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Grama, acústica e torcida. Por que Corinthians é melhor mandante do Brasil

Frase de recepção no vestiário de estádio corintiano remete ao "bando de loucos" - Reprodução/Twitter
Frase de recepção no vestiário de estádio corintiano remete ao "bando de loucos" Imagem: Reprodução/Twitter

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

28/02/2015 06h00

O último dono da marca era o Atlético-MG, mas hoje é o Corinthians o melhor mandante entre os clubes da elite do Campeonato Brasileiro. São 22 partidas sem perder, com 16 vitórias e seis empates, o que será colocado à prova diante do Mogi Mirim, domingo, no Itaquerão. 

Há elementos que, de fato, fazem o estádio recentemente construído - e ainda inacabado - jogar a favor do Corinthians em alguns momentos. Por mais que isso não seja objetivo, três fatores peculiares, ao menos, provocam efeito moral no time corintiano. 

O início desse processo foi exatamente contrário. No primeiro jogo no Itaquerão, em 18 de maio de 2014, Giovanni Augusto marcou para dar a vitória por 1 a 0 ao Figueirense. Pouco depois, o Corinthians parecia pronto para enfim ganhar, mas o Botafogo arrancou empate em 1 a 1 no final - gol marcado pelo então lateral botafoguense Edílson, hoje corintiano. O tabu só foi derrubado em 17 de julho com 2 a 1 sobre o Internacional. 

Abaixo, entenda melhor o que há no estádio e joga a favor do Corinthians, agora de Tite. 

Acústica que impulsiona os jogadores

Petros, em recente participação na Espn Brasil, admitiu. Os jogadores têm dificuldade em escutar as orientações de Tite e, eventualmente, discutem o posicionamento em campo entre eles próprios. Exceto esse fato, a acústica planejada é um dos pontos do estádio que jogam a favor do mandante. 

De acordo com o projeto feito, a intenção era de o Itaquerão produzisse a sensação sonora dobrada em relação ao Pacaembu. E para isso, não se pensou apenas no efeito moral para o Corinthians, mas também no conforto da vizinhança do estádio. Para que o som fosse abafado, quatro camadas de absorção do som foram instaladas na cobertura. O formato da camada inferior foi pensado para que o som batesse e voltasse ao gramado. 

Antes das partidas do Corinthians, mesmo quando ainda há pouco público, a sensação sonora é de que o estádio está mais cheio do que na sensação visual. No projeto do Itaquerão, 113 decibéis era o ápice previsto, justamente no momento dos gols corintianos. 

Gramado que incomoda adversários

A bola corre mais rápido que na grande maioria dos campos brasileiros e dificulta as coisas para os adversários em alguns momentos. O fato foi apontado por são-paulinos como Rogério Ceni no último duelo pela Copa Libertadores, e fez com que diversos escorregões acontecessem. Habituado, inclusive por treinar por lá, o Corinthians acaba por tirar alguma vantagem.

Chamado pelo meia Alex de o melhor do Brasil, o gramado corintiano foi importado de Oregon, na costa oeste dos Estados Unidos e plantado no próprio Itaquerão em junho de 2013. A inspiração do modelo está nos ingleses Wembley e Emirates Stadium, mas com peculiaridades. O sistema de refrigeração custou R$ 1,5 milhão para colocar ar e água gelados na grama. Há uma máquina de iluminação artificial especial. 

Torcida que enche o estádio

São 23 partidas na nova casa, se contado o amistoso com o Corinthian Casuals-ING. Lá, o Corinthians conseguiu média de público superior a 30 mil pagantes por jogo desde a inauguração. De acordo com dados do clube, mais de 700 mil ingressos já foram vendidos, e a Libertadores têm feito aumentar a presença de torcida.

Contra o São Paulo, há dez dias, o recorde do Itaquerão foi quebrado com a presença de 38487 pagantes. Essa renda ajuda o clube a se preparar para as parcelas mensais de R$ 6 milhões a serem pagas ao BNDES no segundo semestre.