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Santos finalista do Paulista fica mais velho e com o pé torto

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

14/04/2014 06h00

O Santos dominou a primeira fase do Campeonato Paulista com um time jovem e insinuante que empilhava os adversários com goleadas em sequências. Na reta final do torneio, foi bem diferente. Mais velho e com o “pé torto”, o time de Oswaldo de Oliveira não conseguiu dominar como no começo da competição e perdeu o título estadual para o Ituano, nos pênaltis.

A mudança é sensível, a começar pela escalação. Ao longo da competição, como mostrou o UOL Esporte na semana passada, Oswaldo utilizou 16 jogadores com idades entre 17 e 21 anos. Na decisão do último domingo, só Geuvânio e Alison entraram como titulares.

Na quinta rodada, contra o Botafogo-SP, a média de idade do time era de 24,4 anos de idade e o jogo terminou 5 a 1 pela segunda vez seguida – dias antes, a goleada havia sido contra o Corinthians. Foi a última partida antes da estreia de Damião, que desencadearia as mudanças na equipe titular. Na final, o Santos já tinha 26,1 anos de idade, em média.

O desempenho também foi mudando ao longo do Paulista. Na primeira fase, a equipe marcou, ao todo, 39 gols, com o melhor ataque da competição, média de 2,6 por jogo. Nos jogos contra Penapolense e Ituano, justamente aqueles em que o Santos teve mais dificuldade, foram só quatro, 1,3 por partida, exatamente a metade do período anterior.

A queda poderia se justificar pelo fato de que na decisão as coisas tendem a ficar mais complicadas naturalmente. Só que, além do fato de o Santos ter conseguido fugir dos outros grandes, a quantidade de chances criadas mostra que os erros de finalização também pesaram.

Diante do Penapolense, Damião perdeu pelo menos duas chances claras antes de Stefano Yuri virar o jogo para 3 a 2 na Vila Belmiro. Contra o Ituano, no segundo jogo, Cícero e Geuvânio também desperdiçaram as oportunidades que tiveram diante do goleiro Vagner.

Até as quartas, o Santos errava 8,125 chutes por jogo. Nos três jogos seguintes, decisivos, foram 9,6, um salto que ajuda a explicar a queda de rendimento da equipe, que suou para bater o Penapolense e não conseguiu superar o Ituano.

Oswaldo, que já admitiu em outras oportunidades que a juventude do seu time poderia pesar nos momentos decisivos, discordou da ideia de que o Santos das finais foi diferente do restante do campeonato.

“Não vi mudança nenhuma. São times muito bem treinados, que criam essas dificuldades. Nossa pior derrota foi para o Penapolense [4 a 1, na primeira fase] e tivemos um jogo muito difícil contra eles na semi. Hoje [domingo] poderíamos ter feito mais um gol e decidido o campeonato”, disse Oswaldo.