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Choque-Rei tem "chororô", provocações a Ceni e gritos homofóbicos

Guilherme Palenzuela e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

26/03/2015 00h02

Com a bola rolando, foi um massacre: 3 a 0 para o Palmeiras sobre o São Paulo no Allianz Parque, com falha de Rogério Ceni aos 2 minutos de jogo, expulsão de Rafael Toloi aos 7 e muita pressão dos donos da casa. Mas quando a bola não esteve nos pés dos jogadores, este Choque-Rei também proporcionou intensos momentos de rivalidade. De intensas provocações ao goleiro e capitão são-paulino Rogério Ceni até uma lembrança ao "chororô", eternizado pelo meia chileno Jorge Valdivia.

Marcação em Ceni

Rogério Ceni não teve paz desde o primeiro momento em que pisou no gramado do Allianz Parque e apareceu para os presentes. Em seu típico aquecimento, treinou com o companheiro de posição Renan Ribeiro e com o preparador de goleiros Haroldo Lamounier. Na atividade antes da partida, Ceni recebia chutes da dupla e tentava defender. O aquecimento acabou virando um grande atrativo para a torcida palmeirense: a cada chute, uma intensa comemoração de gol ou uma potente vaia pela defesa executada pelo veterano.

Provocação homofóbica

As provocações dos palmeirenses a Rogério Ceni não pararam depois do apito final. Pelo contrário. Desta vez, porém, com a bola rolando, as provocações tiveram caráter homofóbico: a cada lance em que o goleiro se preparava para chutar uma bola - em tiros de meta ou reposições - quase todo o estádio fazia gritava em conjunto, até o momento em que o goleiro chutava a bola: "Ô, bicha". O mesmo grito foi visto no Itaquerão, quando o São Paulo enfrentou o Corinthians pela Copa Libertadores.

"Chororô"

Em 2008, o Palmeiras venceu o São Paulo por 4 a 1 no Paulistão e viu o chileno Jorge Valdivia comemorar um dos gols da vitória de forma que ficaria eternizada: imitou um choro, naquilo que ficaria conhecido como "chororô". Este episódio foi lembrado cerca de uma hora antes da partida, quando o sistema de som do estádio anunciou: "Hoje é dia de Choque-Rei, sem chororô".

Kardec: o mais vaiado

Assim como o veterano Zé Roberto foi o jogador mais exaltado pela torcida do Palmeiras durante o anúncio das escalações das duas equipes no estádio, o atacante Alan Kardec, ex-palmeirense e hoje no São Paulo, foi - de longe - o mais vaiado. Ele ganhou a titulridade de última hora, com a lesão de Luis Fabiano, agradeceu pela oportunidade, mas viveu um pesadelo em campo. Pouco tocou na bola e foi marcado de perto pelos zagueiros e pela torcida palmeirenses. Foi vaiado durante toda a partida, e ganhou até músicas próprias.

Incentivos a Wesley

Outro ex-palmeirense que trocou o clube pelo rival também foi lembrado: o volante Wesley nem estava em campo, mas ganhou irônica música de incentivo. No segundo empo, já com vitória consolidada, os palmeirenses gritaram o nome dele como se fosse mais um jogador do clube, sem insultos. Soou como agradecimento.

Hino alternativo

A torcida palmeirense também mudou o hino brasileiro, tocado antes do apito inicial, após as duas equipes entrarem em campo. Absolutamente todos os versos do hino foram substituídos pela frase "Meu Palmeiras", repetida durante toda a melodia.

Poucos visitantes

Pouquíssimos torcedores são-paulinos foram ao Allianz Parque para ver o São Paulo enfrentar o rival. O preço de R$ 200 dos ingressos motivaram a baixa procura e até o boicote da principal torcida organizada do clube. Aqueles que foram também deixaram o local mais cedo: aos 40 minutos do segundo tempo já havia menos de 10 são-paulinos no estádio.