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São Paulo sem técnico vence e fica em 3º; Portuguesa está rebaixada

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

08/04/2015 23h51

Se o sucessor de Muricy Ramalho assistiu à vitória do São Paulo por 3 a 0 sobre a Portuguesa, na noite desta quarta-feira, conseguiu fazer poucas avaliações. A Lusa, agora rebaixada à Série A2 do Paulistão, foi um adversário inofensivo. O São Paulo do interino Milton Cruz aproveitou. Mesmo absusando de erros individuais, teve um início de partida em intensidade que ainda não tinha mostrado em 2015, confirmou a vitória ainda nos primeiros minutos e teve conforto para jogar o resto da partida. O São Paulo fecha o primeiro turno na terceira posição, superando o Palmeiras.

Antes do relógio marcar 10 minutos, Dória já tinha aberto o placar. O zagueiro emprestado até o meio do ano pelo Olympique de Marselha, da França, se esticou para fazer seu primeiro gol pelo São Paulo após cobrança de falta de Carlinhos. Dois minutos depois, Hudson fez ótima jogada pela esquerda e achou Pato em cruzamento rasteiro. O atacante finalizou e marcou o segundo, e encerrou um jejum de sete partidas sem marcar.

Capitão Hudson, o melhor

Hudson pareceu jogar com crianças. Ele, que foi o único reforço contratado na temporada passada sem o aval de Muricy - e por meses amargou a reserva -, recebeu de Milton Cruz a faixa de capitão na ausência de Rogério Ceni, poupado, e foi o grande responsável por uma intensidade muito maior do que a habitual. Do primeiro ao último minuto, correu muito mais, desarmou, não deixou espaços e ultrapassou adversários com facilidade. Jogou como volante, sua posição natural, e não na lateral direita. Além da assistência, marcou o terceiro gol do São Paulo ao se jogar para cabecear bola para as redes depois do pênalti perdido por Cafu.

Renan Ribeiro, o estreante

Terceiro goleiro do São Paulo, Renan Ribeiro será titular em agosto caso o São Paulo não seja campeão da Copa Libertadores e Rogério Ceni não renovar contrato. Depois de quase dois anos sem atuar pelo clube, Renan Ribeiro estreou nesta quarta-feira pelo clube e teve pouco a fazer. Não precisou fazer nenhuma defesa mais complicada. Assistiu à partida de dentro de campo, mas já teve o gosto do que é jogar pelo São Paulo, algo que poderá ser responsabilidade dele durante o segundo semestre - Denis, o reserva natural de Ceni, operou o ombro direito e deve voltar só em setembro.

É Muricy... ou Luxemburgo?

Em quatro momentos da partida, os pouquíssimos presentes no Morumbi gritaram o nome de Muricy Ramalho, que deixou o clube em comum acordo por motivos de saúde e por mau desempenho. O grito foi no tradicional "É Muricy". No fim do jogo, no entanto, o mesmo grito mudou: "É Luxemburgo", cantou a arquibancada. O técnico do Flamengo é o mais querido internamente, mas não está no topo da lista. Hoje a diretoria são-paulina já tem o sim de Abel Braga, a quem pediu dois dias, e aguarda resposta do argentino Alejandro Sabella. Luxa, empregado, está no páreo.

Milton Cruz fora da zona de conforto

O coordenador técnico do São Paulo, como de costume quando assume o São Paulo em situações emergenciais, preferiu sair da zona de conforto. Fez alterações táticas no São Paulo. Pequenas, mas fez. Armou um meio de campo muito mais dinâmico, com Hudson e Rodrigo Caio como volantes e Thiago Mendes à frente da dupla. Thiago, no entanto, não atuou como um armador. Foi praticamente um segundo atacante, que entrou na área e deu profundidade ao time, arma que Muricy jamais testou. Depois, Milton testou o lateral Auro como ponta esquerda, outro artifício nunca antes testado. 

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X PORTUGUESA
 
Data: 8 de abril, quarta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo
Árbitro: Alessandro Darcie
Assistentes: Fausto Augusto Viana Moretti e Fabio Rogerio Baesteiro
 
Gols: Dória, Alexandre Pato e Hudson (São Paulo)
Cartões amarelos: Bruno (São Paulo) / Alex Lima (Portuguesa)
Cartões vermelhos: Edno (Portuguesa)
 
SÃO PAULO: Renan Ribeiro, Bruno, Paulo Miranda, Dória e Carlinhos; Hudson, Rodrigo Caio e Thiago Mendes; Cafu (Lucão), Centurión (Auro) e Alexandre Pato
Técnico: Milton Cruz
 
PORTUGUESA: Rafael Santos, Filipe Souza (Cascardo), Guilherme Almeida, Valdomiro e Luan Peres (Alex Lima); Ferdinando, Betinho, Caíque e Léo Costa; Edno e Matheus (Jean Motta).
Técnico: Zé Augusto