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De Luxa a Marcelinho, Amaral entrega causos de Corinthians em reencontro

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

22/03/2015 06h00

Amaral é normalmente associado ao Palmeiras, mas também contribuiu em período de glórias para o Corinthians, que deve rever neste domingo.

Aos 42 anos, a serviço do Capivari-SP, ele só lamenta que não tenha sido relacionado para a partida. Mas está ansioso e possivelmente vai até a Arena Capivari. Os corintianos, que jogam com time titular, lideram o Grupo 2 do Campeonato Paulista.

Naqueles tempos, entre 1998 e 99, Amaral ajudava como podia. Ora reserva, ora titular, mas principalmente na diplomacia. Na concentração, o quarto dele era ponto de encontro para as discussões firmes que marcaram o elenco de Edílson, Vampeta, Ricardinho, Marcelinho Carioca e Rincón, entre outros. Foi em um embate forte entre os dois últimos, por sinal, que Amaral quase foi jogado ao corredor quando tentou parar Rincón.

Ao UOL Esporte, Amaral conta essa e outras histórias divertidas, quase todas de Corinthians. O apetite do lateral Índio, a peça pregada por Gilmar Fubá, o carro que escondeu de Vanderlei Luxemburgo ou até o único gol marcado com a camisa corintiana. Contra o Santos, no Campeonato Paulista de 99, o quinto em goleada de 5 a 1. "Fiquei uma semana no DM", brinca o volante que marcava demais e raramente fazia gols. A história dele será contada em livro pelo jornalista Mauro Beting, no segundo semestre.

Abaixo, confira alguns causos de Amaral:

Fora da partida

Não vou nem para o banco. Estou voltando de lesão agora, não vou para o jogo. Não sei se estarei no estádio, pode ser que sim ou não. É que tive uma lesão na coxa, agora estou recuperado, mas uma é opção do treinador porque voltei a treinar essa semana. Eu gostaria de jogar, porque joguei contra o São Paulo. Contra o Palmeiras, estava machucado e fiquei bastante triste. É opção do treinador e tenho que respeitar.

Carinho pelo Corinthians

Consegui ser campeão brasileiro contra o Cruzeiro (98) e no Campeonato Paulista (99). Apesar de ter jogado no Palmeiras, fui bem aceito no Corinthians e me trataram muito bem. Fiquei um ano e saí para ir ao Vasco. Tenho um carinho grande pelo clube, pelas pessoas, pelas amizades que fiz. Foi legal.

Luxemburgo cuidava de tudo

É um cara que cuidava muito dos jogadores. Começamos a ganhar dinheiro e ele se preocupava muito, porque alguns compravam carrão e não carro para família. Ele me ajudou bastante nesse aspecto. (...) É um treinador que hoje era para ter carteirinha carimbada na seleção, o extracampo dificultou e ele perdeu um pouco o foco. (...) Agradeço a ele por ter me ensinado muita coisa.

Escondeu carrão de Luxa

Dava medo dele. Ele me dizia: "se não fizer o que estou falando, você vai voltar a carregar morto". Ele descobriu que eu tinha comprado um carro novo, um Escort, mas eu deixava o carro na Ponte da Casa Verde e ia treinar a pé para esconder dele. Mas eu chegava e ele queria a chave do carro. E eu falava que não tinha carro, não.

Rincón quase fez Amaral voar

Foi até engraçado, mas uma vez houve uma reunião no quarto e queriam tirar o Rincón do Corinthians. Ele queria pegar o Marcelinho, achou que tinham armado para ele, e ninguém segurava. Ele era um 10, e a gente tinha Ricardinho, Marcelinho, Edílson. O Rincón queria pular no Marcelinho, fui segurar e quase caí fora do quarto quando o negão abriu a asa (gargalhada). Mas o duro é que tudo se resolvia no meu quarto. Como me dou bem com todo mundo, quando tinha resenha era no meu quarto. Foi um grupo bastante forte, tranquilo, unido como tive no Palmeiras.

Luxemburgo gostava de macumba?

O Fubá (Gilmar) conta do jogo com o Cruzeiro (final do Brasileiro 98) em que ele (Luxa) mandou dar um mergulho na banheira. Mas não sei a história bem. Em um jogo do Palmeiras ele mandou a gente trocar a meia verde por meia branca, porque dava azar.

NR.: A história contada por Fubá é que, para marcar Müller, destaque cruzeirense, Luxemburgo pediu que ele mergulhasse em banheira do hotel para ter sorte. O atacante adversário acabou se lesionando durante o jogo.

Fubá em excesso prende o intestino

O Gilmar Fubá era um cara boa gente. Até hoje, tem evento que contratam a gente para contar histórias, a gente ganha um bom dinheiro, junta com o Vampeta e até hoje a gente não se aguenta. Uma vez, uma mulher do banco chegou para o Gilmar e perguntou porque o filho dele era forte, e que a filha dela era bem fraquinha. O Gilmar falou: "dá fubá com água que vai ficar fortona". Depois de uma semana, a mulher falou para o Gilmar que estava tudo entupido, que ela não conseguia fazer cocô (gargalhada). Ele disse que ela deixou o fubá muito grosso (gargalhada).

Convivência com o lateral Índio, que chegou de uma tribo

O Índio era legal, era bacana pra caramba. Às vezes pegava um ratatá (vaquinha) para dar camisa, levar dinheiro para tribo dele e mostrava a vida de índio. Agora, ele comia igual a um animal. Comia rápido, aquele pratão. Até chupava macarrão (risos).

O único gol pelo Corinthians

Foi naquela goleada de 5 a 1 no Santos. Sobrou uma bola, chutei, fiz gol e fui para o departamento médico. Fiquei uma semana com o tornozelo inchado. É o que dá quando o cara não sabe chutar (risos). Meu foco era a marcação, mas eu estava vendo meus lances...consagrei mais jogador do que fiz gol. Em Brasil e Argentina (1995), 19 anos sem jogar lá, quem tocou para o Donizete (atacante, Pantera) fazer o gol?

CAPIVARIANO x CORINTHIANS

Local: Arena Capivari, em Capivari
Data: 22 de março de 2015, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Árbitro: Guilherme Ceretta de Lima (SP)
Assistentes: Rogério Pablos Zanardo e Leandro Matos Feitosa (ambos SP)

CAPIVARIANO: Douglas; Oliveira, Marllon, Fernando Lombardi e Pedro Henrique; Júlio César, Samuel Souza, Wigor e Kleiton Domingues; Rodolfo e Vinícius.
Treinador: Ivan Baitello

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Felipe, Edu Dracena e Uendel; Ralf e Cristian; Jadson, Renato Augusto e Emerson; Guerrero.
Treinador: Tite