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Parceiro do Palmeiras paga árbitros: SP vê "estranheza". Caixa liga alerta

Paulo Nobre apresenta Crefisa como novo patrocinador master - Divulgação
Paulo Nobre apresenta Crefisa como novo patrocinador master Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

09/04/2015 16h37

O Palmeiras se pronunciou nesta quinta-feira sobre o polêmico patrocínio da Crefisa, parceira do clube, aos árbitros na fase seguinte do Paulistão. O alviverde não vê nenhum problema ou conflito de interesses; dentre seus rivais, apenas o São Paulo, questiona o acordo.

"Não desconfio da lisura dos árbitros, que são profissionais, que isso interfira em alguma coisa. Mas no campo do futebol profissional isso causa uma estranheza. Não estou afirmando nada de parcialidade. Mas é um patrocinador de um dos clubes que disputa com os demais. É a mesma coisa que você ter um patrocinador de equipe. Acho que causa uma estranheza, gera uma dúvida, uma interrogação que não é necessária. Acreditamos na lisura da arbitragem, repito. O árbitro é profissional. Mas no ambiente no futebol profissional não é uma postura correta. Poderiam ter outras empresas que pudesse contribuir com o patrocínio, que é algo natural do futebol profissional" afirmou o vice-presidente do clube do Morumbi, Júlio Casares.

O Regulamento de Organização de Arbitragem só permite patrocínios aos árbitros quando estes não representarem conflito de interesses com nenhum dos clubes participantes na competição. Além disso, os patrocínios de arbitragem podem atingir apenas a manga dos uniformes, segundo a entidade máxima do futebol.

Já a Caixa Econômica Federal, patrocinadora do Corinthians e instituição financeira que concorre com a Crefisa, afirmou que não irá se pronunciar no momento. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse que está ciente do patrocínio da Crefisa ao Palmeiras e à FPF, e ciente também do regulamento da Fifa no que se refere a eventuais conflitos de interesse gerados por patrocínios dentro de campeonatos esportivos. Apesar disso, o banco não irá pronunciar-se, por ora, sobre o assunto. A Caixa ressalta, no entanto, que poderá se manifestar ou tomar as medidas que julgar cabíveis em um futuro próximo.

A Fifa ainda não foi encontrada para comentar.

Através de nota oficial, o Palmeiras disse que a Crefisa tem liberdade para firmar acordos, e rechaçou qualquer hipótese de que isso poderia resultar em qualquer favorecimento dentro de campo. "Qualquer ilação que se faça entre o negócio e um eventual favorecimento ao Palmeiras no campeonato é um desrespeito inaceitável ao nosso clube, aos nossos jogadores, à Federação Paulista de Futebol, à Crefisa, à FAM e aos torcedores", disse o comunicado.

O UOL Esporte também procurou dirigentes dos clubes rivais e questionou se o fato da patrocinadora do Palmeiras arcar com as despesas de arbitragem para a reta final do Paulistão criaria algum conflito de interesse.

"Eu não vejo nenhum problema nisso, não acho que é conflito interesse. Acho algo normal", afirmou o presidente do Santos, Modesto Roma Junior.

"Eu não vejo nenhum conflito de interesse nisso, até porque, se eu acreditar que pode ter alguma intervenção aí, é melhor eu desistir de tudo. Seria o fim", afirmou Edu Gaspar, dirigente do Corinthians. O São Paulo não respondeu até a publicação da matéria.

A decisão é apenas para questão de arbitragem. Os gandulas das partidas serão bancados pela Federação Paulista de Futebol.

Em nota oficial, a entidade diz que não tem conflito de interesses neste patrocínio. "Por fim, a Federação Paulista de Futebol tem convicção que não há nenhum tipo de conflito de interesses no caso em questão", disse a FPF.

Os confrontos das quartas de final do Paulista começarão no sábado com Corinthians x Ponte Preta, no Itaquerão, às 16h20. Às 18h30, São Paulo recebe o Red Bull, no Morumbi.

No domingo, às 11h, o Palmeiras encara o Botafogo em seu estádio. E o Santos encara o XV de Piracicaba, na Vila, às 16h.