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Contra corrupção de árbitros, FPF toma medida inédita e elabora cartilha

Em cartilha, árbitros são orientados a não xingar jogadores e técnicos - Friedemann Vogel/Getty Images
Em cartilha, árbitros são orientados a não xingar jogadores e técnicos Imagem: Friedemann Vogel/Getty Images

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

23/02/2016 06h00

Com a ideia de evitar escândalos de corrupção com arbitragem, a FPF (Federação Paulista de Futebol) tomou uma medida inédita em sua história e elaborou uma cartilha obrigatória que vigora desde a 1ª rodada do Paulistão. Todos os árbitros envolvidos no Estadual foram obrigados a assinar a Declaração de Integridade, que tem três páginas com uma série de determinações.

Quem descumprir pode sofrer diversas punições, com a chance até ser expulso do quadro de árbitros da entidade.

O documento é sigiloso, mas o UOL Esporte teve acesso à parte da cartilha que tem sido colocada em prática a partir de 2016. Nele, os juízes precisam declarar que não têm interesses particulares ou comerciais na competição e dá a chance aos profissionais de relatarem possíveis problemas ou impedimentos para apitar jogos de determinados clubes.

"Declaro que reúno os requisitos para que possa ser designado como árbitro de partidas de todas as competições organizadas pela FPF. Igualmente, declaro que não existem interesses particulares ou comerciais nem relação alguma que possa prejudicar tais designações", diz o primeiro item do documento.

Os "homens de preto" ainda comprometem-se a relatar à entidade qualquer tipo de ameaça ou tentativas de suborno, prometem não receber presentes e também não se envolver em apostas relacionadas aos jogos da competição. Em outro item, eles ainda podem relatar parentesco com empresários envolvidos no mundo do futebol.

Além disso, há um manual de boas medidas de conduta, como o comprometimento de ser discreto dentro e fora de campo, não xingar jogadores e técnicos e respeitar a diversidade cultural dos envolvidos nas partidas.

O documento termina com um termo deixando claro as sanções a que ele está passível caso descumpra os compromissos assumidos. A ideia foi elaborada e colocada em prática pelo Comitê de Integridade, criado em dezembro pela FPF e segue linhas parecidas com as praticadas na Fifa.

Antes disso, todos os árbitros passaram por um treinamento na pré-temporada realizada pela entidade em Itu, no interior de São Paulo. Foi lá que os documentos foram assinados por eles.

Recentemente, o departamento de arbitragem também teve mudança no comando. O Coronel Marcos Marinho deixou o setor e ficou responsável apenas pela segurança. Agora, Ednilson Corona, ex-assistente, está à frente da área de maneira interina.