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Árbitro que errou ao expulsar Gabriel já irritou corintianos por regalias

Dassler Marques, Diego Salgado e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

23/02/2017 11h08

Um erro crasso marcou a atuação do árbitro Thiago Duarte Peixoto no clássico Corinthians e Palmeiras, nesta quarta-feira à noite, em Itaquera. O juiz expulsou o volante Gabriel ainda no primeiro tempo depois de Maycon cometer uma falta no atacante Keno.

Thiago irritou os dirigentes do clube e a torcida presente à Arena Corinthians. O árbitro chegou a relatar xingamentos na súmula da partida vencida por 1 a 0 pelo time alvinegro, mas não citou o equívoco cometido no lance. 

Em outra passagem por Itaquera, há dois anos, Thiago também deixou atônitas pessoas ligadas ao Corinthians. Segundo a apuração da reportagem do UOL Esporte, o árbitro fez pedidos inusitados quando apitou uma partida da equipe corintiana.

Thiago fez uma série de solicitações à administração da Arena Corinthians antes de um duelo disputado no local na temporada 2015. O árbitro pediu toalhas brancas, massagem e uma garrafa de café.

O árbitro de 38 anos já esteve presente em oito jogos na Arena Corinthians, cinco delas como árbitro e três como suplente. Em 2015, ele apitou o clássico Corinthians e Palmeiras válido pela semifinal do Paulistão (2 a 2, com eliminação corintiana nos pênaltis) e se envolveu em outra polêmica. Surgiu nas redes sociais uma foto de Thiago segurando a camisa do Corinthians ao lado do pai - o que gerou reclamações por parte de torcedores rivais.

A camisa, na verdade, havia sido uma doação do clube para um leilão em prol de um hospital da região de Barretos, onde a mãe do árbitro se tratou de um câncer antes de falecer em 2011.

Ainda em 2015, Thiago também apitou o confronto entre Corinthians e Ponte Preta pelo Brasileirão daquele ano. Na temporada anterior, esteve no comando do jogo Corinthians e Cruzeiro, na semifinal da Copa São Paulo (vitória alvinegra por 2 a 1), e da partida que decidiu vaga na decisão do Paulista, na qual o time corintiana acabou derrotado pelo Audax nos pênaltis. 

Tragédia familiar

Há 11 meses, Thiago sofreu uma tragédia na família depois de sua esposa falecer pelo vírus da gripe H1N1. Dois dias antes da morte, Gabriela Maia Peixoto, que estava no sétimo mês de gestação, deu à luz Gael. 

"É um aprendizado errar num clássico. Em um jogo de importância dessas. Foi o que escolhi para mim. Já passei por momentos delicados na vida pessoal e agora na vida profissional. Espero com muita fé e força de vontade continuar a carreira. Espero do fundo do meu coração que a minha carreira continue", disse o árbitro, que chegou a citar a convivência com o filho na entrevista concedida duas horas depois do término do jogo desta quarta-feira.