Topo

"Juras de amor" entre Marin e Del Nero e dançarinas sexys fecham Paulista

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

15/04/2014 06h00

Em uma espécie de passagem extraoficial de bastão, José Maria Marin e Marco Polo del Nero roubaram a cena na última segunda, na festa de encerramento do Campeonato Paulista, no Espaço das Américas, em São Paulo. Durante mais de dez minutos da festa, e logo em sua abertura, os cartolas trocaram juras de amor e o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) chegou a ensaiar um choro. Tudo regado a seguidas apresentações de dançarinas sensuais, que rebolavam ao som de um grupo musical bem em frente à primeira fila de convidados.

A festa serviu para premiar a seleção do torneio, que já havia sido divulgada na semana passada. Do ponto de vista dos jogadores, a única novidade foi a escolha de Luis Fabiano como “craque da galera” do Paulistão. O atacante do São Paulo, artilheiro do torneio ao lado de Leo Costa, Cícero e Alan Kardec, venceu uma eleição popular feita pela internet e ganhou o troféu.

Como os demais prêmios eram conhecidos, foram os detalhes da festa que chamaram a atenção. O UOL Esporte esteve lá e conta o que aconteceu para quem não pôde ver a premiação, que não foi transmitida pela televisão: 

Del Nero ensaia discurso inaugural de sua gestão na CBF

Na tarde da última segunda, o site da CBF confirmou que a eleição presidencial da próxima entidade, nesta quarta, terá Marco Polo del Nero, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol) como candidato único. Foi a senha para ele fazer da festa do Paulista o seu discurso de abertura da nova gestão.

Del Nero abriu a fala com uma piada, com uma desenvoltura que não lhe é costumeira. “Espero que tenham gostado do jantar. Se não gostaram, falem com o Reinaldo [Carneiro Bastos, vice da FPF]. Se gostaram, falem comigo”, disse ele, arrancando risadas do seu público.

No discurso em si, deu vários recados. Reforçou que o regulamento do Estadual, tão criticado por Santos e Palmeiras, foi aprovado por todos no conselho técnico. Relembrou que o fair play financeiro, bandeira do Bom Senso, já está em vigor no Paulista há alguns anos. Agradeceu, como convém, seus diretores, presidentes de federações estaduais presentes e cartolas de clubes. A cereja no bolo, porém, foi a homenagem feita a José Maria Marin.

“Ex-presidente da FPF, vereador, presidente da Câmara, vice-governador e governador do Estado. Agora comanda a confederação mais importante do planeta. Mas tem um outro capítulo. É o desprendimento desse homem. Ele me chamou em seu apartamento e disse: ‘Você é meu candidato à minha sucessão. Você será o vigésimo presidente da CBF. Dará continuidade administrativa aos meus projetos’”, disse Del Nero, que foi além.

“Ele tinha tudo para continuar presidente. Ele não se apegou ao cargo, se apegou à amizade. Chamo de amizade de irmão e companheiro. Ele disse: ‘Agora é a sua hora’”, fechou Marco Polo. 

Marin quase se emociona ao receber “Bola de Ouro”

No segundo ato da festa, o presidente da CBF foi chamado ao palco para uma homenagem. Recebeu do “irmão” Del Nero uma réplica da Bola de Ouro, dada anualmente pela Fifa ao melhor jogador do mundo. No caso do cartola, o prêmio foi justificado pelo histórico no futebol.

Marin começou seu discurso de agradecimento com a voz quase embargada e escolhendo as palavras. Quando passou da parte em que agradecia Del Nero, no entanto, o cartola emendou as lembranças a políticos, outros dirigentes e terminou pedindo apoio à seleção.

“Em primeiro lugar, do fundo do coração, queria agradecer às generosas palavras proferidas não somente pelo meu amigo, mas pelo meu irmão de coração Marco Polo Del Nero. Partindo muito mais do coração do que da própria razão, tenho certeza”, disse Marin, que então mudou um pouco o foco.

“Queria repartir essa homenagem com a minha esposa Neuza, com meu primeiro neto Joaquim, meus companheiros de diretoria, parceiros presidentes de federações, todos os presidentes de clubes de todas as séries do Brasileiro”, elencou Marin, atingindo todas as esferas de convidados para, em seguida, chegar à Copa do Mundo. 

