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Jô chegou como plano C ao Corinthians e passou por "checagem" para assinar

Jô em seu primeiro dia de trabalho no Corinthians, em novembro - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Jô em seu primeiro dia de trabalho no Corinthians, em novembro Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

06/05/2017 04h00

Se hoje caminha para ser a principal figura do Corinthians no Campeonato Paulista, Jô não era a opção número 1 para o ataque alvinegro quando o planejamento para 2017 começou. Na verdade, o artilheiro dos clássicos foi muito mais uma alternativa diante de tentativas anteriores que não surtiram efeito.

Carência identificada depois da eliminação na Copa Libertadores, em que André saiu como vilão pela falta de gols, a busca por um centroavante que repetisse o desempenho de Guerrero e Vagner Love pautou a ida do Corinthians ao mercado no início do semestre passado. Dois nomes despontaram, mas foram bolas divididas - e perdidas - pela falta de dinheiro: Ábila, que acabou no Cruzeiro, e Nico López, uruguaio que mudou para o Internacional.

Pouco depois, enquanto trabalhava pela contratação de Gustavo, do Criciúma, a direção corintiana foi procurada pelos empresários de Jô. Com R$ 4,5 milhões investidos no jovem centroavante que não cumpriu as expectativas [hoje emprestado ao Bahia], o clube sabia que precisava de um jogador experiente e fazedor de gols para 2017. Por outro lado, não havia dinheiro em caixa para fazer uma aquisição.

A junção desses fatores levou à decisão de fechar contrato com Jô. Ainda que o negócio não tenha sido barato - só em direitos de imagem, neste ano, o Corinthians deverá pagar mais de R$ 7 milhões -, a assinatura com o centroavante que estava livre foi uma solução intermediária do ponto de vista financeiro. Uma convicção que só existiu, porém, depois de um crivo importante feito pelo clube.

Ciente dos problemas extracampo que Jô havia enfrentado em seus times anteriores, o Corinthians se certificou de que ele, de fato, havia transformado seu comportamento: aderiu à igreja evangélica, parou de beber, vinha em boa forma e, principalmente, mantinha uma média de gols interessante. Depois de deixar o Atlético-MG em 2015, o centroavante teve bom desempenho por Al Shabab-EAU e Jiangsu Suning-CHN, do qual saiu por opção pessoal.

Inicialmente, Jô se dividiu entre regressar ao Atlético-MG, no qual venceu a Libertadores 2013 e o Mineiro 2015, ou ao Corinthians, em que havia sido criado. O Galo chegou a apresentar uma oferta, mas as duas partes entenderam que, com Lucas Pratto e Fred naquele momento, a direção atleticana não poderia propor um grande contrato e Jô, tampouco, teria as oportunidades de atuar que imaginava. Por outro lado, reescrever a história com a camisa corintiana era um objetivo forte na cabeça dele.

Depois de trabalhar por cerca de dois meses, entre o fim de outubro e a saída para as férias em dezembro, Jô fortaleceu a imagem de que poderia dar certo no retorno ao Corinthians. As primeiras partidas de 2017 não foram tão boas, mas a evolução do trabalho dele e da equipe, somados, começaram a surtir efeito. Não apenas pelos sete gols com a camisa corintiana, mas principalmente pelo rendimento em campo e pela postura fora dele, o centroavante se tornou uma das explicações para a guinada do grupo de Fábio Carille. E que espera, no domingo contra a Ponte Preta, transformar em título paulista.