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Lealdade, marcação e "Tite-taka". Corinthians reforça seu DNA no Paulistão

CÉLIO MESSIAS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: CÉLIO MESSIAS/ESTADÃO CONTEÚDO

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

11/04/2016 16h40

Há duas determinações curiosas da comissão técnica do Corinthians sobre os treinamentos. A competitividade entre os jogadores deve ser extrema. Mas nenhum deles atua com caneleira. Esses pontos de vista ajudam a explicar características marcantes da melhor campanha do Campeonato Paulista 2016.

Na primeira fase encerrada no último fim de semana, o Corinthians de Tite reforçou seu DNA de equipe competitiva, que gosta da posse de bola e sofre poucos gols. Após 15 rodadas, baseados nesses conceitos, os corintianos alcançaram o melhor aproveitamento, a melhor defesa e o segundo melhor ataque. É a terceira vez em cinco anos com a melhor defesa do Paulista, aliás.

Entre os dados, chama a atenção a quantidade de desarmes, em média, do Corinthians. De acordo com o Footstats, são 28,9 bolas roubadas por partida, o que é não apenas o melhor índice do Paulista, mas com vantagem expressiva sobre o Red Bull, segundo colocado, com 23,3 desarmes por jogo. O volante Willians e o lateral Fagner possuem as melhores médias. Não à toa, os goleiros corintianos estão em 15º lugar entre os que menos defendem. A bola chega pouco.

Apesar desses dados que inspiram uma equipe competitiva, o Corinthians mantém o espírito de time disciplinado que marca os trabalhos de Tite. A equipe líder do torneio até aqui possui o segundo menor índice de faltas por jogo (11,5 em média) e foi a que menos recebeu cartões amarelos - apenas 1,4 advertência por partida.

"Isso tem a ver com nossa marcação por zona. A marcação é no bloqueio de cruzamentos, em cortes, em coberturas, em antecipações", explica Cléber Xavier, auxiliar técnico. "Ensinamos os jogadores a não jogarem deitados. No treinamento, se tem falta, é falta. Eles treinam sempre sem caneleira", recorda. Significa que o princípio de marcação firme, porém na bola, é estimulado a partir das próprias atividades no CT Joaquim Grava e se refletem em campo.

Na medida em que esse trabalho avança dentro da temporada, o índice de passes certos, uma das premissas na formação da equipe, ganha espaço. Apesar da perda de seis titulares de 2015, o Corinthians conserva um rendimento elevado nesse ranking, com 477 passes trocados por jogo, atrás apenas do Audax de Fernando Diniz. O lateral Uendel, o zagueiro Balbuena e o volante Bruno Henrique estão entre os sete maiores passadores do Paulista.

Líder da primeira fase da competição, o Corinthians recebe o Red Bull no sábado, às 16h20, pelas quartas de final.