“E aproveitar para fazer não uma convocação, mas um apelo a todos o brasileiros. Que, independentemente das cores clubísticas, nossa missão é de estarmos todos unidos no grande projeto nacional do Brasil por inteiro. Precisamos estar unidos em uma integração total em torno da nossa seleção, comandada por tanta competência, tanta experiência, tanto amor pelo Felipe Scolari e pelo Carlos Parreira”, completou o presidente da CBF. 

Dançarinas sensuais na beira do palco a cada 25 minutos
Não faltaram mulheres bonitas na festa da FPF. Em cinco oportunidades, um grupo de seis dançarinas, sempre de vestidos ou shorts curtos, aparecia na frente do palco para dar mais graça às músicas que eram tocadas pela banda que comandou a festa.

Na frente da primeira fileira de convidados, composta majoritariamente por dirigentes, elas fizeram coreografias, rebolaram e ganharam olhares da plateia. Por vezes, chegaram até a exigir um “drible” dos jogadores, as estrelas da festa.

Posicionadas na escada que dava acesso ao palco, elas recebiam os premiados como melhor artilheiro dançando em conjunto. Quando ele estava passando por elas, então, eles tinham de dar um jeito de desviar, já que elas não podiam parar. Luis Fabiano sofreu eu subir. Cícero, com o filho pequeno, o troféu e uma bola nos braços, mais ainda ao descer. 

Datas confundem Marin e Cleber Machado

Cleber Machado se enrola ao lembrar de data - Luciana Cavalcanti/Folhapress - Luciana Cavalcanti/Folhapress
Cleber Machado se enrolou, mas se corrigiu antes mesmo de completar o erro
Imagem: Luciana Cavalcanti/Folhapress

Não foi fácil para o presidente da CBF e o narrador da Globo, que apresentou o evento, lembrarem de algumas datas. Marin foi o primeiro a cometer uma gafe.

“Deixo a presidência [da CBF] em 2085... 2015”, disse Marin. A plateia riu e fez burburinho ao perceber a falha. O cartola ignorou completamente a saia justa e seguiu o discurso. “Deixo o cargo com a maior tranquilidade possível. Marco Polo será um presidente melhor ainda que José Maria Marin”, disse ele.

Mais tarde, Cleber Machado trocaria as datas duas vezes. Na primeira, falou em “mil e novecentos e...” ao se referir ao Paulista desse ano. Ligado, se corrigiu antes de sequer completar o erro. Depois, disse que o Estadual começou a ser disputado em 2002, querendo dizer 1902, data da primeira edição do torneio, que ele mesmo havia mencionado antes. 

Cantora quase perde o vestido em apresentação

Cantora quase perde o vestido na festa do Paulistão - Reinaldo Canato/UOL - Reinaldo Canato/UOL
Francine foi salva pelo top branco que usava por baixo
Imagem: Reinaldo Canato/UOL
Ao longo das duas horas de festa, seis cantores se revezaram nas apresentações de vários números musicais, elogiados até por Cleber Machado. Uma das intérpretes, porém, sofreu além da conta quando chegou a sua vez.

Francine Missaka, vocalista da banda Sambasonics, soltava a voz com a música “Ain’t No Mountain High Enough”, de Marvin Gaye, quando foi traída pelo vestido. A bela cantora estava com um vestido vermelho, de uma alça só, e viu a peça sair do lugar.

Sorte dela que, por baixo, ela usava um top branco, o que impediu um clique indiscreto (na foto ao lado, é possível ver a peça branca no momento em que o vestido se mexe, atrás do cabelo da cantora). 

Hino do Red Bull Brasil em alemão
Quando chegou a hora de entregar as taças, campeões e vices das Séries A1 e A2 ouviram seus respectivos hinos antes de subirem ao palco para a premiação. Azar da FPF que o segundo colocado da segunda divisão foi justamente o Red Bull Brasil.

Criado e patrocinado pela empresa de energéticos homônima, o clube foi lembrado ao som de uma música cantada em alemão, provavelmente uma espécie de hino ligado à empresa, que tem sede na Áustria.