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Tite nega dar recados na mídia e credita força corintiana à gestão de grupo

Tite apara arestas depois de caso com Emerson Sheik - Adriano Vizoni/Folhapress
Tite apara arestas depois de caso com Emerson Sheik Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

06/03/2015 18h30

No Corinthians, a entrevista coletiva de Tite nesta sexta-feira foi de extremos. De momentos de bom humor a outros de certa irritação, por insistências de perguntas sobre Emerson Sheik. E, ao ser lembrado sobre a invencibilidade do time na temporada, o treinador fez referência à gestão de grupo, uma característica muito forte de seu trabalho. 

"Fiquei contente, é um número desafiador. Estou contente e volto a dizer", disse Tite, depois de uma longa gargalhada. 

"Eu converso com os atletas, tenho um cuidado muito grande. Quando tiver um assunto, é com eles, é com a direção, falo pela frente. Não uso 'piu', não uso recado. Eu sei que posso dar recado na imprensa e não uso disso. Isso gera respeito dos dois lados. O trabalho é da equipe toda. A Renata, o Denis, o Seródio (assessores de imprensa) trabalham para ajudar as coisas. Eu sei que é uma engrenagem. Foi uma sequência", comentou Tite. 

Mas, diante da insistência das perguntas, ele se viu obrigado a falar sobre Sheik. Mas falou pouco, quase nada. "Sobre o Emerson, a direção já se manifestou e deixou claro. Eu defino amanhã (sábado, se jogará no domingo). (...) Eu já manifestei a minha posição e reitero, mas transponha as perguntas para que a direção possa colocar. Eu, como técnico, tenho a importância de voltar o foco para o jogo". 

A tendência é que Sheik, sim, enfrente o São Paulo no domingo. Confira mais respostas do treinador nesta sexta:

ELIAS NA SELEÇÃO
Vou dizer o que falei na reunião do grupo. Parabenizei o Elias pelo momento que vive e a equipe toda. Outros serão convocados mantendo o nível de desempenho e assim vocês (da imprensa) vão valorizando. Isso é muito em função de toda uma equipe de trabalho. É o caso específico do Elias, de dar liberdade maior a ele dividindo função com o Renato (Augusto), o que dá a ele esse fator surpresa. Daqui a pouco será mais marcado, podem ter certeza, e vai sobrar para outro.

TIME COMPETITIVO
Sim, como sempre será competitivo. Respeito as 72 horas de recuperação, o fisiologista e o médico. Se eu não tiver esse nível de conhecimento, não posso vestir a camisa de técnico. Quando não conheço vou lá estudar. Vou lá fazer.

ABORDAGEM DO SP 
Respeito muito os sentimentos, o clube, AS manifestações e a mim não compete analisar. Quero continuar com respeito, com trabalho, com mobilização para que possa crescer a equipe, para utilizar seus diversos jogadores e ela sabe que o clássico é campeonato à parte.

VITÓRIA NA ARGENTINA
O momento que a gente passa é tão rápido e se deixa de valorizar coisas tão importantes. Tivemos enfrentamento do San Lorenzo com oito ou nove campeões da Libertadores, que recentemente enfrentou Real Madrid e perdeu por 2 a 0. Conseguimos vencer modificando peças, em ritmo alto, em competitividade alta. A gente vem, passa essa etapa importante e a gente agora mobiliza para o clássico importante com o São Paulo. 

IMPORTÂNCIA DO CLÁSSICO
Não vejo que é mais importante para o São Paulo ou Corinthians. Temos responsabilidade em respeito aos adversários. Não é porque é o São Paulo, o Santos ou o Corinthians. Temos que progredir em aspectos importantes. Disse a eles que se jogasse melhor que Once Caldas a possibilidade de vencer é maior ao San Lorenzo. Agora tem osque melhorar a bola parada. Temos questões a poder melhorar em relação ao jogo.

FORMAÇÃO DA EQUIPE
Conversei com Fábio (Masseredjian, preparador físico) sobre o aspecto da recuperação e todos estão à disposição. Você tenta cuidar a saúde do atleta e às vezes nos impossibilita alguma coisa. O fato de não ter número maior me fez utilizar Mendoza de lateral (domingo passado). Depois ele vem para o jogo (na Argentina), tem que jogar quarta, e poderia ter utilizado Arana (no jogo anterior) e não teria o problema que teve o Mendoza em sentir. 

SISTEMAS TÁTICOS
Há variações que temos utilizados, respondo em termo de sistema. É 4-3-3 com dois atacantes de lado, como Luciano e Emerson. Aí considero 4-3-3. Com armador do lado (como Jadson, por exemplo), é 4-5-1 (ou 4-1-4-1). Com Cristian e Ralf (no segundo tempo contra o San Lorenzo) é 4-2-3-1. São pequenos ajustes, mas que são significativos. No 4-1-4-1 com o Danilo, não dá, vai desgastar a ele. Mas no 4-2-3-1 dá. É ajustar.