Topo

Santista quebra jejum de 15 jogos sem gol e espanta fama de 'chorão'

Atacante Geuvânio não marcava um gol desde o dia 1º de fevereiro, diante do Ituano - Rubens Cavallari/Folhapress
Atacante Geuvânio não marcava um gol desde o dia 1º de fevereiro, diante do Ituano Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

20/04/2015 11h00

O meia-atacante Geuvânio foi o grande nome do Santos na vitória contra o São Paulo por 2 a 1 no último domingo, na Vila Belmiro. O camisa 45 marcou um golaço. Ele dominou a bola no campo de defesa, arrancou no meio de três marcadores, ganhou a corrida de quase 60 metros e bateu de fora da área para acertar o ângulo direito de Rogério Ceni.

O gol no clássico contra o São Paulo quebrou um jejum que incomodava Geuvânio na temporada. O atacante santista não balançava as redes há 15 jogos. O último gol havia ocorrido no dia 1º de fevereiro, quando o Santos venceu o Ituano pelo Paulista.

Geuvânio estava ansioso para fazer uma grande partida e quebrar o jejum. Isso porque o atacante ficou "marcado" após a perda do título paulista diante do Ituano no ano passado.

Além de um "gol feito" perdido na final contra o time de Itu, a revelação santista teve que lutar para não ficar com fama de atleta que sente a pressão em jogos decisivos e, inclusive, teve que explicar diversas vezes porque chorou após o Santos eliminar o Penapolense na semifinal do Estadual de 2014.

O atacante alega que foi mal compreendido. Ele disse que, na ocasião, deixou o campo chorando por seus familiares e não porque sentiu a pressão de ser quase eliminado em uma partida decisiva pelo Santos.

O risco de fama de "chorão" começou após o então técnico do Santos, Oswaldo de Oliveira, dizer que Geuvânio sentiu a pressão nos jogos decisivos do Estadual de 2014, pois não suportou o excesso de exposição na mídia e a cobrança por ser apontado como um dos craques do Campeonato Paulista do ano passado.

Geuvânio perdeu espaço por um longo período no time titular e só voltou a ser escalado com a chegada de Enderson Moreira, no segundo semestre do ano passado. Titular absoluto neste ano, o camisa 45 corria o risco de encarar nova pressão pela ausência de gols. O atual técnico santista, Marcelo Fernandes, acredita que o jovem atacante sofre por chamar demais a responsabilidade em campo.

“Eu estava falando pra ele: é um menino com um potencial enorme, só que ele leva a responsabilidade muito pra cima dele, acaba cansando antes do tempo, mas faz parte da evolução do jogador. Jogou bem hoje e em um monte de jogos pelo Santos, é agudo, decidiu vários jogos, um grande garoto, trabalhador”, afirmou Marcelo Fernandes.

O camisa 45 chegou a perder a posição de titular para Elano antes do clássico contra o Corinthians, em jogo válido pela última rodada da fase de grupos do Paulistão, mas reconquistou a vaga no mesmo jogo ao entrar no segundo tempo e levar o Santos ao empate. Até o técnico Tite, do time de Parque São Jorge, atribuiu a reação do Santos a entrada do jovem atacante na partida.