pro goleiro!”, cantou, em determinado momento do segundo tempo. Em um dos erros, Osvaldo aproveitou para ampliar: 3 a 0.
O mais belo dos gols veio no fim da partida. O Audax novamente saiu jogando errado, dessa vez da lateral, Souza roubou a bola na entrada da área, passou por um adversário e driblou o goleiro antes de marcar.
Classificado por causa da derrota do Linense para o Corinthians, o São Paulo pega o arquirrival no próximo domingo e depois enfrenta Ituano e Botafogo, que estão na chave corintiana. O clube do Morumbi espera para a confirmaç;ão, possivelmente na próxima rodada, que pegará o Penapolense nas quartas de final.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 4 X 0 AUDAX-SP
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 5 de março de 2014, quarta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Antônio Rogério Batista do Prado (SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Claudenir Donizeti Gonçalves da Silva
Gols: Luis Fabiano (2), Osvaldo e Souza (São Paulo)
Cartões amarelos: Paulo Henrique Ganso (São Paulo) / André Castro (Audax)
Cartões vermelhos: André Castro (Audax)
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Douglas, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Reinaldo; Souza (Lucas Evangelista) e Maicon (Wellington); Pabon, Ganso e Osvaldo; Luis Fabiano (Ademilson). Técnico: Muricy Ramalho
AUDAX-SP: Felipe Alves, Velicka, Francis (Ednei), João Paulo e André Castro; Didi, Camacho, Rafinha (Matheusinho); Diego, Denilson (Matheus) e Thiago Silvy. Técnico: Fernando Diniz
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