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Após gol no clássico, Jair espera que herói do Santos "continue na linha"

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

04/03/2018 20h51

Jair Ventura promoveu a estreia na temporada do jovem Diogo Vítor e viu o jogador de 21 anos marcar para o Santos nos minutos finais e garantir o empate por 1 a 1 com o Corinthians, neste domingo (4), no Pacaembu. Após o duelo, o treinador elogiou o atacante e pediu para que ele “continue na linha”

“O Diogo demorou um pouquinho para trabalhar com a gente. É uma joia. Tem de ser lapidada. Sabemos da situação que passou. Esperamos que ele possa continuar na linha, nos ajudando e marcando gols", disse.

"A qualidade do menino, não tem como ser hipócrita. É um jogador que eu já acompanhava desde o Santos B. Quando eu tive a chance de vir para o Santos, eu falei que queria esse garoto comigo. Quando eu cheguei, estava naquela situação de renovar ou não. Não foi fácil, o nosso presidente está de parabéns por ter conseguido. Espero que ele possa continuar no caminho certo, é uma joia, todos sabem que tem de ser lapidado. O treinador é chamado de burro, mas tem esses momentos gostosos, como conseguir resgatar um jogador", acrescentou.

Diogo Vítor estreou no Santos em 2016, mas se envolveu com problemas de indisciplina e não participou de nenhuma partida na última temporada. Já em 2018, Jair chegou ao clube e o promoveu novamente aos profissionais. No jogo deste domingo, o treinador também escalou outro jovem, Rodrygo, pela primeira vez entre os titulares e valorizou a base do time praiano.

"Acho que ninguém no Brasil joga com tantos jogadores da base. Nós inscrevemos 15 da base na Libertadores, e hoje terminamos com 8 da base. A gente está procurando soluções em casa. A base é muito forte e a torcida abraça. O Rodrygo estava pedindo passagem, entrando bem. Ele deu uma oscilada, mas voltou melhor. O Arthur teve sete ou oito jogos como titular, era a hora do Rodrygo. Brinquei com ele: vamos ver se você vai ser o 17 ou o 7, o que entra bem ou o que joga do início. E ele foi bem. O Arthur também entrou bem", falou.

Veja outros assuntos comentados por Jair Ventura na entrevista coletiva:

Desempenho da equipe: "Traduzir as inúmeras chances em gols. A gente iria assistir mais uma injustiça, chute desviando... Poderíamos ter saído com uma derrota. Jogamos dentro da área do Corinthians. Eles foram perigosos na transição, mas a gente propôs o jogo. O Carille marca forte pelo corredor central. Em um dos cruzamentos a gente conseguiu o gol. Se olharmos o desempenho do Santos não foi ruim. Os números mostram."

"Voltamos (do apagão) com a mesma iniciativa dos primeiros 20 minutos do segundo tempo. Era jogar dentro do campo deles, correr riscos, usar os três corredores, fazer cruzamentos. Tivemos chance com o Vecchio, uma cabeçada do Sasha no primeiro tempo, uma cabeçada do Cittadini. Criamos bastante. Quando o time está criando você consegue ver que está no caminho certo. Quando não cria, você vê que tem coisa a ser corrigida."

Torcida no Pacaembu: "Nós fomos valentes, conseguimos. A torcida foi o nosso 12º jogador. Temos certeza que, se o torcedor não estivesse aqui, não seria assim. Só quem viaja sabe como é o cansaço. Tivemos força para lutar e poderíamos ter saído com a vitória. Faltam duas rodadas, mas Santos já está classificado, tivemos mais posse de bola. Hora se perde, hora se ganha."

Bolas aéreas: "A estratégia hoje foi jogar pelo alto. A gente estuda o adversário, e o Corinthians tem um time baixo. Eles só têm os zagueiros e o Renê de boa estatura. Isso está dentro de um planejamento, dentro do estudo do adversário."

Qualidade da partida: "O jogo foi ótimo. Mesmo se eu tivesse perdido o jogo, o jogo teria sido bom. Quem estava em casa teve 40 minutinhos para comer uma coisinha, botar mais uma cervejinha para gelar (risos). Tenho certeza que o pessoal de casa adorou. Foi um jogo aberto, com oportunidades dos dois lados. Na saída estavam falando que foi um dos melhores jogos do campeonato, até do ano. É bom estar participando desses momentos, os grandes jogos marcam."

Busca por centroavante: "Até que finalizamos bastante, 15 vezes. O Brasil não tem aquele 9. O da Seleção é o Jesus e o Tite está procurando. De repente, pode achar o Gabriel aqui, não sei. O mercado todo está procurando aquele 9 como o Ricardo, que a gente tinha, o Fred, o Guerrero. Esses são raríssimos, e os salários são coisa de louco. Está em extinção."

Desgaste dos jogadores: "Vamos sentar com a fisiologia e ver os jogadores que estão com os indicadores altos. O Rodrygo saiu com câimbra, o Jean levou a mão na posterior, mas daqui a pouco estava cruzando para o gol. Se tiver que poupar, temos que fazer pela integridade dos atletas."