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Corinthians e Palmeiras jogam clássico por afirmação de Carille e Baptista

prass baptista - Cesar Greco/Ag. Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Eduardo Baptista tem ideias diferentes à de antecessor no Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Dassler Marques e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

22/02/2017 04h00

A temporada está apenas no começo e o Campeonato Paulista chega à quinta rodada. Mas, para Corinthians e Palmeiras nesta quarta-feira, não há clima de amistoso. Com expectativas elevadas para os dois times, o dérbi marcado para as 21h45 (de Brasília) tem sabor de afirmação para as duas equipes e, principalmente, os dois treinadores que estarão nos bancos de reservas em Itaquera.

Depois de oito anos como auxiliar e infinitas experiências vividas, Fábio Carille estreia em clássicos como o comandante número 1. Do outro lado estará Eduardo Baptista, que passou por Sport, Fluminense e Ponte Preta e tem também a primeira experiência pelo Palmeiras contra um rival importante.

Em pouco tempo no cargo, Carille e Eduardo já sofreram com cobranças por melhor resultado e desempenho dentro de um futebol brasileiro que não costuma se caracterizar pela paciência para os trabalhos. Ainda assim, conseguiram estabilizar respectivamente Corinthians e Palmeiras nos últimos compromissos. As duas equipes lideram suas chaves nesse início de Campeonato Paulista.

Carille tem forte apoio interno e ainda procura melhor equipe

Depois de um 2016 marcado por muitas trocas de treinadores, o Corinthians começou o ano disposto a dar tempo para Fábio Carille trabalhar. Cada vez mais desenvolto à beira do gramado e em entrevistas, o novo técnico costuma ser bastante elogiado pelos atletas, seja publicamente ou de forma mais íntima. No ano passado, vale lembrar, um grupo chegou a pedir à direção que Carille fosse efetivado com a saída de Cristóvão Borges.

Na evolução de seu trabalho em 2017, uma marca importante tem sido a estabilidade defensiva recuperada. Em oito partidas disputadas no ano, sendo cinco oficiais, o Corinthians sofreu somente três gols, sendo dois para o Santo André e um ainda na Flórida Cup, diante do Vasco. Carille repete, sempre que possível, o quinteto defensivo, que no último sábado recebeu Guilherme Arana, o último titular que faltava.

Kazim ouve instrução de Fábio Carille: titular no clássico em Itaquera - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Kazim ouve instrução de Fábio Carille: titular no clássico em Itaquera
Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

O que Carille ainda procura para o Corinthians é, justamente, o maior brilho no momento ofensivo. Desde que fez 4 a 1 no Vasco em jogo de pré-temporada, a equipe não conseguiu fazer mais de um gol por partida. Todas as vitórias construídas, naturalmente, foram por 1 a 0. Assim, o treinador quebra a cabeça enquanto não consegue lapidar o que falta. Jadson, vale frisar, ainda demora uma semana, no mínimo, para estrear.

Diante do Palmeiras, Carille definiu as entradas de Maycon e Kazim nos lugares de Fellipe Bastos e Jô. Mais do que isso, avisou que a estratégia será pressionar o atual campeão brasileiro em seu campo defensivo e também previu dois desenhos táticos diferentes: sem a bola, o Corinthians se defende no 4-2-3-1 e libera Rodriguinho. Já na fase oposta, o ex-palmeirense Gabriel fica mais preso e libera Maycon para encostar no ataque.

"A vitória é importante para qualquer um. O Palmeiras busca seu espaço, é o time campeão ano passado, é difícil para o técnico entrar em uma equipe campeã como o Eduardo (Baptista). Para nós, tem a importância de se firmar no nono jogo no ano e procurando melhorar. A vitória dá importância muito grande à sequência do trabalho", admitiu Carille.

Baptista tenta afirmar 4-1-4-1 e driblar saudade de Cuca

Mesmo embalado pela goleada por 4 a 0 do último domingo sobre o Linense, Eduardo Baptista convive com a desconfiança do torcedor palmeirense. A maior prova ocorreu uma rodada antes, na partida contra o São Bernardo, em pleno Allianz Parque.

Antes de o Palmeiras encaminhar o triunfo por 2 a 0 contra o time do ABC, membros de uma organizada do clube cobraram o treinador aos gritos de 'Eduardo, preste atenção, neste ano quero gritar campeão'. Na sequência, o nome de Cuca foi ouvido por quem estava presente na arena palestrina.

Uma vitória em Itaquera - e diante do rival do qual o atual campeão não perde há dois anos - espantaria rapidamente a desconfiança sobre o trabalho do novo comandante palmeirense, que sofre resistência por implementar novas ideias sobre o trabalho vitorioso de Cuca no ano passado.

A principal alteração se reflete na formação palmeirense dentro de campo. Saiu de cena o 4-3-3 com intensa pressão e ligações rápidas para o ataque e entrou o 4-1-4-1 de posse de bola e paciência. O time, com reforços como Raphael Veiga, Alejandro Guerra, Willian e Miguel Bastos, ainda passa por adaptação.

O dérbi em Itaquera á encarado como a primeira chance de afirmação de Eduardo Baptista e dos novos conceitos palmeirenses. Para afastar de vez a sombra de Cuca, que descansa em período sabático com a família em Curitiba, nada melhor do que repetir o antecessor e vencer o arquirrival na Arena.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS x PALMEIRAS

Local: Arena Corinthians
Data: 22 de fevereiro de 2017, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Thiago Duarte Peixoto
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel; Romero, Rodriguinho, Maycon e Marlone; Kazim.
Treinador: Fábio Carille

PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo; Michel Bastos, Guerra, Raphael Veiga e Dudu; Willian.
Treinador: Eduardo Baptista.